Regresso ao passado?
Desejo todo o progresso para a nossa terra mas não ao elevado preço de “custe o que custar” que trará o regresso do PAEF
29 JAN 2018 / 02:00 H.
Recusa-mo-nos a regressar ao passado! Os madeirenses têm que mobilizar-se em torno da defesa da nossa terra e isso implica não voltar ao tempo do Dr Jardim e permitir que a Madeira volte ao mesmo caminho da dívida escondida, do achincalho político, das “guerras” contra Lisboa e Açores e dos “jobs for the boys. Os madeirenses e porto-santenses mais atentos já perceberam que o Dr. Miguel Albuquerque abdicou de governar e deixou tudo para o seu vice, Dr Pedro Calado, que parece estar mais interessado em ganhar as próximas eleições, (2019) para satisfazer Alberto J. Jardim, ou então descobriu petróleo na Madeira dado a preocupante ligeireza com que faz promessas de voltar a apostar nas obras megalómanas do alcatrão e do cimento. Anunciou a conclusão do troço da cota 500 pelo valor de 9 milhões, conclusão da via expresso (VE) entre Santana e S. Jorge no valor de 14 milhões, conclusão da obra VE entre Raposeira e Ponta do Pargo, no valor de 24 milhões seguindo-se a ligação entre S.Jorge e Arco de S.Jorge. Relembro que todas estas obras foram suspensas devido à assinatura do contrato do PAEF, exatamente pelas dívidas loucas que o Dr Jardim vinha contraindo às escondidas. Também já fala no aumento da Pontinha num valor aproximado dos 100 milhões de euros, temos a obra do hospital, essa sim prioritária, cujo valor da comparticipação da Madeira rondará os 170 milhões. Se juntarmos a isto os 100milhões que a Madeira perdeu em receita fiscal em 2017 através do CINM, verificamos que está muito dinheiro envolvido e se na Madeira não descobrimos petróleo isto significa que são mais promessas falsas ou então voltarão à dívida escondida. Mas ainda não ficamos por aqui no que concerne a despesas uma vez que, já para este ano temos a despesa com o helicóptero para os incêndios e o famigerado plano B para o Ferry nos três meses de verão por 3 milhões os quais divididos por 3 meses equivale à “módica” quantia de 1 milhão/mês ou se preferirem 83.340 euros por cada uma das 12 viagens. O frete do famoso charter para os estudantes custou “apenas” 30.000€ pelo que se deduz que com esta excentricidade custara quase três vezes mais viajar de Ferry do que avião. Tudo isto não passa de uma monumental irresponsabilidade com o objetivo de deitar poeira nos olhos dos madeirenses antes das eleições de 2019, já que são encargos megalómanos insuportáveis para os depauperados cofres da região o que significaria um novo “assalto” aos nossos bolsos através do aumento do custo de vida e dos impostos porque ninguém tenha ilusões que todo o dinheiro, bem ou mal gasto, nós contribuintes é que o pagamos.
Fazendo um exercício de memória conseguimos uma analogia entre o passado e o presente que nos leva a recordar que quando o Dr Pedro Calado, responsável pela área financeira,saiu da CMF, anunciou publicamente que teria deixado um milhão e duzentos mil euros de saldo positivo e afinal o executivo de Paulo Cafôfo ainda está a pagar uma dívida à volta de 100 milhões que este senhor deixou. O rol de irresponsabilidades do PSD-M vai muito mais além já que é do conhecimento público as dívidas que o PSD-M deixou em todas as Câmaras e Juntas de Freguesia da região, do regabofe que foram as Sociedades de Desenvolvimento, tecnicamente falidas, agora com mais uma injeção de capital de 33milhões de euros, das Marinas e dos ruinosos contratos de concessão da via rápida (VR1) entre Caniçal e a Ribeira Brava com uma extensão de apenas 37Km e ainda da via expresso , VE1, VE2, VE3 e VE4, com um total de apenas 69 Km cujo contrato remonta ao ano 2000 e prolongar-se-á até 2025 se entretanto não houver um Governo capaz de inverter este descalabro. Aqueles que acompanham de perto a governação da RAM e para os que não têm memória curta sabem que tudo isto é verdade. Lembram-se da famosa dívida da região no valor de 6 mil milhões que até deu origem ao famoso “cuba Livre” e que o Governo do Dr Jardim e os deputados do PSD-M sempre negaram afirmando que eram mentiras da oposição? Pois em Dezembro de 2017, na discussão do Orçamento da Região para 2018 na ALR o Sr Vice-Presidente Pedro Calado finalmente admitiu que em 2011 a dívida da região era de 6mil milhões e de então até agora o G.R. havia reduzido 1,2 mil milhões. Então a dívida era real, não era invenção da oposição! Para me convencer, o Dr. Pedro Calado terá que explicar onde irá buscar dinheiro para gastar em tantas promessas, sendo que até lá reservo-me o direito de não acreditar nele. Havia tanto para recordar desta tão má governação ao longo de 40 anos mas vou apenas referir mais um caso para provar que a Madeira viveu, durante a era PSD-M, um pesadelo que jamais deverá acontecer. A tristemente célebre queda do Banif não deixou feridas apenas nos depositantes já que muitos dos barões do regime como a Fundação Social Democrata, Joe Berardo e a Fundação Horácio Roque também entraram em decadência o que indicia que o poder económico da região e os governos PSD sempre andaram de mãos dadas no (des)controlo de toda a economia madeirense até ela se desmoronar.
Desejo todo o progresso para a nossa terra mas não ao elevado preço de “custe o que custar” que trará o regresso do PAEF.
Daqui alerto a oposição e madeirenses em geral para as perigosas fantasias de Pedro Calado aliado a nova versão dos “renovadinhos” mais o “lobby” dos transportes marítimos, do cimento e do alcatrão que deram várias vitórias eleitorais ao velho “jardinismo” e agora teimam em ressuscitar os velhos gurus de um passado recente e formar uma nova “bomba” de promiscuidade o que não augura nada de bom para o futuro desta terra.
PS: Alvissares a quem souber do paradeiro do presidente do G.Regional da Madeira.
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