Acredito que hoje vou ser polémico já que vou abordar um
tema quase tabu para os homens mas muito badalado pelas mulheres. Arrisco mesmo
a “levar com o rolo da massa” mas se conseguir com isto evitar apenas uma cena
de violência num lar acho que já valeu a pena.
Muito se tem falado e escrito sobre a violência doméstica referindo
apenas a face visível deste problema ou seja a violência física onde o homem,
quase sempre, leva a melhor. Mas este tema não se esgota na força física, é
muito mais abrangente, complexo e requer análise mais elaborada. Será o homem o
único culpado pela violência no lar? Eu designaria à partida algumas formas de
provocar conflitos no casal. A primeira, quiçá a mais condenável, é sem duvida
a violência física exercida quase sempre pelo homem que por ser fisicamente
mais forte provoca muitas mazelas e até homicídios. Porém existe também
a violência psicológica para onde as mulheres se inclinam mais e ai não se sabe
quem é mais forte. A violência gestual onde qualquer um dos intervenientes
ameaça com aquilo que tem à mão e daquele gesto nasce a agressão. Outra
terrível forma de violência é a verbal onde o homem e a mulher se agridem
mutuamente com palavras ofensivas, amuos, gestos obscenos ou “berros” e como
nenhum se cala e os impropérios continuam impõe-se, de seguida, a lei do mais
forte. Até a violência de um olhar carregado de ódio também pode desencadear a
pancada. Como vêm existe muitas formas de violência e poucas fórmulas para resolve-las. Serão os beligerantes capazes
de começar a inverter algumas? Antes dos contendores invocarem os assaz
direitos porque não invocar primeiro os deveres? Porque não usar o bom senso e a tolerância para chegar aquele
diálogo que tem o condão de evitar a violência física e verbal? Porque não
evitar o vocabulário impróprio, pelo menos no calor da discussão, usando a
palavra mágica “desculpa” ou “veremos isso mais tarde”? Exceptuando os casos em
que o homem chega a casa embriagado e mal entra à porta começa à zaragata com a
esposa e os filhos pode sempre haver maneira de apaziguar os ânimos se houver
inteligência e bom senso. Na maior parte das vezes a mulher vai participar á
polícia (o homem não vai por vergonha) e acaba nos tribunais mas apenas resolve
um problema de direito já que os problemas conjugais adensam-se porque a
justiça é feita à base de frias leis que não contemplam sentimentos e quem
acaba por mais sofrer são as crianças com a violência e a separação dos
progenitores? Será que não valeria a pena evitar tudo isto em nome da paz e do
bem estar das crianças? Todas as formas de violência deveriam ser banidas da
face da terra mas para isso é necessário que as pessoas ponham os deveres acima
dos direitos. Em próxima oportunidade abordarei um tema também muito
controverso, a lei da paridade.
Juvenal Rodrigues
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