IMUNIDADE PARLAMENTAR
Quero destacar aqui dois temas bastante atuais. Começo pelo
levantamento, ou não, da imunidade parlamentar aos senhores Deputados da ALM ou
outros. Sem querer analisar casos em concreto vou referir-me à classe na
generalidade. Por muito respeito que me merecem alguns Deputados, entre os
quais tenho alguns amigos(as), questiono. Quando a corrupção, a promiscuidade,
a falta de qualidade política, a má gestão da coisa pública, o palavreado
brejeiro e ofensivo na ALM e outras são diariamente protagonizados pela classe política, estes senhores
ainda acham-se no direito de merecerem
imunidade? Ainda acham que são melhores que o cidadão comum que os elege e está
sujeito a ser penhorado ou ir preso por meia dúzia de euros desviados ao fisco
ou por uma simples multa de trânsito? A
Constituição portuguesa diz que ninguém está acima da lei e por isso não
encontro justificação para os Sr.s Deputados terem estatuto de intocáveis
quando alguns estão sobejamente referenciados por alegados crimes públicos.
Quanto a mim esta aberração só tem cabimento porque são os senhores a aprovar
as leis e assim aprovam as que mais lhes convém. No mundo actual cheio de
corruptos, vigaristas e pedófilos, até na igreja católica, ninguém merece
estatuto de imunidade. São cidadãos iguais a quaisquer outros e devem estar
sujeitos à lei respondendo, perante os
tribunais, pela vossa conduta. Vou mais longe; os eleitores só deveriam votar
no partido que prometesse acabar com este abuso e com as mordomias desta
classe.
Continuo para destacar a intervenção da Srª Deputada Nivalda
Gonçalves, na ALM, que invocou o
Estatuto Político Administrativo para argumentar contra a extinção de
Freguesias. Pois bem Srª Deputada antes de se agarrar demagogicamente aos
estatutos para agradar a “meia dúzia” de eleitores que votam no seu partido
mais os Presidentes de Junta que fazem um jeitão na altura das eleições, veja o
lado prático da medida. Acha que se justifica J. de Freguesia tão próximas uma
da outra cuja distância se percorre em 5 minutos a pé como, por exemplo,
Sé, S. Pedro e Stª Luzia. Ainda como ex., porque não integrar, pela
proximidade, S.Roque em Stº António e S. Gonçalo em Stª Maria Maior ou o
Imaculado C. Maria no Monte, poupando assim, ao erário público, despesas administrativas,
alugueres de instalações, água, luz e comunicações? Apenas os funcionários
transitariam de instalações salvaguardando-lhes os postos de trabalho. Não acha
que com a legião de pobres na Madeira, que o seu partido criou, o que a região
menos precisa é que se gaste dinheiro em caprichos para conquistar – como se
tem feiro até aqui- “meia dúzia” de votos? Acabem com os vícios mofentos de 30
anos e mais rápido se sairá da crise.
Juvenal Rodrigues
Publicado no Diário em 8.5.12
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