segunda-feira, 3 de setembro de 2012

AS CONSEQUÊNCIAS


As consequências desta crise são já trágicas a curto prazo e imensuráveis no futuro. É uma questão de tempo. Os corruptos e ambiciosos em sintonia com governos incompetentes são uma autentica mistura explosiva  para a destruição do sistema económico e social. Não fora a ambição cega pelos valores materiais e esta gente perceberia logo que estão a trilhar uma estrada sem saída. As medidas de austeridade actualmente impostas, embora parecendo resolver o problema da crise, só o vai agravar. Os ordenados baixos e os cortes de subsídios vão originar menos poder de compra e um estrangulamento no comercio que ao não vender originará  falências e o imediato despedimento dos trabalhadores. Por outro lado ninguém quererá investir num local onde a população não tem poder de compra. Os aumentos constantes dos combustíveis vão paralisar toda a economia. Sem comercio e indústria as receitas do Estado diminuem drasticamente e o consequente aumento das despesas com o desemprego e outros benefícios sociais. Se não houver um sistema de saúde de qualidade teremos uma população doente e maiores despesas em cuidados de saúde. Com o difícil acesso à  educação o país arrisca-se a ter uma população analfabeta e aqueles que conseguem concluir um curso emigrarão por falta de emprego, com graves problemas futuros na ciência e tecnologia.  A agitação social começa a tomar forma com assaltos violentos, roubos, pequenos furtos, consumo de drogas e violência doméstica acabarão por aumentar a população prisional originando ainda  processos moroso e caros. As actividades comerciais paralelas, com fugas aos impostos são previsíveis porque será preferível arriscar coimas ou até prisão do que pagar impostos tão altos. Daí a estagnação das receitas de Estado. A tudo isto juntemos a corrupção e especulação incontroláveis devido à quantidade de casos cujos tribunais não terão capacidade para resolver. O tráfego e o consumo de drogas subirão exponencialmente, os primeiros porque tudo farão para ganhar dinheiro de qualquer forma e os segundos fruto da degradação social. O aumento do consumo de ansioliticos  é já uma constante o que irá originar mal estar, desconforto e subaproveitamento na classe trabalhadora. Acrescentemos a tudo isto a degradação familiar e teremos as tais consequências imprevisíveis. Pergunto; A quem interessa esta estado de coisas? A ninguém certamente. Mas tal como o homem, por ambição cega, não mediu as consequências da degradação do ambiente também  não as mede a nível económico e social. Depois será o caos! Alguns leitores estarão a pensar; mais um profeta da desgraça! Mas garanto-lhes que gostaria de estar a fazer outro discurso bem mais positivo. Sou apenas mais um que se preocupa com o futuro e  tenta chamar a atenção dos políticos e grandes magnatas no sentido de trilhar um rumo social mais equitativo e equilibrado enquanto ainda estamos a tempo de evitar a degradação total.
Juvenal Rodrigues
Publicado em “cartas do leitor” do DN Funchal em 18.08.12

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