terça-feira, 7 de abril de 2015

CARTA ABERTA AO EX-PRESIDENTE DO PS-M

Carta aberta ao ex-presidente do PS-M

 
Juvenal Rodrigues
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Caro Victor Freitas, embora tarde, só agora tive oportunidade de te endereçar esta carta. Já nada remedeia porque o desastre eleitoral já aconteceu, servirá apenas para mostrar a minha consternação e dar a conhecer aos militantes do PS-M em particular e, aos madeirenses em geral que nem todos, dentro do partido, estiveram de acordo com a tua estratégia politicamente suicida. Poderás alegar que foste mal aconselhado mas também não quiseste ouvir bons conselhos de alguns notáveis do PS-M e assim não viste o que era evidente para a maioria. Tiveste mais olhos que barriga e assim permitiste que o PSD-M, o partido que levou a Madeira à pobreza e exclusão social, voltasse a ganhar as eleições e ainda por cima com maioria absoluta (Só a CNE conseguiu retira-la durante 2 horas.
Para que não possas acusar-me de aproveitamento político, pós eleições, lembro que, muito antes deste desastre acontecer, na qualidade de membro da Comissão Política Regional do partido, na reunião de 7.11.14 e, mais tarde a 26.01.15, já eu defendi exaustivamente que o PS-M deveria aceitar a proposta de coligação oferecida pelo CDS/PP.
Para não dar azo a más interpretações políticas informo nada ter contra a “Coligação Mudança” mas sim por ter a visão política de perceber que a coligação que funcionou (e bem) para as eleições autárquicas, não seriam exatamente a mesma coisa ao tratar-se de eleições regionais votadas no campo e na cidade.
Mas, porque defendi eu essa coligação com o CDS/PP, nas reuniões atrás citadas, as quais foram votadas com 9 abstenções?
1 - Porque a proposta do líder do CDS/PP me pareceu séria e politicamente aceitável uma vez que proponha que os dois líderes, dos respetivos partidos, abdicassem de encabeçar a lista dessa coligação para dar lugar a uma figura independente tal como aconteceu com Paulo Cafôfo para CMF mas a ambição de chegares a líder do GR não te permitiu fazer uma leitura sensata da situação e compreenderes que tanto a tua imagem política como a do líder do CDS tem sofrido, ao longo dos anos, um desgaste político o qual seria compensado pela tal figura independente.
2 - Porque acreditei (ainda acredito) que o somatório dos votos nessa coligação PS/CDS seriam suficientes para derrotar o PSD-M ou, no mínimo, retirar-lhe uma maioria absoluta.
3 -Porque essa aliança PS/CDS, na pior das hipóteses, evitaria, no futuro, que o CDS se aliasse ao PSD-M para formarem uma coligação idêntica à que vigora na República, caso o PSD-M ganhasse sem a tal maioria absoluta.
Caro Vitctor, demitiste-te, era a única saída digna que te restava já que um líder, em momentos cruciais, tem fazer uma leitura correta da situação política, ou não merece se-lo.
O PS-M tem gente capaz para liderar um projeto ganhador, e libertar esta terra do velho PSD, se apostar nas pessoas certas.
Há cerca de 12 anos que me conheces e sabes que eu sempre recusei aceitar que o PS-M fosse o partido da eterna oposição onde o líder se contentasse com um lugar cativo na ALM, junto com alguns militantes que cativam mais alguns votos, quando acontecem eleições internas no partido. O interesse da Madeira e dos madeirenses têm que estar sempre acima de interesses pessoais ou de grupo e, com este erro, vais permitir mais 4 anos de PSD-M porque não restam dúvidas que pouco vai mudar no panorama político regional. As abelhas continuam a ser as mesmas e agora vão unir-se para ampliarem as colmeias. Aos 50% que não votaram e aos outros 50% resta-nos a esperança que M. Albuquerque não seja um fiel seguidor da prepotência do Dr. Jardim e que não continue com o mesmo défice democrático.
PS. Acho que o fenómeno político na Madeira deveria ser objeto de uma profunda reflexão dos politólogos para percebermos como é que este PSD-M que empenhou a autonomia, usou e abusou da prepotência, da arrogância e do insulto, ganha sempre as eleições e, como é que 50% da população abdica da sua vontade de votar permitindo que a outra metade decida um destino que é de todos, assim como o futuro da região.
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Comentários

Este espaço é destinado à construçăo de ideias e à expressăo de opiniăo.
Pretende-se um fórum construtivo e de reflexăo, năo um cenário de ataques aos pensamentos contrários.
"Acho que o fenómeno político na Madeira deveria ser objeto de uma profunda reflexão dos politólogos para percebermos como é que este PSD-M que empenhou a autonomia, usou e abusou da prepotência, da arrogância e do insulto, ganha sempre as eleições... "
É fácil. Não é preciso estudo nenhum. Basta você olhar para dentro do deu partido e ver as figurinhas tristes com que têm brindado a democracia madeirense. Aproveite e olhe tb para os restantes partidos da oposição. É tanta incompetência junta!
Afinal queria o seu ps aliado à direita!Quem diria...e estes "chuxialistas" ainda se intitulam de esquerda........asco..muito asco que sinto por esta espécie de gente.
Olha afinal há notáveis nos "xuxas" madeirenses.
Mais um "xuxa" carpindo baba e ranho.Quem será a vitima seguinte?
Com a exepcao de dois pontos, gostei do artigo. O primeiro relativo ah afirmacao que o "PS-M tem gente capaz para liderar um projeto ganhador". Ter tem mas nao sao aqueles que se teem candidatado ah lideranca do PS-M. Porque? Porque simplesmente nao queriam ser derrotados em eleicoes contra o Alberto Joao, sempre ah espera que ele saisse. A segunda sobre os " 50% da população abdica da sua vontade de votar". Quando se consta que em determinadas freguesias o numero de eleitores inscritos nos cadernos eleitorais eh superior ao numero dos seus actuais residentes, qualquer ilacao sobre participacao e abtencao eh no minimo falasiosa.
-4
updown
Nao precisa de politologos, precisa apenas de saber como fazem a chapelada no dia da votação.
Bastando para tal pensar na forma como sao "transportados" os votos das mesas de voto para as camaras municipais.
Com o material eleitoral extra e o tempo que levam a fazer a entrega, o presidente de mesa indicado pelo partido a, b ou c, tem toda a capacidade para alterar os resultados eleitorais e preencher um novo impresso de "escrutinio provisorio" para tratamento informatico.
O camarada Juvenal devia de olhar para estas questoes mais praticas e simples onde esbarram todas as politiquices para politologo.
Sao 30 anos a virar frangos...
As eventuais chapeladas não passam pelos impressos de escrutínio provisório. Poderão passar por anular votos aos adversários, por colocar uma cruz num voto em branco, por colocar votos dum partido entre os votos de outro partido (como se de engano se tratasse), por haver pessoas que acompanham outras na votação e por outras artimanhas quaisquer. Seria interessante que alguém pudesse consultar todos os boletins de voto destas últimas eleições...
Caro(a) senhor(a) Já por varias vezes estive numa mesa de voto, por isso permita-me que corrija algumas das suas afirmações.
1- o material transportado, pelo Pr. da mesa, para a as Câmaras vão fechados e lacrados e só poderão ser abertos nas Câmaras.
2- o pres. da mesa poderia, efetivamente, alterar os resultados na folha do escrutínio provisório, porém isso de nada valeria porque o que conta
é a ata e essa é lida e assinada pelos 5 membros da mesa mais os delegados dos partidos.
Os 5 membros das mesas, nomeados pelos partidos intervenientes, podem e devem recontar os votos sempre que haja dúvidas.
Poderá dizer-me que existe muitas maneiras de fazer batota, e acredito, porque não há sistemas perfeitos mas não com a ligeireza que o senhor(a) aponta.
De qualquer modo agradeço o seu comentário, e sinal que se interessa e participa na cidadania.

VOTO ELETRÓNICO

Voto electrónico

 
Juvenal Rodrigues
4 comentários
A trapalhada que aconteceu nas eleições regionais de 29.03.15, onde a CNE “elegeu” um deputado por duas horas, veio demonstrar a necessidade urgente de ser introduzido o voto electrónico no sistema eleitoral português.
Aliás não entendo porque isso ainda não aconteceu uma vez que, hoje em dia, tudo gira em torno de sistemas informáticos. A CNE poderá inferir que o sistema não será 100% seguro mas eu não acredito que seja esse o motivo. Se, por exemplo, conseguimos aceder com grande margem de segurança à nossa conta bancária não vejo porque não será seguro votar através de um sistema informático. Esse sistema, embora com alguma margem de falibilidade, (nada é 100% seguro) seria mais seguro que a contagem manual. 
Além de detectar erros humanos agilizaria todo o processo. Toda a complexidade do actual processo que, incompreensivelmente, ainda vigora ficaria reduzido a uma simples descarga nos cadernos eleitorais e ao preenchimento de uma acta para registo de ocasionais ocorrências nas assembleias de voto. Estou a falar no actual sistema presencial melhorado onde, salvo erro, o actual cartão de cidadão já vem preparado para votação electrónica, faltando apenas os respectivos aparelhos receptores nas mesas de voto. Mas ainda existe a possibilidade de uma maior simplificação se ao eleitor fosse dada a hipótese de votar comodamente no ser lar ou local de trabalho através de meios informáticos em que bastaria uma password tal como acontece com o acesso do contribuinte ao portal das finanças ou o utente à sua conta bancária. Com esta medida, saliente-se que, diminuiria drasticamente o fenómeno da abstenção do qual os partidos tanto se queixam. Falta referir que, em qualquer dos casos, o registo central do processo eleitoral seria sempre fiscalizado por delegados, dos partidos intervenientes, nomeados para o efeito.
Creio que o Governo agora não pode alegar falta de DINHEIRO para comprar os tais aparelhos para as mesas de voto ou, no segundo caso, para adquirir um programa informático, já que o dinheiro abunda nos cofres cheios (?) Portanto enquanto não houver explicação plausível, concluo que se ainda temos um sistema de votação arcaico no nosso país só pode ser por incompetência, falta de vontade política para melhora-lo ou... interesses inconfessáveis.
 
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Faz todo o sentido. Nunca ouvi falar de fraude informática.
Há por aí uns miúdos dos computadores, os ácaros ou lá o que é, que fazem umas brincadeiras, mas tudo inofensivo...
Aliás, aquela história de os israelitas terem, em 2011, criado problemas no programa nuclear iraniano com o vírus "Stuxnet" é ideia de maluquinhos. Tanto mais que a CNE tem muito mais segurança do que as centrifugadoras iranianas onde se produz urânio enriquecido.
Voto electrónico? na República Bolivariana Chavista-Madurista-Comunista tem corrido bem.
É verdade que estamos na era da eletrónica e temos diversos programas e servidores que permitem que façamos transações financeiras, controlar as vendas das empresas, controlar os extratos bancários, etc. Então porque não acabamos com a circulação do DINHEIRO e por conseguinte a corrupção, o tráfico de droga, os deputados, etc. Podíamos, também acabar com este tipo de democracia, sim podíamos ter a democracia direta, ou seja democracia na verdadeira aceção da palavra, esta funcionaria diretamente através do voto eletrónico, mas há quem diga que não há outra democracia.
Interessa a muita gente manter o sistema actual pois é bem mais faci manipular os dados. Veja-se o exemplo da terça feira passada.