Se vivo em democracia, pelo menos aparente, jamais aceitarei um Governo déspota, insano ou teimoso que possa vir, de qualquer modo, pôr em risco a terra que me viu nascer que gostaria fosse o futuro lar dos meus filhos, netos e gerações vindouras.
Alguém já contou quantos Governos, em democracia, se dirigem ao povo nos termos: Energúmenos, parvalhões, analfabetos, ignorantes e idiotas? Quanto a mim estes termos só poderiam ser usados numa verdadeira ditadura onde os governantes se julgam deuses com poder absoluto sobre tudo e todos. A minha mente impôs-me esta reflexão quando ouvi o discurso do Dr. Jardim, creio que numa inauguração em Santana, onde o governante proferiu estes impropérios e ainda exclama: “eu estou numa democracia representativa, o povo aceita e se não aceita escolhe outro governo!” referindo-se ao hospital que prometeu e não quer cumprir. Depois, referindo-se ao aterro, diz: “grite quem gritar” dando a entender que poderá “chover cobras e lagartos” que vai seguir a sua avante. No meu entender isto é uma constatação, clara, de que a Madeira vive um défice democrático. Ou, numa 2ª análise, tem um governante já desesperado, em fim de carreira, que não tem nada a perder e até anseia que o Povo lhe dê um “empurrão”. Vejamos as incoerências de um Governo! Depois de 10 anos, e gasto 4 milhões, descobre que fazer o novo hospital sai muito caro, porém não se coíbe de gastar o dinheiro em estádios de futebol e numa das “noivas caras”, o J. M. Quer gastar 40 milhões de um dinheiro destinado à reconstrução da Madeira - só possível ao abrigo da duvidosa lei de meios- num mirabolante cais de 300 m para acostagem de navios de grande porte o que, julgo, será mais um “porco” igual ao da Marina do Lugar de baixo. Já agora que estou com a “mão na massa” e, porque parece que irá haver um inquérito a opinião publica, aproveito e adianto-me. Será que alguém já aventou a hipótese de remover, apenas uns metros mais para fora, aquele aterro, para fazer lastro no fundo do mar onde assentaria o prolongamento da actual pontinha ficando assim com mais 300 metros para acostagem dos tais navios e aproveitando as recentes instalações alfandegárias que custaram tanto dinheiro? Além de satisfazer a maioria dos madeirenses e limpar a nossa linda baía talvez não se gastasse muito mais dinheiro. Posso até estar a dizer um disparate mas, entre tantas, a minha opinião vale o que vale até ouvir pessoas entendidas na matéria a se pronunciar sobre esta hipótese. Porque já me resta pouco espaço quero finalizar agradecendo alguns comentários, online e felicitações pessoais, dos leitores do Diário, às minhas “cartas do leitor”. Sem procurar protagonismo empenhar-me-ei, sempre, em defender a minha/nossa querida ilha.
Juvenal Rodrigues
Publicado no Diário Notícias em 4.03.2011