quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A HERANÇA MALDITA

Não há dúvidas que o Sr. Pr. do G.R., que  alguns madeirenses erradamente idolatraram e mantiveram no poder durante trinta e tal anos, deixará uma herança de promessas não cumpridas e uma dívida colossal que durante muitos anos- só por isso-  os madeirenses serão obrigados a lembra-lo.
Pelas dívidas acumuladas penhorou seriamente a autonomia  chegando ao ponto da Região ficar sujeita a avaliações trimestrais, pela República. E pensar que esta foi a bandeira que ele, com orgulho, usou como se fosse uma conquista apenas sua. Deixa uma ilha, outrora pacífica e honrada, com má fama. Deixará um contingente de desempregados porque não pagou, a tempo e horas, as dívidas contribuindo para a falência das empresas e o consequente aumento do desemprego.  A “Singapura do Atlântico” prometida em dias de euforia  quedou-se pelas marinas fantasmas, pelas vias rápidas que, no futuro, poucos usarão por falta de dinheiro para combustível, pelas S. D. e parques industriais falidos. Uma Zona Franca que nasceu “torta”,  nunca gerou  consenso nacional e internacional. Nem o Dr. Jardim nem a maioria dos madeirenses sabem se esta foi uma mais valia para a região ou se apenas uma fuga aos impostos(ler suite 605) pelos grandes capitalistas. Uma coisa é certa pelo menos foi a causa de um PIB transvestido de rico, numa região pobre, devido ao espírito aventureiro e fantasista do Governo que ao ver os seus amigos  ficarem ricos de um dia para o outro, imaginou que aconteceria o mesmo à Madeira. Deixa um sistema de Segurança Social falido por dívidas. O ensino, depois de pensar que iria ser exemplar quedou-se entre os piores resultados do país. O desporto acaba numa ruína anunciada depois de tanto esbanjamento em profissionais de futebol, em campos, piscinas e pavilhões agora às moscas. Deixará um povo inculto no que respeita a valores democráticos porque impediu que se praticasse uma democracia plena e sadia em vez de manipulada pela máquina “laranja”. Deixará um PSD-M destroçado porque a cegueira de ser o único importante apenas criou agachados e impediu que despontasse verdadeiros valores dentro do partido. É verdade que deixou um bando de “mijinhas” arruaceiros, cujo expoente máximo é A J Jardim, para perpetuar o seu estilo conflituoso mas, por falta de visão política, de ética e moral nunca serão o futuro democrático que a Região necessita. Deixará, aos olhos dos forasteiros, uma Madeira em aparente progresso cuja verdade oculta é pobreza, desemprego e dívidas.
Será que posso renunciar a esta herança maldita uma vez que nunca votei neste Governo  e, como nunca tive cartão laranja, nunca beneficiei de tachos ou penachos?
Nunca tive dúvidas que um dia, a maioria dos madeirenses, iriam apontar-lhe a porta mais pequena que a Madeira tem. Será que valeu a pena tanta ganância para ganhar quarenta e tal actos eleitorais?
PS. Kadhafy caiu. Morreu, como viveu, de forma violenta. A história tem demonstrado que todos os ditadores têm um final infeliz.

Juvenal Rodrigues

Publicado no Diário de Noticias Funchal em 09.11.11


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