sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

VIVER OU VEGETAR?

Viver ou vegetar?

28 FEV 2020 / 02:00 H.
O ano de 2020 começa pródigo em acontecimentos mediáticos que seria impossível não aborda-los em qualquer artigo de opinião. Tentarei arranjar espaço, para dois temas sobejamente badalados.
A eutanásia
Comecemos por aqui, já que acaba de ser aprovada, na generalidade, na Assembleia da República. Podemos aquilatar da complexidade deste tema já que os deputados foram desobrigados da disciplina de voto e vimos que no espectro político, desde a extrema esquerda à extrema direita, nada foi consensual num assunto que mexe com moralidade, religiosidade, consciências ou opiniões.
Alguém disse: “Não há nada mais democrático do que a morte”. Pois, todos são contemplados.
Neste caso também não concordo com um referendo popular na medida em que, num assunto tão delicado, não aceito que seja 51% a decidir sobre os outros 49%, pois a sociedade está profundamente dividida sobre este tema.
Por sua vez a Igreja, conservadora, nem quer ouvir falar na eutanásia porque vai contra a lei de Deus e para eles as leis terrenas são secundárias. Todavia os próprios cristãos estão divididos, uma vez que já muitos sentiram na pele o que é ter um familiar em estado vegetativo.
Os próprios médicos estão divididos, uns porque vai contra a sua formação e código deontológico, outros porque são objetores de consciência e outros, simplesmente, porque têm a sua opinião.
Os cuidados paliativos poderão atenuar o sofrimento de um doente terminal imobilizado mas não atenua os efeitos colaterais dos familiares que ficam prisioneiros dos cuidados com o paciente, muitas vezes, eles próprios, impedidos de terem uma vida normal.
Abordados os problemas morais, passemos aos sociais que trarão, certamente, consequenciais imprevisíveis quando baixar à Comissão dos Assuntos Constitucionais, Liberdades e Garantias.
Como e quando o doente terminal poderá optar pela morte assistida? Quem determinará que este está na posse das suas faculdades mentais para decidir? Se não, qual o familiar que deverá decidir se o ente querido deverá partir? Pois, compreende-se que haja opiniões diversificadas.
Que dirão as seguradoras no caso de haver seguros de saúde ou de morte e quantos casos irão arrastar-se indefinidamente nos tribunal se não for produzida legislação esclarecedora de modo a responder a todos estas vertentes?
Sinceramente admito dúvidas em votar sim ou não mas repudio veementemente aqueles demagogos que falam em matar. Não se trata de tirar a vida ou obrigar alguém a morrer. É um ato livre e espontâneo de um ser humano que já não tem o mínimo de qualidade de vida e sabe que se tornou um peso inútil.
Racismo.
Segundo o dicionário, “racismo é a teoria que defende superioridade de um grupo sobre outro, baseado em conceitos de raça. Mas quem disse que um branco é superior a um preto ou outra raça qualquer? É a própria sociedade que cria o estigma e o preconceito quando admite que a raça branca é superior à negra quando, na verdade somos iguais, apenas diferindo na cor da pele. António Gedeão no seu poema“lágrima de preta” lembra que as lágrimas têm a mesma composição. Acho que não deveriam fazer um caso onde não há caso, porém, se for para definir racismo, tanto seria castigado um branco que chame preto a outro, como incorre no mesmo crime, qualquer negro que chame branco a outro. Os “produtores de leis” na A.R. lembraram-se de criar legislação sobre um assunto tão natural, apenas para justificar o ordenado. Sempre houve e haverá brancos, pretos, amarelos e vermelhos, ponto final parágrafo. Agora, violência verbal ou física é outro coisa. É inaceitável e condenável mas isso, infelizmente, é próprio e usual em pessoas sem educação que ofendem tudo e todos indiscriminadamente.
Acho ridículo o estardalhaço que se fez acerca do jogador de futebol Marega que se sentiu ofendido por lhe dirigirem impropérios. Mas isso não é racismo, é falta de civismo de uns selvagens -pretos ou brancos- que vão para um estádio de futebol apenas para descarregar as frustrações que acumulam durante a semana. Esses, sim, devem ser castigados por ofensas a jogadores, a árbitros ou ao espetador do lado, mas não por racismo.
Deixemo-nos de populismo barato, pois todos sabemos que, sobretudo em recintos desportivos, lei nenhuma acabará com as ofensas verbais e físicas. Fizeram das palavra racismo e/ou xenofobia, assunto para os meios de comunicação social e para dar emprego a dezenas de comentadores desportivos, eles próprios, a se ofenderem verbalmente, quase chegando a vias de facto, ante uma câmara de televisão.

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

UM VÍRUS NA SAÚDE DA REGIÃO

UM VÍRUS NA SAÚDE DA REGIÃO

Já não é apenas o problema da contestada nomeação do dr. Mário Pereira. Já não é o problema dos milhares de utentes nas listas de espera para uma cirurgia. Já nem é a bagunça no sesaram Não! O problema é o vírus que grassa incontrolado, na saúde da região e que veio para ficar. Enquanto os vírus tradicionais vão aparecendo periodicamente, vão sendo diagnosticados e debelados, este não há antídoto que o elimine. Não! caros leitores isto não é dizer mal, por dizer, é um facto que poderá ser constatado por qualquer utente do SRS (serviço regional de saúde) e em qualquer centro de saúde da região Imagine o utente que tem um um problema de saúde e precisa de uma consulta. Um serviço para o qual toda a vida descontou para prevenção de doenças. Chega ao Centro de Saúde do Bom Jesus no Funchal, em janeiro 2020, e diz para a funcionária: Tenho um problema de saúde e preciso de uma consulta o mais breve possível! Funcionária: Desculpe mas não temos vagas! Como assim!? Não estou a falar de uma cirurgia! É apenas uma simples consulta para diagnosticar um problema de saúde! Funcionária: Repito que não temos vagas para a sua médica de família! Mas como poderei obter uma consulta uma vez que não tenho dinheiro para pagar uma consulta no privado? Funcionária: Se quiser marcar consulta terá que vir cá a partir de Abril de 2020. Senhora! Mas se eu não for consultado para saber qual a minha maleita , posso nem chegar a Abril de 2020. A única hipótese é obter consulta numa “vaga do dia” mas terá que apresentar-se no Centro às oito horas! Atenção; mas só se for mesmo urgente! Mas eu não sou médico para saber se o problema é grave e tem urgência! Respondo. Se calhar terei que estar moribundo – pensei. A Funcionária, que tal como eu não tem culpa de um pobre sistema de saúde, olha-me, faz-me um gesto de (in)compreensão e passa-me um papelito com o horário das “vagas do dia” Foi para chegarmos a isto que descontamos 40 anos para o serviço de saúde? Caro utente do SRS, permita-me um conselho; Evite toda e qualquer despesa supérflua e guarde os trocos num mealheiro para se um dia precisar de uma consulta médica. Não obstante se morrer antes de ser consultado o aferrolho serve para as despesas do funeral. Assim vai a saúde na região! E se me responderem quem em Lisboa também é assim eu mando-os para...quarentena.
Juvenal Rodrigues

sábado, 1 de fevereiro de 2020

A MISÉRIA DA TAP ou TAP MISERÁVEL

Embora já tivesse afirmado, nestas páginas, que enquanto houver outra transportadora aérea entre Continente e Madeira eu jamais viajaria na TAP (transportes amigos dos portugueses), por razões que me transcendem, fui “obrigado” a viajar nela para o trajeto Madeira/Lisboa/Funchal e mais uma vez testemunhei o execrável comportamento destes sovinas. Eu explico; Além dos preços escandalosos que praticam por uma viagem entre a região e o Continente ainda reduziram a miserável “refeição”. Lembro-me dos tempos em que a TAP era de serviço público, ainda davam uma ligeira refeição quente, consoante fosse à hora do jantar ou almoço. Depois de Passos Coelho vender a companhia aos privados, passaram a servir uma sanduíche e um copo de sumo e ultimamente passaram a um mísero saquito de batatas fritas; aqueles que as mães dão aos “putos” para não chatearem. Esta miséria serve apenas para se diferenciarem das companhias low cost que não servem nada. Ninguém me convence que o sr. Antonoaldo Neves, o amigo da Madeira - com amigos destes não precisamos de inimigos- não está a vingar-se das “bocas” que os madeirenses lhe mandam, reclamando com justíssima razão mas que ele deve entender que nós somos más-línguas e que pagar 500 ou 600 euros para viajar entre madeira e continente é uma coisa naturalíssima. Se mais alguma vez for “obrigado” viajar na TAP levarei uma boa feijoada à brasileira para distribuir pelos passageiros. Só se compreende que os madeirenses ainda viagem na TAP porque pagam apenas 86€ tal como pagam nas low cost mas por um miserável saquito de batatas fritas não vale a pena, já que um saquito de batatas é igual a nada. Bastaria apenas um mês que os madeirenses deixassem de voar na TAP, optando pelas outras companhias, iríamos ver como é que o senhor Antonoaldo se amanhava. Madeirenses, sei que viajar na TAP ou na concorrência pagam igual mas não podemos esquecer o mal que esta companhia está a fazer à nossa terra e a todos os madeirenses e devemos dar-lhe o merecido castigo. Apenas um mês para mete-los na linha!
Juvenal Rodrigues