quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O ANO EM REVISTA

 

O ano em revista

O ano aziago de 2020 está no seu términos e não deixará saudade, antes pelo contrário, uma indelével ferida pungente tal como deixou a peste negra na Europa entre 1347 a 1351 ou a gripe espanhola entre 1918 e 1920. Para os anais da história ficará os milhões de vítimas, os astronómicos milhões de prejuízos causados e os graves problemas sociais. Os velhos desta geração, em serões familiares ou em roda de amigos, contarão histórias alusivas e alguns lamentarão a fome e a morte de algum familiar ou um amigo vítimas deste autêntico naufrágio da humanidade. Ficará, também, uma referência à vacina da Pfaizer e BioNtech por terem sido desenvolvidas em tempo recorde como nenhuma outra em toda a história da medicina. Os nomes dos cientistas Dr. Ugur Sahin, a Drª Ozlem Tureci e Stephane Bancel que desenvolveram a vacina, depressa serão esquecidos uma vez que não são jogadores de futebol ou ténis. Será que os terráqueos compreenderão, finalmente, a diferença entre os cientistas que salvam vidas e os atletas que apenas servem de entretenimento e, colocarão o Mundo na ordem certa? Entretanto o avantesma Covd-19 já ameaça o Mundo com nova estirpe mas ainda há quem não acredite no primeiro.

Nelson Carvalho, diretor da UCAD, focou um problema premente (DN 11-12-20) que a todos deve preocupar o qual eu já alertei através das “cartas do leitor” (19-07-2013) com o titulo “operação All in”, para o perigo dos jogos online e offline através da internet, equivalentes a qualquer droga que cria uma terrível dependência com a agravante de entrar em qualquer casa através de um cabo de fibra ótica levando um Casino a cada um, aliciando velhos e novos que possuem um cartão de crédito. O diretor da UCAD disse ainda que isto era um problema da estrita responsabilidade da Assembleia da Republica mas eu não acredito que eles se atrevam a criar legislação contra o interesse dos“lobbys” e, tal como a droga, é preferível cair no esquecimento. A sociedade é que tem de mobilizar-se contra os interesses instalados e travar esta nova praga que trará muito mal ao Mundo por ganância desmedida.

A TAP, a nossa companhia de bandeira, nunca foi uma mais valia para o país, acumulando prejuízos anualmente e já há quem alvitre que teria sido melhor deixar nas mãos dos privados. Sinceramente acho que não, o dinheiro da TAP voa mais rápido que o avião, quer seja pública ou privada, e nós contribuintes acabamos, em qualquer caso, por arcar com os prejuízos, assim, mal por mal, é melhor que seja de todos os portugueses porque a pagamos.

O racismo um dogma inventado para criar instabilidade e vender jornais e imagens televisivas diferenciando raças, criando ódios e quezílias, chegou ao cúmulo de suspender um jogo de futebol (PSG x Istambul) para protestos antirracistas. Dado o protagonismo mediático, todo o mundo falou e cultivou-se ainda mais o ódio e a xenofobia. Porque não noticiam sem referir a cor da pele, raças ou credos? As únicas diferença que distinguem o ser humano é a cor da pele e uns são feios, bonitos, mais ou menos violentos ou mais ou menos corruptos mas isso é comum a todas as raças.

O Presidente do G.R, nas “100 maiores empresas” afirmou que Portugal tem nas suas Ilhas uma oportunidade, que no contexto democrático ainda não aproveitou. Será que o Dr. Miguel Albuquerque já parou para pensar que se a Madeira é útil a Portugal, este também é útil à Madeira? Que se não fosse Portugal com a adesão à U.E. a nossa região não passaria de um minúsculo ponto perdido no mapa Mundo? Quando atira balas de pólvora seca contra Lisboa lembrou-se de referir que Portugal também é credor, em 30%, da dívida da Madeira mas não anda a apregoar isso aos quatro ventos? Percebe que as estúpidas quzílias partidárias estragam com o desenvolvimento e coesão da nossa pátria e atrasam o nosso progresso? O Mundo reconhece-nos pela Bandeira das Quinas e não por qualquer governante ou partido. Bertrand Russel proferiu uma frase célebre:O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e os idiotas estão cheios de certezas.

2020 foi fertil em acontecimentos inenarráveis e pretendia passa-lo em revista mas apenas deu para mencionar alguns por manifesta falta de espaço. Continuaremos no próximo, pois prevejo que haverá muitas feridas sociais e mazelas a curar a nível da saúde, da economia e da política. Um feliz e melhor possível ano de 2021 para todos.

Juvenal Rodrigues

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

PRIORIDADES INVERTIDAS

 

Prioridades invertidas

São tantas as prioridades invertidas que assolam o nosso quotidiano que custa imenso escolher uma. Começando pelo famigerado Novo Banco que de novo nada tem a não ser as renovadas injeções de capital, alguém que explique direitinho porque é que os portugueses tem que contribuir com os seus impostos para injetar dinheiro num Banco com um historial de contradições; Foi ou não comprado pelo “Fundo Lone Star “? Se, como dizem,o dinheiro vem do Fundo de Resolução, com que dinheiro se alimenta esse fundo? Porque se teimam em manter um Banco que vem dando prejuízos desde 2017? Se o dinheiro vem do Estado como é que a Lone Star tem autoridade para fechar73 balcões e despedir 510 trabalhadores aumentando assim a despesa do Estado com o desemprego? São estas questões que têm que ser explicadas para ao menos percebermos porque é que os partidos da oposição ameaçam chumbar o O. E. para 2021 sabendo que irão agravar a crise financeira, provocada por esta terrível pandemia, se o Governo for obrigado a governar com duodécimos em 2021. Sabemos que o mundo da alta finança chafurda bem na lama e talvez por isso seja preciso manter estes casos confusos, obrigando o poder político a esconder parte da verdade uma vez que nenhum governo, no Mundo, quer aprofundar estes casos já que eles próprios, estão reféns dos grandes grupos capitalistas. Não admira, pois, que os mais ricos, em plena crise pandémica, aumentaram as respetivas fortunas em 27%, acumulando cerca de 10 biliões de dólares. Já não há lugar para dúvidas, o Mundo está subjugado por corruptos, interesseiros, incompetentes e ditadores disfarçados de democratas ao ponto de fazer lembrar uma célebre frase de Elie Wiesel: “Pode haver momentos em que somos impotentes para evitar a injustiça mas nunca deve haver um momento em que deixemos de protestar”

A população não pode estar sujeita a governos arrogantes que por terem ganho um ato eleitoral já se julgam donos do território mandando e desmandando a seu belo prazer, esbanjando os fracos recursos económicos como se não houvesse amanhã. Os governos passam mas os países ficam para sofrer as consequências das más governações.

E quando se fala em incompetências a Madeira não foge à regra por ser um flagrante mau exemplo de gestão da coisa pública. Todos nós sabemos que a nossa principal fonte de receita é o turismo já que o sector primário da economia regional, por incúria, foi negligenciado por um (des)governo psd, com mais de 40 anos. Infelizmente o turismo sofreu uma drástica redução, sem previsibilidade de aumentar a curto prazo mas o G.R. continua a gastar à tripa-forra os parcos recursos financeiros que dispõe (por enquanto) a contar já com verbas a fundo perdido que ainda não chegaram.

Estamos a braços com uma calamidade sem precedentes, com mais de 80 mil madeirenses em pobreza extrema e um crescente manancial de pobreza envergonhada sem recursos financeiros para mitigar a fome à família. Estamos com uma taxa de desemprego galopante, próximo dos 7% e a crescer, sendo que o G.R já admite chegar a 18.5%. Aquelas famílias que antes da pandemia eram remediadas estão agora a entregar as casas e outros bens ao Banco porque perderam o emprego e a recorrer ao banco alimentar. Aumenta o contingente dos sem abrigo e idosos abandonados porque escasseiam os lares de terceira idade. A saúde está enferma apresentando, de ano para ano, um défice assustador, agora agravado exponencialmente com as despesas com testes e isolamentos profiláticos em hotéis. O dinheiro escasseia para contratar profissionais de saúde e não há vagas para consulta nos Centros de Saúde aumentando assim o risco de doenças que poderiam ser detetadas precocemente. As infindáveis listas de espera para cirurgias já vão além de 16.000. Depois desta avantesma calamidade alguém compreenda que o G.R. anuncie medidas populistas de gastar 5 milhões para um campo de futebol em Câmara de Lobos e cerca de 17 milhões para uma ligação rodoviária entre a via rápida e o Jardim da Serra? Que se dê milhões todos os anos às Casas do Povo na perspetiva de ganhar mais uns votos? Que se gaste milhões em 460 nomeações para as diversas secretarias do Governo apenas para satisfazer interesses partidários? Alguém pode aceitar esta ordem de prioridades numa altura de tanta miséria e sofrimento? Onde está a coerência e o bom senso do nosso Governo? A prioridade de um bom Governo, terá de ser, invariavelmente, de zelar para que não falte o pão na mesa das famíliaJ                  Juvenal Rodrigues

terça-feira, 1 de setembro de 2020

TALHADOS UM PARA O OUTRO


Talhados um para o outro

O poder político e o poder económico são dois itens sociais indissociáveis e nem o covid-19, consegue separa-los, a bem dos intrínsecos valores morais. Eles cantam, bailam, fazem contorcionismos, dão tristes espetáculos, fazem figuras ridículas mas, no fundo, o que interessa é ter muito poder que lhes abre portas ao dinheiro. As pessoas tardam em perceber que o verdadeiro “partido” é o económico que, apesar de ninguém votar neles, está cada vez mais forte. Todos correm para um lugar ao sol, porém, quem lá chega são os políticos multifacetados e de palavra fácil.

André Ventura, um papagaio de bico afiado e penacho brilhantes, saltou do galho da bola para o galho da política porque percebeu que o povo gosta do seu papaguear e adotou aquela máxima popular “não importa que digam bem ou mal, o que interessa é que falem de mim” Na verdade tem conseguido tal desiderato. Ele percebeu(alguns é que não) que, financeiramente, a política é mais rentável, vai daí pegou numa sigla (Chega) até então desconhecida e copiou o modelo de extrema direita de Trump, Bolsonaro, La Pen e outros extremistas porque sabe que a população está farta do atual modelo de governação e anseia mudanças que acabam por nunca surtir efeito uma vez que a política está cheio de papagaios coloridos que ganham popularidade quando dizem exatamente, aquilo que o povo quer ouvir, depois, vai-se a ver e nada.

Lembram-se de Marinho Pinto que papagueava muito bem, foi um dos fundadores do PDR, passou por eurodeputado e até apregoou que os deputados europeus ganhavam muito? Onde está ele agora? Foi apenas mais um fogacho que brilhou enquanto os media lhe deram cobertura. Pergunta-se: O que fez ele, os andrés e outros aventureiros da política, pelo seu país além de uma fugaz tentativa para conquistar um lugar ao sol? São ondas, senhor, são ondas, como dizia a rainha Santa Isabel (trocando as ondas pelas rosas. São ondas da política que agitam as hostes populares mas após a “tempestade” a onda amaina e o mar volta a ficar calmo, com os mesmos peixes, a mesma poluição e os mesmos tubarões predadores que se alimentam da arraia miúda.

Ventura papagueia tão bem que até convenceu Miguel Albuquerque a mostrar a sua verdadeira ideologia, extrema direita, ou seja, a doutrina que o dr.Jardim implantou no psd local e que prevalecerá pela vida fora enquanto houver “laranjal. Tal foi o deslumbramento de Albuquerque que não se coibiu de dar um chega-p’ra-lá no seu atual parceiro de coligação, o CDS, que, embora furibundo ainda disparou, timidamente, um tiro de pólvora seca para a praça pública mas acabou por engolir o sapo para não perder as mordomias das cadeiras do Governo, porém, ainda não perceberam que estão a prazo e a ser cozinhados em lume brando e quando forem descartáveis sujeitam-se à extinção. Na verdade, Albuquerque não olha a meios para conseguir uma maioria confortável na ALM e pouco se importa com quem faz alianças desde que lhe permita assegurar a Quinta Vigia seja a que preço for. É caso para dizer que Ventura e Albuquerque estão mesmo talhados um para o outro. É esta sede interminável de poder que o líder do psd-m já não consegue esconder. Mas o André, outro oportunista, dá-lhe uma sonora “estalada” de luva branca e aproveita para cimentar, publicamente, a sua posição de extremista porque sabe que isso está numa onda de dar votos e responde a Albuquerque que não faz alianças com partidos da área social democrata e ainda por cima da-lhe o “KO” final ao convida-lo para apoiar a sua candidatura à presidência da República. Como diria Fernando Pessa “e esta hein” Por sua vez o dr. Jardim aproveita a deixa, deita mais achas para a fogueira e empurra Albuquerque para o fogo. A típica “vingança do chinês!

É destes jogos que vivem certos políticos populistas, sem valores morais, que se aproveitam da boa fé e da ingenuidade do povo para ganharem poleiro. Mas uma coisa é certa, se o povo julga que são estes papagaios que nos vão tirar deste atoleiro social em que nos encontramos, então não aprenderam nada nestes 46 anos de vivência democrática. Reparem que são sempre os interesses partidários e financeiros a falar mais alto quando o PCP, contra toda a lógica imposta pelo Covid-19, prepara-se para levar a efeito a festa do Avante mandando às urtigas as recomendações da DGS e faz tábua rasa da opinião publica. É o auge da degradação política submissa aos interesses económicos e partidários.

Juvenal Rodrigues

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

SEM CONSUMIDORES NÃO PODERÁ HAVER ECONOMIA

  Juvenal Rodrigues 28 de Julho de 2020

Não poderia deixar de começar pelo tema da corrupção que voltou a ter grande destaque na C.Social com o caso BES onde tantos milhões foram desviados para alimentar as contas bancárias de 25 energúmeno sem vergonha e sem princípios morais. Até altas figuras da nação como Cavaco Silva, Carlos Costa e Passos Coelho negam envolvimento nas falcatruas mas não conseguem negar que incentivaram os portugueses quando disseram à C.Social que o BES era um Banco sólido .

Esta praga está cada vez mais disseminada na atual sociedade e já não há medidas que a consigam travar. Este crime,difícil de provar, será sem dúvida o cancro financeiro deste século uma vez que a nível moral já bateu no fundo.

Desculpem a minha ignorância mas nem fazia ideia que existia tanto dinheiro por esse mundo fora. Só dos cofres da UE, saem 750 mil milhões. Para Portugal são 45mil milhões e a Madeira também será contemplada com 1.7 mil milhões. Tantos milhões irão despertar muita cobiça e gerar mais corrupção. A grande incógnita é se este dinheiro, que se destina a um plano de recuperação económica, será bem utilizado trazendo retorno financeiro ou pelo contrário servirá para contrair mais dívida para empobrecimento das famílias? Depois de tantos milhões dou comigo a refletir; obrigam-nos constantemente a apertar o cinto tendo tanto dinheiro em cofre? Será que os governos e os grandes grupos económicos ainda não perceberam que se não houver consumidores não haverá economia. Esta pandemia mostrou isso claramente mas a ganância impediu-os de aprender a lição. Por outro lado, nem quero imaginar as “piranhas” a devorar os milhões provenientes da UE que em vez de colmatar os estragos causados pela pandemia Covid-19 irão engordar as contas bancários de muitos oportunistas. Muitos já estarão a afiar os dentes para abocanhar o bolo enquanto outros preparam-se para enfrentar miséria e mais carga fiscal, ou seja; os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres com as dívidas.

A corrupção é um polvo cujos tentáculos abraçam todas as áreas da sociedade, desde a política, à governação passando pelo social até a economia e alimenta-se sempre da mesmas vítimas, o povo, que não tem meios para escapar aos seus tentáculos, estrangulando-nos lenta e impiedosamente. Os encargos com os impostos e com o custo de vida irão paulatinamente aumentando porque nenhum país terá sistema financeiro que resista a tanto dinheiro roubado. E como o povo sustenta todo este sistema corrupto, por muito que desconte, nunca chega para fartar tanta vilanagem. Saliente-se que independentemente de legislação mais ou menos rigorosa nenhum país escapa a este flagelo. Já muita vezes as poucas pessoas sensatas e com visão de futuro alertaram para o capitalismo sem regras que está a dominar toda a sociedade mas a ganância é tanta que, aos (i)responsáveis, é mais cómodo “enterrar a cabeça na areia” e deixar andar. Acredito que, bem antes do que supomos, este sistema financeiro chegará ao ponto de rotura, tal como já acontece com o ambiente que agora os governantes já não conseguem reverter porque os grandes lobby não deixam.

Como se esta maldita pandemia não fosse suficiente junta-se o flagelo económico que está a provocar o colapso de muitas pequenas e médias empresas direta ou indiretamente ligadas ao turismo e o empurrão a muitos trabalhadores atirados para o desemprego com a consequente miséria das famílias.

Infelizmente a nossa ilha tornou-se demasiado dependente do turismo e sofrerá dupla crise, de consequências ainda imprevisíveis porque os rios de dinheiro gastos não tiveram em conta o sector primário e afins que nos permitisse alternativa. Adivinha-se muita gente de mão estendida à caridade sem que as instituições tenham capacidade de resposta.

Por cá, neste cantinho abençoado, os nossos governantes têm o sentimento de “guerra” tão enraizado que gastaram 300mil euros do Orçamento Regional para desenvolver o jogo de guerra e saque “do or Die” talvez a pensar numa “batalha” com Lisboa, mas como os nossos vasos de guerra estão na faina da pesca e os tiros são de pólvora seca o “inimigo nunca morre” Não fora o nosso dinheiro que está a ser esbanjado era caso para umas sonoras gargalhadas. Embora o sócio- gerente da “Azimuthstar”, empresa fornecedora do jogo, negue que tivesse intenção de obter, ilicitamente, fundos da região a verdade é que mais uma vez enfiamos o barrete e 300mil foram “queimados” em coisas supérfluas quando, embora não pareça, a região atravessa tanta miséria. As estúpidas e desnecessárias guerras com Lisboa estão a dar cabo da paciência dos madeirenses já que os problemas da região estão a passar para segundo plano e apenas se ouve as reivindicações, não pelo bem estar dos madeirenses mas por banais politiquices. Não tenham dúvidas que tudo isto é apenas a tentativa de reconquista das autarquias perdidas pelo psd-m, já nas autárquicas do próximo ano. Qualquer pessoa que fale em nome do psd-m, parece ter um “chip”implantado com a mesma gravação a maldizer Lisboa. A Madeira merece ser governada com responsabilidade e não com o único objetivo de ganhar eleições.

domingo, 19 de julho de 2020

GERIR A FALÊNCIA

Gerir a falência

O Governo Regional sempre usou mal os rios de dinheiro que lhe tem chegado às mãos

Eu já havia alertado que a pandemia originada pelo covid-19, acabaria por dar lugar a uma crise económica sem precedentes. Resta saber gerir a falência.
Albuquerque pede autorização ao Estado para contrair dívida de 300 milhões para fazer face à devastação causada pelo “coronavírus. O Estado concede autorização até 480 milhões, mais do que Albuquerque pedia mas este não fica satisfeito porque agora quer o aval da República o qual apregoou publicamente que a Região não precisava do aval do Estado para se endividar. Como está mal preparado para governar faz as contas sobre o joelho e não se lembrou de um pequeno/grande pormenor. Se a contração do empréstimo junto da Banca tivesse o aval do Estado a Região pagaria 0,9% de juros, mas se o Estado não avalizar, os juros sobem para 2% ou seja, mais do dobro. “pela boca morre o peixe” e agora se não houver a boa vontade do Estado a Região vai pagar o dobro dos juros.
Como qualquer coisa serve para alimentar brigas, logo surge outro caso. Agora é por causa da moratória da dívida, pela qual estão a fazer um grade alarido, sem antes procurarem saber se tal é permitida pela U.E entre entidades públicas. Até poderá ser uma desculpa do Ministro das Finanças para recusar a moratória mas que outra coisa poderiam esperar depois de tantas e repetidas ofensas contra Lisboa ? Albuquerque e Calado só podem esperar mesmo o que esteja no rigoroso cumprimento da lei e não vale a pena tentar convencer que Lisboa está contra os madeirenses porque o que eles estão é contra a arrogância do G. Regional. Aqui o que está bem patente é uma “guerrilha” estúpida de cores partidárias para alimentar o egocentrismo de Albuquerque e Calado e os madeirenses estão a ser apanhados no fogo cruzado. Aqui o que existe, repito, é uma uma estúpida “guerra” entre um Governo do PSD-M contra um Governo do PS na Republica. Isto é exatamente igual ao que o G.R. faz com a C.M.F. tentando paralisa-la por não ser psd. Eles sempre, demonstraram uma doentia aversão a quem não seja da sua cor partidári
A LFR aprovada em 2013, curiosamente, pelo PSD e CDS quando eram coligação na República, é outro “cavalo de batalha” usado desde o tempo do dr. Jardim que até se demitiu para provocar eleições antecipadas que de nada serviu.
Um governo sensato defenderia os madeirenses não com guerras estéreis mas com negociações idóneas e consensuais como acontece com os Açores. Este PSD-M com a sua estúpida atitude conflituosa está a isolar a Madeira do resto do país com consequências nefastas para os madeirenses, e para quê? Por mais meia dúzia de votos?
É óbvio que, nesta altura, todo o Mundo precisa de ajuda e a Madeira não foge à regra como tal recorrer a empréstimos é um mal necessário, o que me preocupa é saber como irá ser usado esse dinheiro, pois os madeirenses ainda estão a pagar dívidas escondidas por dinheiro esbanjado.
O Governo Regional sempre usou mal os rios de dinheiro que lhe tem chegado às mãos; Foi nas Sociedades de Desenvolvimento, foi em 22 piscinas públicas à volta da Ilha, foi em marinas, foi em recintos desportivos como o de Gaula que não serve para nada, foi no desporto profissional, foi nas PPP, foi nas Casas do Povo e em tudo o que dava votos mas nem sempre em benefício da Região. Ainda por cima o homem que vai gerir esse dinheiro, Pedro Calado, não está isento de pecado uma vez que quando estava na CM.F. deixou uma dívida à volta de 100 milhões e até usou dinheiro do município para celebrar contratos “swap acima dos 900 mil euros
Além do mais os senhores Presidente e Vice-Presidente estão tão ocupado com as birras que nem apresentaram ainda um plano para reestruturação da economia da Madeira sabendo que o endividamento dos 480 milhões só pode ser planeado até final de 2020. É necessário que explique aos madeirenses como tenciona usar o dinheiro dos empréstimos mais aquele que virá a fundo perdido porque apesar desta aparente facilidade em adquirir dinheiro, não tenhamos ilusões que no futuro teremos uma pesada fatura a pagar. Como dizia o Dr. João C. Neves, doutorado em economia, “não há almoços grátis” o que significa que alguém terá que pagar a recuperação da economia, portanto o dinheiro terá de ser bem aplicado.
O leitor lembrar-se-á, certamente, das engenharias financeiras levadas a cabo pelo antigo vice-presidente do G.R, João Cunha e Silva quando instituiu as S. D. apenas para contornar a lei do endividamento zero imposta pela Ministra Ferreira Leite com o fim de contrair dívida em nome das Sociedades mas com o aval da região. Hoje as S.D. continuam a ser autênticos sorvedouros de dinheiro e não servem para outra coisa que não seja assegurar bons ordenados aos conselhos de administração.
Como vêm, o que nos deve preocupar é todo um passado de dinheiros mal gastos e alertar para que não volte a acontecer. Lá diz o ditado: “gato escaldado, de água fria tem medo” e os madeirenses ainda estão a pagar um PAEF, de má memória, por dívidas escondidas.

quarta-feira, 29 de abril de 2020

UM INCERTO AMANHÃ


Esta catástrofe clarificou que o Mundo está assente sobre quatro pilares fundamentais

28 ABR 2020 / 02:00 H.


É certo e sabido que depois desta pandemia o Mundo não voltará a ser o que era. Apesar da desgraça a todos os níveis, este liliputiano vírus veio provar que em muitas coisas estamos errados e é urgente arrepiar caminho, mas não para voltarmos ao que era antes porque aí é que reside o problema. Teremos que dar mais valor à coexistência e menos dependência de uma economia agressiva e sem regras. Não tenhamos ilusões, o covd-19 veio para ficar e alterar significativamente os nosso usos e costumes e o remédio é aprendermos a conviver com ele, tal como aprendemos a lidar com o HIV ou outras doenças contagiosas. Como tal precisamos, isso sim, ter um sistema de saúde cada vez mais robusto, com pessoas responsáveis capazes de responder a este enorme desafio como não existiu outro na nossa geração. Já alguém imaginou a grande calamidade se a Saúde estivesse privatizada? Onde iriam as pessoas arranjar dinheiro para se tratarem, ainda por cima desempregadas?
Paradoxalmente, quando as super potências se preparavam para a 3ª guerra mundial de devastação massiva gastando biliões em armamento, eis que ela surge repentinamente em forma de um esquálido vírus e sem disparar uma única bala e para o qual de nada serve um bunker pois a nossa casa é o único refúgio.
Aos poderosos, do alto da sua arrogância, lembro que bastou um minúsculo vírus para nos igualar. Resta apenas saber se o Mundo aprenderá algo com esta pandemia e se o dinheiro aplicado em armamento será canalizado para a ciência. Os surtos epidemiológicos não são de agora o problema é que o ser humano nada aprendeu e volta a cometer sempre os mesmos erros ao não compreender que deveria investir mais na Saúde do que na guerra. Esqueceu que minúsculas, mas letais, bactérias emanados da natureza podem causar mais danos na humanidade do que uma guerra. Não aprendeu com a peste bubónica, (peste negra), que causou cinquenta milhões de mortos entre 1333 e 1351 na Europa e na Ásia, a cólera que dizimou centenas de milhar de pessoas entre 1817 e 1824, a tuberculose que ceifou a vida a cerca de um milhão de almas entre 1850 e 1950, a varíola que já causou cerca de 300 milhões de mortos entre 1896 e 1980, para não falar da gripe espanhola, do tifo ou da febre amarela. Depois de todas estas pandemias e apesar da grande evolução tecnológica acentuada em meados do século XX, o ser humano apenas aprendeu a preocupa-se em ser mais poderoso que o seu semelhante, usando o poder do dinheiro, curiosamente, para provocar conflitos mundiais que trazem mais sofrimento e morte. Insisto na questão: será desta que os grandes líderes aprenderão a interagir com a natureza admitindo humildemente que ela é mais forte? Os norte-americanos estão a pagar um preço elevado porque o Trump pensou que era mais forte que a natureza e os brasileiros irão ter a mesma sorte, ou pior, porque o desmiolado do Balsonaro desvalorizou o “bicho” classificando-o como uma “gripezinha”
Esta catástrofe clarificou que o Mundo está assente sobre quatro pilares fundamentais; a Saúde, incluindo a mental, que demonstrou claramente não estar preparada, a economia que está a derrapar e após esta pandemia deixará uma epidemia de miséria e fome nos países mais pobres, a social cujas consequenciais por agora não conseguiremos quantificar e a ambiental onde, para os céticos, ficou provado que para a atmosfera reequilibrar-se teria que evitar o excesso de consumo de combustíveis fosseis que pouparia a emissão de um milhão de toneladas/dia de CO2 para a atmosfera. Ficou provado que a natureza não precisa de nós para nada mas nós, com a nossa pungente fragilidade, dependemos totalmente dela. Todos os governos do Mundo demonstraram claramente não estarem preparados para tamanha provação e só agora começam a perceber que esta calamidade lhes colocou nos braços um caso de dimensões imprevisíveis. Talvez agora pensem duas vezes antes de decidirem privatizações, só porque sim, quer na Saúde, na Banca, nos transportes aéreos ou terrestres, assim como outras áreas vitais para a sobrevivência da população porque os grandes grupos económicos, ao mínimo abalo, correm todos para os braços do Governo. Para eles apenas contam os lucros e quando as empresas apresentam prejuízos vão logo entrega-las ao Estado pois sabem que os contribuintes pagarão a fatura. Como exemplo temos a TAP que um governo de má memória privatizou e que está agora a mendigar o auxílio do Governo. Onde está o David Neeleman, armado em grande empresário, que usou a nossa TAP para canalizar turismo para o Brasil e que distribuiu prémios pelos seus gestores? Quem lhes pedirá contas por má gestão? Dir-me-ão! Mas a Banca que os portugueses salvaram com seus impostos vai agora ajudar-nos! Pois vai, porque também é do interesse dos banqueiros mas não tenhamos ilusões porque essa ajuda não é grátis e será paga com juros, faltando apenas saber o período de carência. Ficou provado que as grandes empresas se, enquanto públicas não funcionam, enquanto privadas também não. Umas ou outras precisam mas é de gestores responsáveis que seriam castigados por gestão danosa ou recompensados por boa gestão.
Pela nossa saúde fique em casa pois, melhor que as palmas, será o isolamento social para demonstrar aos nossos profissionais de saúde que lhes estamos gratos pela sua abnegação e sacrifício.

sábado, 28 de março de 2020

O DIA EM QUE A VIDA PAROU


O dia em que a vida parou

faça-se cumprir o estado de emergência porque nenhum status social pode sobrepor-se ao intrínseco valor da vida

28 MAR 2020 / 02:00 H.


Um microscópico vírus parou, literalmente, a vida no Mundo. A corrida ao armamento nuclear passou para segundo plano e os conflitos mundiais deram lugar ao fechar fronteiras para contenção de um vírus chamado coronavírus/ covid-19. As bolsas mundiais contiveram-se nas transações financeiras, mola real das grandes economias, e até os atentados terroristas foram esquecidos. Os poderosos Trump, Putin, Xi Jinping, ditadores ou democratas, acagaçaram-se perante um minúsculo vírus apenas detetável com a ajuda de um microscópio. Os seus bunker anti-nuclear tornaram-se obsoletos ante a ameaça deste temível inimigo mortal mais forte do que todo o seu poder bélico. Quão ridículos se devem sentir ao perceberem que todo o seu poder militar de biliões de dólares são tão vulneráveis como a “habitação” de um sem abrigo. Perceberam que apesar dos seus mísseis, terra-terra ou terra-ar, as suas mortíferas bombas nucleares, os seus poderosos porta-aviões ou toda a sua tecnologia de ponta, estão tão vulneráveis como o comum dos mortais cuja única proteção resume-se a uma máscara anti-gotículas que custam apenas alguns euros.
Por imposição de um micro-organismo emanado de uma natureza que tão mal tratamos, estamos literalmente presos em casa sujeitos a uma medida de coação que nem necessita de pulseira eletrónica. Cabe aqui lembrar que se torna-se imperativo pensar uma maneira de combater o isolamento forçado de milhões de pessoas que, por via disso, arriscam a sua sanidade mental e depois da pandemia do vírus, enfrentaremos outra do foro psicológico.
Quão insignificantes se devem sentir as grandes estrelas do mundo do espetáculo, futebol, ténis e outros que se sentiam seguros no seu pedestal da fama e de um momento para o outro foram esquecidos. Os homens dos milhões que tudo compram e todos corrompem, aperceberam-se que estão rigorosamente no mesmo pé de igualdade daqueles que têm apenas tostões.
Uma lição futura podemos aprender com este maldito vírus, covid-19; é extremamente democrático, não discrimina ricos, pobres, pretos ou brancos, fracos ou poderosos. Veio mostrar e impor ao Mundo a tão propalada igualdade de que todos falam mas poucos praticam.
Num momento em que os homens parecem ter ensandecido, por incompetência, estupidez e incoerência, a mãe natureza talvez quisesse enviar este emissário para lembrar quão frágil é a espécie humana e mostrar que temos obrigatoriamente de corrigir o nosso percurso de vida.
Sabemos como e quando esta pandemia começou mas não sabemos como e quando irá acabar, já que os governantes, os cientistas e a nossa geração nunca enfrentou uma hecatombe de tal dimensão mundial e, como tal, não estavam (ainda não estão) preparados para ela. Até os agentes de saúde estão vulneráveis.
Espera-se e deseja-se que em breve seja descoberto uma cura ou vacina para erradicar este medonho vírus, todavia os efeitos colaterais far-se-ão sentir, no futuro, através de uma terrível recessão da economia mundial cujo os efeitos serão equivalentes a uma “bomba nuclear” com as consequências inevitáveis nos postos de trabalho das pequenas e médias empresas. É certo que o avanço da tecnologia permite-nos o teletrabalho mas não poderá haver trabalho se não houver clientes/consumidores.
Doí-me imenso olhar para as ruas desertas da minha cidade, outrora tão cheia de vida e de turistas, os quais aprendemos a tratar como vizinhos, e compreendemos que sem eles o Funchal é uma cidade sem vida. Do mesmo mal padecem ricas, e extravagantes cidades como Nova Iorque, Paris, Londres, Tóquio, as cidades que nunca dormem, e estão hoje mortas, com as sua ruas desertas, com o comercio e indústria a definhar e com pessoas amedrontadas.
Talvez a natureza nos queira recordar que os poderosos, com os seus milhões, têm nas mãos uma “vacina” chamada comida que mitigaria a fome aos necessitados mas, esses milhões ainda não serviram para criar uma vacina contra um inimigo invisível.
Sou democrata e acérrimo defensor dos valores democráticos, aos quais sempre faço apologia, porém, parafraseando Manuela Ferreira Leite, se tal for necessário para combater este inimigo mortal chamado covid 19, suspenda-se a democracia e faça-se cumprir o estado de emergência porque nenhum status social pode sobrepor-se ao intrínseco valor da vida humana. Termino com uma palavra de conforto e estímulo para aqueles que, como eu, estão, literalmente, prisioneiros ; pela sua saúde, fiquem em casa, na certeza de que quanto maior for agora o isolamento social, mais cedo nos voltaremos a abraçar, no futuro.
“As únicas desgraças completas são aquelas com as quais nada aprendemos.” William Ernest Hocking

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

VIVER OU VEGETAR?

Viver ou vegetar?

28 FEV 2020 / 02:00 H.
O ano de 2020 começa pródigo em acontecimentos mediáticos que seria impossível não aborda-los em qualquer artigo de opinião. Tentarei arranjar espaço, para dois temas sobejamente badalados.
A eutanásia
Comecemos por aqui, já que acaba de ser aprovada, na generalidade, na Assembleia da República. Podemos aquilatar da complexidade deste tema já que os deputados foram desobrigados da disciplina de voto e vimos que no espectro político, desde a extrema esquerda à extrema direita, nada foi consensual num assunto que mexe com moralidade, religiosidade, consciências ou opiniões.
Alguém disse: “Não há nada mais democrático do que a morte”. Pois, todos são contemplados.
Neste caso também não concordo com um referendo popular na medida em que, num assunto tão delicado, não aceito que seja 51% a decidir sobre os outros 49%, pois a sociedade está profundamente dividida sobre este tema.
Por sua vez a Igreja, conservadora, nem quer ouvir falar na eutanásia porque vai contra a lei de Deus e para eles as leis terrenas são secundárias. Todavia os próprios cristãos estão divididos, uma vez que já muitos sentiram na pele o que é ter um familiar em estado vegetativo.
Os próprios médicos estão divididos, uns porque vai contra a sua formação e código deontológico, outros porque são objetores de consciência e outros, simplesmente, porque têm a sua opinião.
Os cuidados paliativos poderão atenuar o sofrimento de um doente terminal imobilizado mas não atenua os efeitos colaterais dos familiares que ficam prisioneiros dos cuidados com o paciente, muitas vezes, eles próprios, impedidos de terem uma vida normal.
Abordados os problemas morais, passemos aos sociais que trarão, certamente, consequenciais imprevisíveis quando baixar à Comissão dos Assuntos Constitucionais, Liberdades e Garantias.
Como e quando o doente terminal poderá optar pela morte assistida? Quem determinará que este está na posse das suas faculdades mentais para decidir? Se não, qual o familiar que deverá decidir se o ente querido deverá partir? Pois, compreende-se que haja opiniões diversificadas.
Que dirão as seguradoras no caso de haver seguros de saúde ou de morte e quantos casos irão arrastar-se indefinidamente nos tribunal se não for produzida legislação esclarecedora de modo a responder a todos estas vertentes?
Sinceramente admito dúvidas em votar sim ou não mas repudio veementemente aqueles demagogos que falam em matar. Não se trata de tirar a vida ou obrigar alguém a morrer. É um ato livre e espontâneo de um ser humano que já não tem o mínimo de qualidade de vida e sabe que se tornou um peso inútil.
Racismo.
Segundo o dicionário, “racismo é a teoria que defende superioridade de um grupo sobre outro, baseado em conceitos de raça. Mas quem disse que um branco é superior a um preto ou outra raça qualquer? É a própria sociedade que cria o estigma e o preconceito quando admite que a raça branca é superior à negra quando, na verdade somos iguais, apenas diferindo na cor da pele. António Gedeão no seu poema“lágrima de preta” lembra que as lágrimas têm a mesma composição. Acho que não deveriam fazer um caso onde não há caso, porém, se for para definir racismo, tanto seria castigado um branco que chame preto a outro, como incorre no mesmo crime, qualquer negro que chame branco a outro. Os “produtores de leis” na A.R. lembraram-se de criar legislação sobre um assunto tão natural, apenas para justificar o ordenado. Sempre houve e haverá brancos, pretos, amarelos e vermelhos, ponto final parágrafo. Agora, violência verbal ou física é outro coisa. É inaceitável e condenável mas isso, infelizmente, é próprio e usual em pessoas sem educação que ofendem tudo e todos indiscriminadamente.
Acho ridículo o estardalhaço que se fez acerca do jogador de futebol Marega que se sentiu ofendido por lhe dirigirem impropérios. Mas isso não é racismo, é falta de civismo de uns selvagens -pretos ou brancos- que vão para um estádio de futebol apenas para descarregar as frustrações que acumulam durante a semana. Esses, sim, devem ser castigados por ofensas a jogadores, a árbitros ou ao espetador do lado, mas não por racismo.
Deixemo-nos de populismo barato, pois todos sabemos que, sobretudo em recintos desportivos, lei nenhuma acabará com as ofensas verbais e físicas. Fizeram das palavra racismo e/ou xenofobia, assunto para os meios de comunicação social e para dar emprego a dezenas de comentadores desportivos, eles próprios, a se ofenderem verbalmente, quase chegando a vias de facto, ante uma câmara de televisão.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

UM VÍRUS NA SAÚDE DA REGIÃO

UM VÍRUS NA SAÚDE DA REGIÃO

Já não é apenas o problema da contestada nomeação do dr. Mário Pereira. Já não é o problema dos milhares de utentes nas listas de espera para uma cirurgia. Já nem é a bagunça no sesaram Não! O problema é o vírus que grassa incontrolado, na saúde da região e que veio para ficar. Enquanto os vírus tradicionais vão aparecendo periodicamente, vão sendo diagnosticados e debelados, este não há antídoto que o elimine. Não! caros leitores isto não é dizer mal, por dizer, é um facto que poderá ser constatado por qualquer utente do SRS (serviço regional de saúde) e em qualquer centro de saúde da região Imagine o utente que tem um um problema de saúde e precisa de uma consulta. Um serviço para o qual toda a vida descontou para prevenção de doenças. Chega ao Centro de Saúde do Bom Jesus no Funchal, em janeiro 2020, e diz para a funcionária: Tenho um problema de saúde e preciso de uma consulta o mais breve possível! Funcionária: Desculpe mas não temos vagas! Como assim!? Não estou a falar de uma cirurgia! É apenas uma simples consulta para diagnosticar um problema de saúde! Funcionária: Repito que não temos vagas para a sua médica de família! Mas como poderei obter uma consulta uma vez que não tenho dinheiro para pagar uma consulta no privado? Funcionária: Se quiser marcar consulta terá que vir cá a partir de Abril de 2020. Senhora! Mas se eu não for consultado para saber qual a minha maleita , posso nem chegar a Abril de 2020. A única hipótese é obter consulta numa “vaga do dia” mas terá que apresentar-se no Centro às oito horas! Atenção; mas só se for mesmo urgente! Mas eu não sou médico para saber se o problema é grave e tem urgência! Respondo. Se calhar terei que estar moribundo – pensei. A Funcionária, que tal como eu não tem culpa de um pobre sistema de saúde, olha-me, faz-me um gesto de (in)compreensão e passa-me um papelito com o horário das “vagas do dia” Foi para chegarmos a isto que descontamos 40 anos para o serviço de saúde? Caro utente do SRS, permita-me um conselho; Evite toda e qualquer despesa supérflua e guarde os trocos num mealheiro para se um dia precisar de uma consulta médica. Não obstante se morrer antes de ser consultado o aferrolho serve para as despesas do funeral. Assim vai a saúde na região! E se me responderem quem em Lisboa também é assim eu mando-os para...quarentena.
Juvenal Rodrigues

sábado, 1 de fevereiro de 2020

A MISÉRIA DA TAP ou TAP MISERÁVEL

Embora já tivesse afirmado, nestas páginas, que enquanto houver outra transportadora aérea entre Continente e Madeira eu jamais viajaria na TAP (transportes amigos dos portugueses), por razões que me transcendem, fui “obrigado” a viajar nela para o trajeto Madeira/Lisboa/Funchal e mais uma vez testemunhei o execrável comportamento destes sovinas. Eu explico; Além dos preços escandalosos que praticam por uma viagem entre a região e o Continente ainda reduziram a miserável “refeição”. Lembro-me dos tempos em que a TAP era de serviço público, ainda davam uma ligeira refeição quente, consoante fosse à hora do jantar ou almoço. Depois de Passos Coelho vender a companhia aos privados, passaram a servir uma sanduíche e um copo de sumo e ultimamente passaram a um mísero saquito de batatas fritas; aqueles que as mães dão aos “putos” para não chatearem. Esta miséria serve apenas para se diferenciarem das companhias low cost que não servem nada. Ninguém me convence que o sr. Antonoaldo Neves, o amigo da Madeira - com amigos destes não precisamos de inimigos- não está a vingar-se das “bocas” que os madeirenses lhe mandam, reclamando com justíssima razão mas que ele deve entender que nós somos más-línguas e que pagar 500 ou 600 euros para viajar entre madeira e continente é uma coisa naturalíssima. Se mais alguma vez for “obrigado” viajar na TAP levarei uma boa feijoada à brasileira para distribuir pelos passageiros. Só se compreende que os madeirenses ainda viagem na TAP porque pagam apenas 86€ tal como pagam nas low cost mas por um miserável saquito de batatas fritas não vale a pena, já que um saquito de batatas é igual a nada. Bastaria apenas um mês que os madeirenses deixassem de voar na TAP, optando pelas outras companhias, iríamos ver como é que o senhor Antonoaldo se amanhava. Madeirenses, sei que viajar na TAP ou na concorrência pagam igual mas não podemos esquecer o mal que esta companhia está a fazer à nossa terra e a todos os madeirenses e devemos dar-lhe o merecido castigo. Apenas um mês para mete-los na linha!
Juvenal Rodrigues

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

ANO NOVO PROBLEMAS VELHOS

Ano novo problemas velhos

Em vez de andar às turras com o Governo da república deixe de parte a cagança e negoceie

28 JAN 2020 / 02:00 H.
Ano novo e velhos problemas para debater até à exaustão e, como sempre, sem solução. Portanto nada como começar o ano 2020 a alertar para os mesmos já que as promessas vãs voltarão em 2021 e novamente em 2023.
O meu primeiro artigo do ano é, obrigatoriamente, sobre o eterno problema do ferry, sempre novo mas com mirabolantes episódios: desperdício de dinheiro, parvoíces e arma de arremesso político.
Tivemos que esperar que se realizasse as eleições regionais de 2019 para ficarmos a saber (quem não sabia!) que o governo Regional chegou à sábia conclusão que teria que abandonar a linha ferry, com o álibi de que não é rentável. Senhor Governo, terá que recorrer à inteligência artificial porque apesar de alargar o Governo em mais duas Secretarias, está rodeado de gente pouco inteligente. Então só agora chegou à conclusão que esta linha não era rentável, quando todos os madeirenses já sabiam disso? Então admite que gastou 6 milhões de euros em 2018 e 2019 para deitar poeira aos olhos dos madeirenses para não enxergarem onde colocar a cruzinha no boletim de voto? Não acha uma estranha coincidência que o operador, Grupo Sousa, tenha anunciado a desistência (ou conveniência?) do serviço em Setembro de 2019, um dia antes das eleições? Depois de vários anos deste serviço marítimo, só agora descobriu que a linha ferry nunca foi, nem nunca será rentável em termos financeiros, e terá que ser sempre subsidiada pelo erário público? A população também sabe que sempre será assim com a mobilidade terrestre ou aérea. Porque não abandona o confronto político com o Costa e senta-se à mesa de negociações para negociar um modelo se serviço público para as regiões autónomas? Todos sabemos que continuaria a não ser rentável mas talvez fosse menos dispendioso em termos financeiros já que, só com a mobilidade aérea, o Governo da República gastou, em 2018, setenta milhões (este ano tem nova taxa) a pagar subsídios para a Madeira e Açores. Talvez saísse mais barato uma linha aérea e outra marítima, de serviço público. Penso que mais tarde ou mais cedo é o que terá que acontecer. Primeiro porque está a prejudicar uma ilha que vive essencialmente do turismo; segundo, porque os subsídios pagos à TAP (amiga) tornar-se-ão insuportáveis já que são uma mama da qual a companhia não quererá abdicar.
Em vez de andar às turras com o Governo da república deixe de parte a cagança e negoceie. Isso sim seria defender a Madeira e os madeirenses. Afinal o braço de ferro com os governos da República, nunca resolveram os grandes problemas da Madeira; O ferry foi ao “fundo” as passagens aéreas estão cada vez mais caras, os madeirenses continuam a pagar a totalidade das passagens em vez dos 86 euros. Até o “meio” hospital e a redução dos juros da dívida, apenas foi conseguido com a boa vontade do Costa. Senhor Presidente M.Albuquerque, conhece o provérbio:”bezerro manso mama o seu e o alheio”? Se não conhece o ditado pergunte aos seus parceiros do cds-m. Eles dizem-lhe que é diplomacia, astúcia, bom senso e uma porção de graxa q. b.
Outra trapalhada monumental foi aquela votação dos deputados do psd-m, na Assembleia da República ao optarem pela abstenção na votação do O.E. Foram obrigados a furar a disciplina de voto do próprio partido para obedecer à ordem suprema do presidente do psd-m. Então depois de tantas alarido contra Lisboa, o presidente do G.R. contentou-se apenas com 50% do novo hospital e deixou cair todas as reivindicações, pelas quais fez tanta arruaça em ano de eleições?
Outra oportunidade que M.Albuquerque tem para mostrar que não defende os madeirenses apenas com bazófias, é rever as pensões miseráveis dos reformados e atribuir-lhes um complemento solidário de reforma, em 60 euros, tal como o Governo dos Açores já faz a tantos anos, e olhe que não os vejo fazer tanto alarido a apregoar que lutam pelo interesse dos Açores e dos acoreanos. Muitos destes pensionistas foram antigos pequenos empresários obrigados a fecharem as suas empresas devido às políticas erradas dos governos. Esses, além de não terem direito ao subsídio de desemprego, foram obrigados a negociar uma reforma miserável, sem atualização ao longo dos anos, por isso ainda hoje recebem menos de 300€ quando o ordenado mínimo já vai acima dos 600€. mostre que também gosta dos mais desfavorecidos e não só dos seus amigos empresários. Em vez de andar a gastar o nosso dinheiro para satisfazer clientelas políticas, rodeie-se, urgentemente, de assessores competentes e honestos que não se movam apenas pelo tacho.
As únicas desgraças completas são aquelas com as quais nada aprendemos. William Ernest Hocking.