terça-feira, 24 de julho de 2012

PARA ONDE CAMINHA ESTE PAÍS?





Muito se tem escrito sobre os estatísticas do desemprego, tanto na Madeira como no continente, porém nem o Governo sabe, ao certo, a verdadeira dimensão deste flagelo. Só podemos afirmar que são mais do que as percentagens tornadas públicas. O DIÁRIO tornou público que o desemprego atingiu, na Madeira, 193% em seis anos porém, estes números oficiais não serão, certamente, reais. Isto porque falta contabilizar os desempregados de longo prazo que, entretanto, perderam o subsídio de desemprego, os pequenos empresários (a grande maioria) e  ainda os trabalhadores por conta própria (recibos verdes) que, por absurdo e pelas leis injustas que temos neste país não são contabilizados como desempregados e consequentemente não têm direito ao desemprego. Veja-se as assimetrias incompreensíveis que arrastam, para a lama, seres humanos cujo Governo não lhes garante emprego, nem subsídio, mas precisam continuar a viver. Com os pequenos empresários então é uma aberrante injustiça. Enquanto um trabalhador por conta de outrem (ainda) tem direito a regalias sociais, um pequeno empresário que, por vezes, emprega  um agregado familiar de três ou quatro pessoas e que desconta duplamente para a segurança social ( 24% como entidade patronal e 11% como empregado)  mais IRC e IRS, nem sequer tem direito a desemprego se a sua pequena empresa falir colocando na miséria uma família inteira. A mesma situação verifica-se com os trabalhadores a recibos verdes, enquanto os político e amigos são premiados com chorudas e por vezes duplas reformas quando apenas contribuíram para arruinar o país. Quando aparecerão políticos honestos que legislem, com justiça, beneficiando aqueles que realmente contribuem para a riqueza do país e não aqueles que querem apenas viver á custa da política? Temos um quadro completo de aberrações se juntarmos a tudo isto o facto do Estado ser devedor e principal causador da insolvência de pequenas empresas cujo(s) gerente(s) são responsáveis pessoais pelas dívidas ao fisco e à S. Social. Estes serão “perseguidos” , ferozmente, pela vida fora onde quer que estejam até pagarem essa dívida. Veja-se a sequência e as consequências; O Estado deve e não paga mas obriga-os a pagar o IVA dos créditos não recebidos. Não lhes permite recorrer a linhas de crédito oficiais porque são devedores ao Estado, que contribuiu para a sua ruína. Não lhes dá subsídio de desemprego quando estes ainda descontaram mais que os outros. Depois penhora-lhes uma parte do vencimento mensal, quando, e se, estes conseguirem arranjar emprego. Quem disse que o Estado é pessoa de bem quando se beneficia a si próprio, permite que os corruptos fiquem impunes, não castiga ladrões de colarinho branco e cai com todo o seu peso em cima dos que, simplesmente, querem trabalhar para viver. Algum político honesto poderá afirmar que um país assim conseguirá um dia endireitar-se?
Juvenal Rodrigues

Publicado no DN em 28.6.12

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