Deixem-me governar


Mesmo aqueles que nem sabem governar a própria casa se alcandoram a governar um país

 
Juvenal Rodrigues
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Provavelmente é o que todos querem, governar! Mesmo aqueles que nem sabem governar a própria casa se alcandoram a governar um país. Penso que será um instinto natural do homem, querer mandar nos outros. Todavia, com o que temos visto por esse Mundo fora, governar não é para quem quer é para quem é capaz. A história mundial é fértil em maus governantes. Desde Xerxes 1º, o rei deus da Pérsia 519 aC - 465 aC, passando por Nero, Imperador Romano (37/68), Adolf Hitler, Alemanha, Josef Stalin, soviético, Pinochet do Chile, Mobutu do Zaire, até aos regimes sanguinários, dos nossos dias, de Sadam Hussain e da Síria, sempre impuseram a sua vontade sobre os povos, mesmo provocando milhões de mortes na ganância cega de um poder absoluto. Todos estes mentecaptos com tanta influência no Mundo e poder de vida ou morte sobre os seus súbditos, sabiam governar? Não, não sabiam, apenas impunham a sua maquiavélica vontade mesmo que tivessem que oprimir, matar, destruir e massacrar. Estes excêntricos usam a força, a chantagem e a vingança para saciarem a sede de poder. Governar é muito mais do que isso, é ter competência para conduzir um país, procurando por todos os meios o bem estar de um povo. 

Pois se todas estas incompetentes bestas sanguinárias foram governantes eu também quero governar! Começo pela melhor coisa que a democracia pode ter; a limitação de mandatos sem (de ou da. Vou reduzir o número de deputados nas Assembleias Regionais e Assembleia da República em 50%. Se Portugal continental tem 18 distritos e 278 Concelhos não precisa de 230 deputados. Se a Madeira tem 11 Concelhos não precisa de 47 deputados. Se os Açores têm 19 Concelhos não precisa de 57 deputados. Com o devido respeito, não é necessário tanta gente ali a dormir. Ah, não me esquecerei de acabar com as imensas e vergonhosas mordomias tal como a cantina da A. da República onde os senhores deputados comem do bom e do melhor por 10 euros enquanto os sem abrigo passam fome e dormem na rua. Os ex-governantes e ex-políticos aposentados, com apenas alguns anos de serviço, perderão o direito àquelas reformas douradas, imorais, porque ganharam mais do que mereciam enquanto desempenharam os cargos. Se é necessário pedir sacrifícios para pagar 4.7 mil milhões de despesa do Estado então terão que ser os governantes e deputados a dar o exemplo ao país reduzindo em 50% os seus vencimentos pelo menos enquanto durar a crise que eles próprios criaram. Porque terão de ser sempre os funcionários públicos, os privados e os reformados a paga-la? Na justiça será produzida legislação, sem vícios, onde há senhores deputados a aprovar leis de manhã para servirem-se delas à tarde. Os governantes, deputados ou detentores de cargos públicos terão que declarar aquilo que possuem quando assumem o cargo e até 5 anos depois de o deixarem terão que justificar escrupulosamente a proveniência das suas fortunas. Em caso de corrupção o alegado corrupto terá de provar que não corrompeu ou se deixou corromper. Assim acabaria o paraíso dos corruptos que ainda se riem da justiça porque o ónus da prova pertence ao Ministério Público quando todos sabemos como é difícil, com esta legislação feita à medida, conseguir tais provas. Todo e qualquer governante que lesar o Estado por incompetência ou negligência terá que responder com os seus próprios bens ou com pena de prisão efectiva. A propaganda política dos partidos em campanha seria reduzida a um serviço público de rádio e televisão evitando gastos desnecessários, com os “jackpot” das Assembleias, depois canalizados para os partidos.

Assim ninguém vai para lá! Estará o leitor a pensar. Engana-se, as pessoas honestas e bem intencionadas irão porque querem o bem do seu país e dos seus concidadãos e prometerão apenas aquilo que podem cumprir. A formação política, viciada desde o início, deve começar a partir das “jotas” dos próprios partidos e apenas aqueles que demonstrem capacidade moral e técnica serão candidatos.

Os vencimentos dos governantes políticos gestores e desportistas devem ser travados por tetos salariais defendendo assim a moral e a economia, de um capitalismo selvagem. Vou a acabar com a aberração que é um gestor de um país pobre como Portugal ganhe tanto, ou mais, que o Presidente dos E.U. que é um pais rico. 

A nossa agricultura e os nossos mares, a maior riqueza que o nosso país possui, serão devidamente explorados e rentabilizados porque seriam geridos por pessoas com capacidade e não por governantes que apenas se preocupam em gerir as dívidas. 
Obviamente, não cabe aqui todo o meu “programa de Governo” mas garanto-vos que as restantes medidas serão todas apontadas no sentido da salvaguarda dos interesses nacionais e defesa do cidadão. Ah, já me esquecia! O meu vencimento com P.M. e restantes ministros será por objetivos dependentes da boa gestão do país. 

PS: A Madeira em chamas e o Dr. Jardim no P.Santo a enviar comunicados, recordou-me Nero, do seu palácio, a ver Roma a arder ou Rasputine, o monge louco, que mesmo depois de ser alvo, em dezembro de 1916, das tentativas de envenenamento com chocolates, foi alvejado a tiro e mesmo assim só veio a morrer depois de ser lançado nas águas gélidas do rio Neva em S. Petersburgo.