terça-feira, 30 de julho de 2013

O FENÓMENO DOS (IN)DEPENDENTES



Sempre acreditei, e disso tenho feito apologia nos meus escritos, que a Madeira iria um dia mudar o rumo político. Mas que essa mudança seria tão abrupta não era fácil prever. O homem que com arte ou artimanha montou uma máquina que julgou indestrutível é o mesmo que por vingança, ressabiação e falta de cultura democrática está a destrui-la introduzindo, na sua grande mas frágil engrenagem farpas de malvadez. Do homem que tentou dominar tudo e todos resta apenas um moribundo político ao qual todos começam a voltar costas. Não só aqueles que o bajulavam para cair nas suas graças como os madeirenses em geral que, por se aperceberam tarde do logro em que caíram, querem agora livrar-se das sua garras, gastas pelo tempo que ele próprio não soube manusear. Mas porquê a introdução deste preâmbulo? Simplesmente para chegar ao fenómeno das listas de independentes ou dependentes - mais tarde veremos- para as eleições autárquicas. Registo com apreensão algumas listas, que certamente não serão uma mais valia, como, por ex., os independentes pelo Monte, por Machico, por São Vicente, pelo Porto Santo - certamente aparecerão outros- mas que não nos garantem isenção. Nada tenho contra desde que sejam efetivamente movimentos de cidadãos genuínos (os movimentos) que queiram contribuir para uma salutar cidadania e para livrar os madeirenses deste regime onde qualquer coisa parecida com democracia foi, e é,  pura coincidência. Todavia, pelo menos nos sítios que eu mencionei, alguns destes movimentos são compostos por militantes do PSD-M que assim, em alguns concelhos, passam a concorrer com 2 listas. Daí que algumas legítimas interrogações assolem o pensamento da população. Porquê esta debandada do “laranjal? Serão os saudosistas dum passado recente que querem, a todo o custo, continuar com os mesmos vícios introduzidos pelos seus antecessores? Será que tiveram um rebate de consciência e agora querem penitenciar-se perante a população que o seu partido enganou? Serão os ressabiados que, mesmo com algum valor, foram excluídos das listas pelo “vinganças? Serão os 49% do Dr. Miguel Albuquerque?  Ou será simplesmente que estão a prever a desintegração do PSD-M e a morte política do seu amado líder? Como vêm os madeirenses terão que estar atentos e bem esclarecidos acerca de alguns falsos independentes e ainda aqueles que votam contra algumas leis na AR para depois votarem a favor na ALM. No dia 29 de setembro não se deixem enganar, novamente, ao escolherem quem irá governar as Câmaras municipais e Juntas de Freguesia  da Madeira.
P.S. Será que Governo Regional quer ser sócio da RTP-M para fazer dela mais um Jornal da Madeira?

Juvenal Rodrigues  
Publicado no D.N Madeira em 05-07-13

Sem comentários:

Enviar um comentário