sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

O MAIOR CULPADO



                

O maior culpado  

Penso que já ninguém duvida que o P. do Governo é o principal culpado por a Madeira ter chegado ao estado de miséria em que se encontra. Se hoje temos uma região super endividada que se reflete numa cidade  parada, com milhares no desemprego, com falências diárias de empresas, e cidadãos cabisbaixos e tristes deve-se à “dívida abençoada” do Dr Jardim um governante teimoso, arrogante, trapaceiro e convencido que apenas se dedicou à caça ao voto e esqueceu-se de governar. Escondeu uma dívida colossal, fez investimentos ruinosos e deixou a Madeira sem futuro. Mesmo assim continua igual a si próprio sem se preocupar com um povo que ingenuamente lhe deu 36 anos de governação para fazer tudo o que entendeu. Apesar desta maldita crise superiormente elaborada por ele mais os barões do regime e apoiado pelo seu “meio partido” continua a reiterar nos erros que colocaram a Madeira em rota de colisão. Quem não aprende com os seus próprios erros jamais aprenderá. Num desprezo total pelos que sofrem, sem emprego, sem futuro e sem pão para dar aos filhos, mantém teimosamente  os 5 milhões do jackpot para a Assembleia, os 4 milhões para o panfleto Jornal Madeira, mais milhões para a marina fantasma e conclusão de mais piscinas para juntar hás cerca de 20 que a Madeira já tem sem verbas para manutenção. O Dr. Jardim roubou a dignidade à Madeira e madeirenses e deveria, por isso, a todos pedir perdão sem sequer ousar levantar os olhos do chão quando passasse  por u m madeirense. Todos se lembram dos discursos inflamados de ódio de um homem que dizia defender- quando lhe convinha- a Madeira e os madeirenses que, por acreditarem cegamente nele, estão hoje a mendigar caridade das instituições de solidariedade. Desta vez acredito na sua saída, forçado pelos 49% dos militantes do psd-m, pelas declarações dos “satélites” que gravitam á sua volta e pelos madeirenses que começam a despertar de um sono profundo. Por tudo isto o Pr. do Governo percebeu que em 2015 apenas teria os votos da família. Até prova em contrário acredito que este homem se mantém no Governo para concretizar uma vingança mesquinha a uma  população a quem ele não consegue mais enganar, assim como aqueles militantes do psd tantos anos subservientes mas que agora ousaram levantar-lhe os olhos reivindicando um direito básico em democracia. agora vêm-se ameaçados e expulsos. Atitudes extremistas, próprias de um feroz e tenebroso fascismo ou de uma aparente debilidade mental. Se isto não é uma ditadura pura e dura então arranjem-me um termo mais apropriado. Agora, como nunca, acho que todos os madeirenses deveria ler o livro “jardim a grande fraude” para compreenderem melhor este personagem e como ele levou a Madeira a este beco sem saída. Sem hipocrisia;  desejo a estes maus governantes um Natal cheio de tristeza igual à que causaram a milhares de madeirenses e a estes o melhor Natal possível. 
Juvenal Rodrigues

Publicado no DN Funchal em 19.12.12                   

JORNALISTAS CORAJOSOS



Jornalistas corajosos  

Ao ler, no DIÁRIO, as reportagens sobre o temporal que mais uma vez fustigou o Norte da nossa, já muito, sacrificada ilha da Madeira não me contive de manifestar a minha admiração e respeito pelos jornalistas do DN, nomeadamente, Victor Hugo, Orlando Drumond e Silvia Ornelas que segundo o relatado nas reportagens arriscaram a vida enfrentando  a ameaça do temporal  para informar os leitores e prestigiar o Jornal onde trabalham. São eles que, na sombra, construem  o prestígio que o Diário hoje tem na Madeira e internacionalmente. Profissionais que a troco de baixos salários arriscam a sua integridade física enquanto certos políticos e governantes ganham dois vencimentos dos impostos que eles descontam e sem molhar os pés se deslocam ao local da tragédia para apertar a mão aos desalojados e proferir discursos demagógicos afirmando a pés juntos que não tiveram culpa nenhuma pelo que aconteceu e que a culpa é apenas do S.Pedro. Aqueles que ficaram agora privados dos seus pequenos bens devem lembrar-se que foram esses governantes que sempre afirmaram defender a Madeira e os madeirenses que contribuíram para a vossa desgraça. 
Aos jornalistas  mencionados os meus sinceros parabéns pela vossa coragem que deram origem a um bom trabalho.

Juvenal Rodrigues

Publicado no DN Funchal em 11.11.12                     

Privatização da TAP



Privatização da TAP

Quando se diz que os políticos são eleitos para defender o povo apetece-me dizer-lhes; por favor não nos defendam porque sem a vossa defesa ficamos melhor. Li no DIARIO que o deputado do PSD-m, Guilherme Silva, afirmou que a confiar na palavra do ministro da economia a privatização da TAP acautela os interesses da RAM. Mas quais interesses? Já nem servem o princípio da continuidade territorial! Acaso é interessante para a Madeira a TAP em datas assinaladas como  Páscoa,  Natal ou  Verão cobrar mais de quatrocentos euros por uma ida e volta para Lisboa ou Porto quando já se vai a Inglaterra ou França apenas por 40€ voando o dobro do percurso? Quanto a mim a TAP não salvaguarda coisissima nenhuma como ainda prejudica a Madeira uma vez que as companhias low cost aproveitam o esquema da TAP para  praticarem os mesmos preços absurdos (chamo-lhe roubo) entre a região e o continente. Estes oportunistas estão a enganar-nos descaradamente? A autoridade para a concorrência deveria se pronunciar porque isto, quanto a mim, é uma vergonhosa concertação de preços entre TAP, SATA, Transavia  e Easyjet. Basta fazer uma pesquisa na net e comparar preços.

Juvenal Rodrigues

Publicado no DN Funchal em 24.10.12                               

50 FISCAIS





Sempre considerei o psd-m um partido atípico que apenas existe para sustentar o governo da sua cor partidária quer, esse, governe bem ou mal. O resultado está à vista. Tal como os regimes fascistas estagnou, tornou-se amorfo por falta de ideias frescas e sangue novo. Deputados, Secretários e Pr. da ALM acomodaram-se a este modo de vida fácil sem preocupações porque o grande chefe, enquanto teve dinheiro, a todos contentava e calava. Militantes e maioria dos “patas rapadas”, embalados e adormecidos neste limbo, sustentaram com o seu voto esta fantasia que ao contrário dos contos fadas  acaba da pior maneira. Ironia do destino, a máquina que uma só pessoa conseguiu controlar para uma região com 260.000 habitantes precisa agora de 50 fiscais para controlar apenas os militantes do psd-m. Será que após esta guerra suja com ameaças, ódios movida por Jardim a M. Albuquerque,  os madeirenses e militantes psd-m perceberão finalmente os maus instintos do homem que comandou os destinos desta terra durante 36 anos? Já viram como é que este partido, dito democrático, funciona ? começa com ameaças de expulsão aos militantes mais ousados. Promessas vãs para  pres. de concelhia, autarcas, pres. de casas do povo e responsáveis desportivos. Sucedem-se promessas de lugares nas listas para os lugares cimeiros que dá direito a diversas cadeiras incluindo a ALM, Comissão Regional, Comissão Política e Conselho de Jerusdição não esquecendo aqueles que podem trazer mais um voto e que provavelmente terão lugares como Secretários. Pôr-se-ão ainda em bicos de pés aqueles que terão lugar como assessor de deputado. Os candidatos a líder pagarão as quotas dos militantes que apenas quiseram o cartão laranja na esperança de arranjar algum emprego  mas como já estavam todos preenchidos esqueceram-se de pagar as quotas. Agora o dilema dos militantes é apoiar o candidato certo para obter o tacho certo uma vez que até agora só existia o U.I. É deste jogo de interesses internos que poderá sair governantes sem o mínimo de qualidade para governar uma região ou um país. O desmoronar da  era jardinista  está à vista, não provocada pelos inimigos fictícios que ele apregoou mas por ele próprio que com a ganância de reinar eternamente provoca graves divisões dentro do seu próprio partido – ele e mais uns “mijinhas” chafurdões da política. Ele sabia o que dizia quando afirmava que o psd-m só rebentaria por dentro. A estratégia, bem conhecida de Jardim de jogar uns madeirense contra outros funciona agora dentro do psd.  Assim das 45 vitórias que obteve deveria até ter vergonha. Contra todas as regras fará TUDO para voltar a gabar-se de ter ganho as primeiras eleições, em 37 anos, deste democrático (?) partido. Disse e reafirmo que este homem nunca se preocupou com a Madeira  apenas pensa em ganhar eleições seja a que preço for.

Juvenal Rodrigues

Publicado no DN Madeira em 7.10.12           

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A INSUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL


Nota prévia de Juvenal Rodrigues, autor do Blog

Desconheço o autor do texto mas publico-o no meu blog porque os factos relatados são evidentes.  Estou convicto que quando chegar à altura dos jovens de agora forem para a reforma, não haverá dinheiro!!!
Urge mandar para a prisão, todos estes artistas que nos governaram, e exigir-lhes responsabilidades nas decisões que tomaram durante os seus mandatos.

A INSUSTENTABILIDADE DA SEGURANÇA SOCIAL


A Segurança Social nasceu da Fusão (Nacionalização) de praticamente todas as Caixas de Previdência existentes, feita pelos Governos

Comunistas e Socialistas, depois do 25 de Abril de 1974.

 As Contribuições que entravam nessas Caixas eram das Empresas Privadas (23,75%) e dos seus Empregados (11%). O Estado nunca lá pôs 1 centavo.
 Nacionalizando aquilo que aos Privados pertencia, o Estado apropriou-se do que não era seu.
Com o muito, mas muito dinheiro que lá existia, o Estado passou a ser "mãos largas"!
 Começou por atribuir Pensões a todos os Não Contributivos (Domésticas, Agrícolas e Pescadores).
 Ao longo do tempo foi distribuindo Subsídios para tudo e para todos.
Como se tal não bastasse, o 1º Governo de Guterres(1995/99) criou ainda outro subsídio (Rendimento Mínimo Garantido), em 1997, hoje chamado RSI.
 E tudo isto, apenas e só, à custa dos Fundos existentes nas ex-Caixas de Previdência dos Privados.
Os Governos não criaram Rubricas específicas nos Orçamentos de Estado, para contemplar estas necessidades. Optaram isso sim, pelo "assalto" àqueles Fundos.
 Cabe aqui recordar que os Governos do Prof. Salazar, também a esses Fundos várias vezes recorreram.
Só que de outra forma: pedia emprestado e sempre pagou. É a diferença entre o ditador e os democratas…
 Em 1996/97 o 1º Governo Guterres nomeou uma Comissão, com vários especialistas, entre os quais os Profs. Correia de Campos e Boaventura de Sousa Santos, que em 1998, publicam o "Livro Branco da Segurança Social".
Uma das conclusões, que para este efeito importa salientar, diz respeito ao Montante que o Estado já devia à Segurança Social,
ex-Caixas de Previdência, dos Privados, pelos "saques" que foi fazendo desde 1975.
Pois, esse montante apurado até 31 de Dezembro de 1996 era já de 7.300 Milhões de Contos, na moeda de hoje, cerca de 36.500 Milhões €

De 1996 até hoje, os Governos continuaram a "sacar" e a dar benesses, a quem nunca para lá tinha contribuído, e tudo à custa dos Privados.

Faltará criar agora outra Comissão para elaborar o "Livro NEGRO da Segurança Social", para, de entre outras rubricas, se apurar também o
montante actualizado, depois dos "saques" que continuaram de 1997 até hoje.
Mais, desde 2005 o próprio Estado admite Funcionários que descontam 11% para a Segurança Social e não para a CGA e ADSE.
 Então e o Estado desconta, como qualquer Empresa Privada 23,75% para a SS? Claro que não!...
Outra questão se pode colocar ainda.
 Se desde 2005, os Funcionários que o Estado admite, descontam para a Segurança Social, como e até quando irá sobreviver a CGA e a ADSE?
 Há poucos meses, um conhecido Economista, estimou que tal valor, incluindo juros nunca pagos pelo Estado, rondaria os 70.000 Milhões €!...
Ou seja, pouco menos, do que o Empréstimo da Troika!...
 Ainda há dias falando com um Advogado amigo, em Lisboa, ele me dizia que isto vai parar ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
 Há já um grupo de Juristas a movimentar-se nesse sentido.
A síntese que fiz, é para que os mais Jovens, que estão já a ser os mais penalizados com o desemprego, fiquem a saber o que se fez e faz
também dos seus descontos e o quanto irão ser também prejudicados, quando chegar a altura de se reformarem!...
 Falta falar da CGA dos funcionários públicos, assaltada por políticos sem escrúpulos que dela mamam reformas chorudas sem terem descontado e
sem que o estado tenha reposto os fundos do saque dos últimos 20 anos.
 Quem pretender fazer um estudo mais técnico e completo, poderá recorrer ao Google e ao INE.

A PIADA DO ANO


Esta do dr Jardim merecia entrar no “guinesse” como a melhor piada do ano.
“ontem, só não estive nas manifestações por uma questão de decoro institucional...” E eu  não resisti a comentar esta falta de decoro pessoal. Estou mesmo a ver o Pr. do Governo (que se lixe o decoro) a entrar na “manif”, em frente da quinta vigia, empunhando cartazes; “presidente para a rua Alberto continua” ; “Jardim tanto que inventaste que meteste a região num grande buraco”; Alberto escondeste facturas e outras falcatruas”; Jardim puseste a região no lixo mas o Alberto não teve nada a ver com isso” ; A . João deste cabo da educação”; Governo teimoso estás a tornar-te odioso“; com atitude demente o Gov. pôs a saúde doente”;  com tanto desemprego na região puseste as famílias sem pão”; “Alberto muitas empresas fechaste mas as dos amigos conservaste” ; “ o Gov. sustenta um Jornal que apenas serve o laranjal”; “Jardim a tua mania da riqueza pôs a Madeira nesta tristeza”; “Jardim se já não vês o que te cerca  é porque a tua vista já não presta”; o Gov. fez obras e obrinhas algumas só para pastar cabrinhas”;   Governo mentiroso quiseste convencer os tontos que a culpa é sempre dos outros”;  Alberto vai para casa cuidar do cabelo antes que o povo te chegue a roupa ao pêlo.  Digo eu; com ou sem decoro,  com ou sem lucidez mental, não fora o momento grave que a região atravessa este seria, sem dúvida, uma frase hilariante.
Juvenal Rodrigues

Publicado através das “cartas do leitor” no Diário, em 22.9.12 

A SUCESSÃO



“Jardim diz que se candidata ao PSD-M para depois escolher o seu sucessor” . Já todos os madeirenses conhecem os métodos do dr Jardim mas assumir descaradamente que pretende escolher um sucessor é, em democracia, patético e doentio.
Vive ainda agarrado ao tempo do fascismo, da ditadura ou da monarquia? Depois de mergulhar a Madeira no caos social com desemprego, falências, um serviço de saúde doente, um ensino caótico onde até falta alimentação para as crianças se despede professores porque não há dinheiro para lhes pagar o salário, como se arroga o direito de querer indicar um sucessor? certamente um que continue a receber as suas ordens e trilhe as suas peugadas!?
Um homem que para manter o vício do poder paga um Jornal com dinheiro dos contribuintes, torna-se no rei do insulto, arrogante, intratável e trapaceiro ao esconder uma  dívida insolúvel, conseguindo assim que um 1º ministro do seu próprio partido, para castiga-lo, seja o maior carrasco de sempre para a Madeira.  Quem poderá julga-lo credível?
Um político cujas intervenções transpiram ódio e vingança toldado pelo síndroma de perseguição vislumbrando inimigos e culpados em toda a parte e agora até dentro do laranjal apenas porque houve uma laranja que, depois de tantos anos, se soltou do galho de uma laranjeira velha e seca. O seu lema sempre foi e será; Eu sou o único e quem não está comigo está contra mim. Lamentavelmente ainda se vê uns jovens  com “slogans” “Alberto João e mais nenhum. É confrangedora esta pobre formação política destes jovens da jsd-m. De política nada percebem, mais parecendo uma claque fanática de futebol ou adorantes de um bezerro de ouro. Serão estes os futuros políticos da RAM?
Quem no seu perfeito juízo poderá permitir tantos atropelos à democracia ? Será que os militantes do partido em particular  e a nossa sociedade em geral irão permitir mais esta veleidade ao dr. Jardim de passar um atestado de mentecapto aos madeirenses? vão dar-lhe a tal “carta branca” para continuar a afundar a Madeira e tornar a nossa vida ainda mais penosa? Se todo este pesadelo que a Madeira vive ainda não for suficiente para despertar os militantes do psd e os madeirenses adormecidos então olhem para a governação dos Açores cujos governantes sem enveredar por megalomania e com os pés assentes na terra perceberam que nunca governaram uma região rica e hoje vivem muito melhor que a Madeira dando uma sonora bofetada de luva branca aos  “peneirentos”  de cá que tentaram humilha-los. Os madeirenses têm agora a oportunidade de livrar-se desta canga! Ditadura nunca mais.
Juvenal Rodrigues

Publicado através das “cartas do leitor” no Diário, em 14.9.12


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A MÁQUINA



Passados trinta e tal anos a máquina montada pelo PSD-M, embora já muito perra, continua a funcionar com a mesma avidez por votos e domínio absoluto qual regime ditatorial de Saddam, Kadafi, Kim Jong-Il e outros ditadores da história que se quiseram perpetuar no poder à custa de processos sujos semeando sofrimento, morte e destruição. A marcação do congresso antecipado imposta pelo líder do PSD-M, o homem que sempre impôs a sua vontade dentro e fora do partido, é mais uma prova inequívoca dos métodos pouco transparentes que sempre têm imperado dentro daquele partido. Agora com uma particularidade, a máquina está a funcionar contra o dr. Miguel Albuquerque o único militante, em todos estes anos, que se atreveu a fazer-lhe frente. Esta é a mesma máquina infernal que tentou destruir toda a oposição retirando-lhe meios iguais para se apresentarem a eleições. Que controlou os deputados psd na ALM restringindo-lhes a vontade própria. Aquela que esbanjou fortunas em obras necessárias e desnecessárias para “comprar” votos levando a Madeira ao estado calamitoso em que se encontra. A máquina cuja poeira do moer da prepotência e arrogância cegou a maioria dos madeirenses não lhe permitindo ver a grande fraude que foi a governação do dr. Jardim e seus acólitos e os perpetuou no poder com  consequências nefastas evidentes. A máquina que acabou por empenhar a nossa autonomia política e financeiramente. Foi ainda essa máquina em forma de polvo que estendeu os seus tentáculos ao modelo desportivo, as casas do povo, as juntas de freguesia  e até à igreja católica que deveria primar pela isenção partidária mas não resistiram à tentação do dinheiro fácil através de chorudos subsídios que agora temos que pagar. Enfim é essa mesma máquina que começa agora a emperrar por falta do óleo da democracia que se manifesta através do pluralismo, da tolerância, da inverdade, do pensamento único e da não prepotência. Que todos os madeirenses façam VOTOS para que esta maldita máquina, que em breve se auto destruirá, não volte a empoeirar os céus da nossa querida terra  a bem da verdade e da transparência democrática.
Juvenal Rodrigues
Publicado em “cartas do leitor” do DN Funchal em 30.08.12  

AS CONSEQUÊNCIAS


As consequências desta crise são já trágicas a curto prazo e imensuráveis no futuro. É uma questão de tempo. Os corruptos e ambiciosos em sintonia com governos incompetentes são uma autentica mistura explosiva  para a destruição do sistema económico e social. Não fora a ambição cega pelos valores materiais e esta gente perceberia logo que estão a trilhar uma estrada sem saída. As medidas de austeridade actualmente impostas, embora parecendo resolver o problema da crise, só o vai agravar. Os ordenados baixos e os cortes de subsídios vão originar menos poder de compra e um estrangulamento no comercio que ao não vender originará  falências e o imediato despedimento dos trabalhadores. Por outro lado ninguém quererá investir num local onde a população não tem poder de compra. Os aumentos constantes dos combustíveis vão paralisar toda a economia. Sem comercio e indústria as receitas do Estado diminuem drasticamente e o consequente aumento das despesas com o desemprego e outros benefícios sociais. Se não houver um sistema de saúde de qualidade teremos uma população doente e maiores despesas em cuidados de saúde. Com o difícil acesso à  educação o país arrisca-se a ter uma população analfabeta e aqueles que conseguem concluir um curso emigrarão por falta de emprego, com graves problemas futuros na ciência e tecnologia.  A agitação social começa a tomar forma com assaltos violentos, roubos, pequenos furtos, consumo de drogas e violência doméstica acabarão por aumentar a população prisional originando ainda  processos moroso e caros. As actividades comerciais paralelas, com fugas aos impostos são previsíveis porque será preferível arriscar coimas ou até prisão do que pagar impostos tão altos. Daí a estagnação das receitas de Estado. A tudo isto juntemos a corrupção e especulação incontroláveis devido à quantidade de casos cujos tribunais não terão capacidade para resolver. O tráfego e o consumo de drogas subirão exponencialmente, os primeiros porque tudo farão para ganhar dinheiro de qualquer forma e os segundos fruto da degradação social. O aumento do consumo de ansioliticos  é já uma constante o que irá originar mal estar, desconforto e subaproveitamento na classe trabalhadora. Acrescentemos a tudo isto a degradação familiar e teremos as tais consequências imprevisíveis. Pergunto; A quem interessa esta estado de coisas? A ninguém certamente. Mas tal como o homem, por ambição cega, não mediu as consequências da degradação do ambiente também  não as mede a nível económico e social. Depois será o caos! Alguns leitores estarão a pensar; mais um profeta da desgraça! Mas garanto-lhes que gostaria de estar a fazer outro discurso bem mais positivo. Sou apenas mais um que se preocupa com o futuro e  tenta chamar a atenção dos políticos e grandes magnatas no sentido de trilhar um rumo social mais equitativo e equilibrado enquanto ainda estamos a tempo de evitar a degradação total.
Juvenal Rodrigues
Publicado em “cartas do leitor” do DN Funchal em 18.08.12

terça-feira, 24 de julho de 2012

A ESCRAVATURA MODERNA




Esta geração de políticos ignorantes e mal formados moral e politicamente acabaram por desacreditar e enxovalhar a própria democracia. De todos os modelos experimentados até hoje este era o que se afigurava melhor entre os maus mas, como tudo na vida, enfermou de uma patologia grave onde qualquer aventureiro pode chegar a Deputado, 1º ministro ou Presidente da República. É certo que onde o homem põe a mão estraga tudo, movido pela ganância pelo dinheiro e pelo poder. Os vício e má formação dos políticos começam  nas sedes partidárias desde as “jotas” aos seniores pelo que podemos afirmar que um político já nasce torto ao ponto de  transformar o sistema democrático num regime de opressão. Democracia é sinónimo de direitos e deveres iguais, liberdade de expressão, liberdade  religiosa, liberdade sexual, justiça independente, direito á educação, direito á saúde e leis justas que sirvam os cidadãos por igual. Hoje constatamos sem sombra de dúvida que isso não passa de um mito porque os políticos sem vergonha já nem conseguem sequer salvaguardar a Constituição. Alteraram as regras e os princípios básicos do tal, menos mau, sistema democrático. Deram direitos a uns e deveres a outros. A corrupção grassa a cada dia que passa como se os gananciosos não tivessem tempo de enriquecer enquanto um partido está no poder. A liberdade de expressão ainda é possível mas se for muito ruidosa temos a PSP e a GNR de bastões em riste. A religião, já não cumpre o seu real papel preferindo  enganar os incautos com colheita das dizimas para ganhar o céu outros a pregar pelo Governo que em troca da angariação de votos concede mais uns dinheiros públicos para construir mais um templo. A liberdade sexual tornou-se uma coisa contra natura. A justiça tornou-se num emaranhado de leis onde umas anulam as outras mesmo á medida dos corruptos mas onde os pobres ficam injustiçados porque não têm dinheiro para pagar processos tão caros e tão morosos. A educação tornou-se numa fábrica de canudos para oferecer a ministros mesmo que nem tenham posto os pés na universidade enquanto a população paga, caríssimo, desde a creche à universidade e mesmo assim só terá emprego se tiver uma boa cunha. Da saúde nem se fala, sofre de uma doença grave. Os governantes, inexperientes e corruptos, oprimem-nos em todos os segmentos da sociedade roubando-nos a pouca felicidade e os mais pequenos prazeres da vida defendendo um Mundo capitalista onde os pobres passaram a ser escravos numa escravatura moderna. Prevejo que isto é o fim dum ciclo chamado democracia onde os “escravos” tal como sucedeu no passado, fartos de serem espoliados pelos grandes senhores, tomarão o freio nos dentes e virão  para a rua restaurar essa democracia ou outro modelo qualquer de sociedade mais puro e sadio.
Juvenal Rodrigues   

Publicado no D.N. em 18.7.12

PARA ONDE CAMINHA ESTE PAÍS?





Muito se tem escrito sobre os estatísticas do desemprego, tanto na Madeira como no continente, porém nem o Governo sabe, ao certo, a verdadeira dimensão deste flagelo. Só podemos afirmar que são mais do que as percentagens tornadas públicas. O DIÁRIO tornou público que o desemprego atingiu, na Madeira, 193% em seis anos porém, estes números oficiais não serão, certamente, reais. Isto porque falta contabilizar os desempregados de longo prazo que, entretanto, perderam o subsídio de desemprego, os pequenos empresários (a grande maioria) e  ainda os trabalhadores por conta própria (recibos verdes) que, por absurdo e pelas leis injustas que temos neste país não são contabilizados como desempregados e consequentemente não têm direito ao desemprego. Veja-se as assimetrias incompreensíveis que arrastam, para a lama, seres humanos cujo Governo não lhes garante emprego, nem subsídio, mas precisam continuar a viver. Com os pequenos empresários então é uma aberrante injustiça. Enquanto um trabalhador por conta de outrem (ainda) tem direito a regalias sociais, um pequeno empresário que, por vezes, emprega  um agregado familiar de três ou quatro pessoas e que desconta duplamente para a segurança social ( 24% como entidade patronal e 11% como empregado)  mais IRC e IRS, nem sequer tem direito a desemprego se a sua pequena empresa falir colocando na miséria uma família inteira. A mesma situação verifica-se com os trabalhadores a recibos verdes, enquanto os político e amigos são premiados com chorudas e por vezes duplas reformas quando apenas contribuíram para arruinar o país. Quando aparecerão políticos honestos que legislem, com justiça, beneficiando aqueles que realmente contribuem para a riqueza do país e não aqueles que querem apenas viver á custa da política? Temos um quadro completo de aberrações se juntarmos a tudo isto o facto do Estado ser devedor e principal causador da insolvência de pequenas empresas cujo(s) gerente(s) são responsáveis pessoais pelas dívidas ao fisco e à S. Social. Estes serão “perseguidos” , ferozmente, pela vida fora onde quer que estejam até pagarem essa dívida. Veja-se a sequência e as consequências; O Estado deve e não paga mas obriga-os a pagar o IVA dos créditos não recebidos. Não lhes permite recorrer a linhas de crédito oficiais porque são devedores ao Estado, que contribuiu para a sua ruína. Não lhes dá subsídio de desemprego quando estes ainda descontaram mais que os outros. Depois penhora-lhes uma parte do vencimento mensal, quando, e se, estes conseguirem arranjar emprego. Quem disse que o Estado é pessoa de bem quando se beneficia a si próprio, permite que os corruptos fiquem impunes, não castiga ladrões de colarinho branco e cai com todo o seu peso em cima dos que, simplesmente, querem trabalhar para viver. Algum político honesto poderá afirmar que um país assim conseguirá um dia endireitar-se?
Juvenal Rodrigues

Publicado no DN em 28.6.12

sábado, 19 de maio de 2012

AVALIEM OS INCOMPETENTES



Independentemente de qualquer partidarite aguda seja ela de direita, centro ou esquerda está provado  que a população precisa sobretudo de defender os seus direitos mesmo que eles colidam com as políticas de quem nos governa  porque estes não governam em defesa do povo que os elegeu mas em função dos interesses dos grandes lobbyes, sem escrúpulos, quer sejam económicos, sociais, partidários ou, simplesmente, para promoção própria. Posto isto e sempre primando pela mesma linha de isenção quero aqui salientar o excelente trabalho de pesquisa levado a cabo pelo PS-M e distribuído com o DIÁRIO de 11.5.12 sob o tema “ Catástrofe social” onde, em termos comparativos, evidencia , de uma forma clara,  a diferença de governação entre os dois presidentes das regiões autónomas Açores e Madeira onde a primeira é governada por Carlos César que por acaso é do PS e Alberto J.Jardim que, também por acaso, é do PSD. Acho que o referido trabalho deveria ser consultado por todos os madeirenses  para finalmente compreenderem que o bom desempenho governativo não se mede apenas  por discursos inflamados ou pela obra feita que enche a vista a forasteiros mas leva a população a condições de vida miseráveis. Penso que a diferença residio  na humildade de Carlos César reconhecer que governava uma região pobre enquanto  Alberto J.Jardim pensou que governava uma região rica. Foi preciso isto bater no fundo para que o Dr. Jardim caísse na realidade –embora tarde demais- que afinal a Madeira era, é e, a não ser que se descubra petróleo, continuará a ser pobre. Vejamos apenas alguns exemplos, aqueles mais sentidos pela população, patentes no tal trabalho de pesquisa do PS-M.  Taxa normal de IVA nos Açores 16% , na Madeira 22% ; IRC nos Açores 17.5%, na Madeira 25%; média de IRS nos Açores 25%, na Madeira 32% ; garrafa de gás nos Açores 16€90, na Madeira 28€03: litro de gasolina 95 nos Açores 1€50, na Madeira 1€81; litro de gasóleo nos Açores 1€35, na Madeira 1€47; os Açores têm, à muitos anos, um subsídio complementar para os idosos, a Madeira nunca teve nem terá; Os Açores mantêm uma remuneração complementar de 3.5% para os salários mais baixos da função publica e um acréscimo de 5% no salário mínimo: na Madeira tiram-se todas as regalias sociais; A Madeira tem 21.460 desempregados, o dobro do que tem nos Açores. Não me resta aqui espaço para falar nos transportes, no  IMI e na dívida directa e indirecta  da Madeira mas o leitor poderá consultar o resto no referido trabalho de pesquisa. Depois desta demonstração entre os dois governantes onde um dá muito melhores condições de vida ao seu povo e o outro que o sufoca com impostos, resta esta observação; Se, como afirmou o dr. Jardim, Carlos César é incompetente então  eu prefiro ser governado por um incompetente! Governar todos querem mas só resulta com quem sabe. 

Juvenal Rodrigues

Publicado no DIÀRIO em 17.5.12

quinta-feira, 10 de maio de 2012

IMUNIDADE PARLAMENTAR


IMUNIDADE PARLAMENTAR

Quero destacar aqui dois temas bastante atuais. Começo pelo levantamento, ou não, da imunidade parlamentar aos senhores Deputados da ALM ou outros. Sem querer analisar casos em concreto vou referir-me à classe na generalidade. Por muito respeito que me merecem alguns Deputados, entre os quais tenho alguns amigos(as), questiono. Quando a corrupção, a promiscuidade, a falta de qualidade política, a má gestão da coisa pública, o palavreado brejeiro e ofensivo na ALM e outras são diariamente protagonizados  pela classe política, estes senhores ainda  acham-se no direito de merecerem imunidade? Ainda acham que são melhores que o cidadão comum que os elege e está sujeito a ser penhorado ou ir preso por meia dúzia de euros desviados ao fisco ou por uma simples multa de trânsito? A  Constituição portuguesa diz que ninguém está acima da lei e por isso não encontro justificação para os Sr.s Deputados terem estatuto de intocáveis quando alguns estão sobejamente referenciados por alegados crimes públicos. Quanto a mim esta aberração só tem cabimento porque são os senhores a aprovar as leis e assim aprovam as que mais lhes convém. No mundo actual cheio de corruptos, vigaristas e pedófilos, até na igreja católica, ninguém merece estatuto de imunidade. São cidadãos iguais a quaisquer outros e devem estar sujeitos à lei  respondendo, perante os tribunais, pela vossa conduta. Vou mais longe; os eleitores só deveriam votar no partido que prometesse acabar com este abuso e com as mordomias desta classe. 
Continuo para destacar a intervenção da Srª Deputada Nivalda Gonçalves, na ALM, que invocou  o Estatuto Político Administrativo para argumentar contra a extinção de Freguesias. Pois bem Srª Deputada antes de se agarrar demagogicamente aos estatutos para agradar a “meia dúzia” de eleitores que votam no seu partido mais os Presidentes de Junta que fazem um jeitão na altura das eleições, veja o lado prático da medida. Acha que se justifica J. de Freguesia tão próximas uma da outra cuja distância se percorre em 5 minutos a pé como, por exemplo, Sé,  S. Pedro  e Stª Luzia. Ainda como ex., porque não integrar, pela proximidade, S.Roque em Stº António e S. Gonçalo em Stª Maria Maior ou o Imaculado C. Maria no Monte, poupando assim, ao erário público, despesas administrativas, alugueres de instalações, água, luz e comunicações? Apenas os funcionários transitariam de instalações salvaguardando-lhes os postos de trabalho. Não acha que com a legião de pobres na Madeira, que o seu partido criou, o que a região menos precisa é que se gaste dinheiro em caprichos para conquistar – como se tem feiro até aqui- “meia dúzia” de votos? Acabem com os vícios mofentos de 30 anos e mais rápido se sairá da crise.

Juvenal Rodrigues

Publicado no Diário em 8.5.12       

terça-feira, 1 de maio de 2012


Ditadura versus democracia


Nós portugueses, sobretudo os mais velhos que viveram  antes e pós 25 abril 74, interrogamo-nos; o que é que mudou na sociedade portuguesa após a revolução levada a cabo pelos militares de Abril? É entendimento generalizado que a ditadura é uma chaga nas sociedades civilizadas. E porquê? Porque a ditadura é repressão, é  qualidade de vida degradada com cidadãos  na miséria, é corrupção por parte do poder, é a justiça que não funciona ou funciona mal, é o tráfico de influencias, são os privilegiados cada vez mais ricos e população mais pobre e são os políticos que se julgam deuses que só descem à terra na altura de eleições com promessas falsas. Passados 38 anos de democracia o que é que mudou? Apenas os políticos! A repressão continua  por parte das forças policiais, com algumas cabeças partidas em algumas manifestações mais veementes. É verdade que não somos desterrados para a ilha do Sal nem obrigados a pedir exílio político mas somos “obrigados” a emigrar, a corrupção e o tráfico de influências, por parte do poder, aumentou devido à promiscuidade; a justiça deixa os corruptos impunes; os governantes nunca são castigados por levarem o país à falência e a população à miséria; os políticos continuam com salários 10,15,ou 20 vezes superior ao trabalhador comum mais as altas mordomias. Do direito à saúde ao ensino e à justiça, consagrados na Constituição, fizeram letra morta  e só a invocam para promulgar leis e diplomas de dia que os beneficiam à noite. Sim, claro, hoje temos a tão desejada liberdade de expressão. Mas só isso chega? De que me serve ter liberdade para escrever este texto se os governantes e políticos não me ligam nenhuma ou se me ligam ainda posso estar sujeito a represálias? É verdade que não existe modelos de governação perfeitos mas poderia have-los mais justos se os eleitos não estivessem reféns dos  interesses materiais. A sociedade adormecida pelo ópio do luxo apenas dá valor ao ter e ignora por completo o ser. Que sociedade distorcida da realidade é esta que enaltece e premeia os desportistas com milhões de euros e esquece o cientista a quem paga  miseravelmente os quais contribuem para a saúde de milhões de pessoas? Não se iludam! a democracia é hoje apenas uma palavra oca e sem sentido. Esta só existirá quando houver menos desigualdade social, quando os políticos e governantes não tenham salários principescos e altas mordomias com carros de luxo e casas com piscinas á custa desses salários. Pelo meu texto não me apelidem de anarquista, de esquerda ou de direita, porque estes 38 anos ensinaram-me que a democracia, tal como está, é apenas um sofisma que os políticos usam habilmente, sou apenas um cidadão que anseia por uma sociedade mais justa. Quem levará o Mundo à anarquia serão os políticos ignorantes que ainda não se aperceberam que estão a esticar a corda até a população , na miséria extrema, dizer basta e levar à prática o slogan:  “o povo é quem mais ordena!
Juvenal Rodrigues

Publicado no Diário em 28.4.12                               

terça-feira, 10 de abril de 2012




A grande peta

Os madeirenses foram confrontados no 1º de abril  com uma carga de impostos tão violenta que mais parecia uma peta. Antes fosse! Mas infelizmente foi uma realidade nua e crua  que os governantes, lá do alto do seu imensurável saber, nos pregaram. A grande peta começou há 30 anos quando se instalou na região um regime totalitário, autista e arrogante. A grande peta começou quando utopicamente pensamos que com 250.000 habitantes seríamos maiores que o continente português com 10 milhões. Quando deveríamos manter a paz social e profícua  usamos uma tática arruaceira de virar  madeirenses contra madeirenses e ainda usa-los como arma de arremesso contra a República porque dava votos. Quando começamos a desperdiçar uma tão desejada autonomia porque não soubemos usa-la. Quando, com uma “cagança” saloia escarnecemos dos Açores afirmando que eram uns atrasados e nós é que éramos o povo superior. Quando tivemos a ousadia de dizer, para iludir a população que a Madeira seria a Singapura do Atlântico. Quando dizíamos à boca cheia que poderíamos ser independentes constatando agora que jamais poderemos viver sem ajuda devido a condições, geográficas e económicas, inultrapassáveis. Quando apenas queríamos saber qual o banco mais próximo disponível para emprestar dinheiro sem pensar que um dia teríamos que paga-lo. Quando se criou S.D. com o único objetivo de pedir dinheiro e ultrapassar as leis da República que imponham o endividamento zero. Quando se construíram complexos desportivos, hoje transformados em pastos para cabras, e 22 piscinas numa pequena ilha rodeada pelo mar. Quando se faziam inaugurações com espetada e vinho à “fartazana” porque havia bastante dinheiro para esbanjar. Quando o Sr. Governo num golpe politiqueiro baixo, ignóbil e interesseiro pretendeu esconder uma monstruosa dívida para as gerações vindouras pagarem. Quando uma maioria de deputados do partido maioritário, porque era cómodo e dava “tacho”, nunca quis fiscalizar o Governo (lembra-me o adágio popular: “cornos que dão de comer deixa-los crescer” ) como era seu dever. Algumas pessoas integras e capazes ligadas ao PSD-M, (a quem reconheço capacidade e de quem tenho prazer de ser amigo) hoje arrependidos, não se reviam na maneira arrogante e insensata do seu líder mas como estavam bem acomodados à sombra do regime nunca tiveram coragem para levantar a voz  e impedir o descalabro total de uma política suicida. Hoje, os que votaram e os que não votaram neste regime interrogam-se: com os bens de primeira necessidade a aumentar a olhos vistos, com mais de 20.000 desempregados, com empresas a abrir falência todos os dias, com 1L de combustível a custar quase 2€ (400 escudos na moeda antiga) com dívidas a curto e longo prazo, como irá a Madeira sair desta situação? Pois é caros leitores, a grande peta começou quando o Governo da RAM “e associados” começou a encher um grande balão de oxigénio que agora rebentou  deixando um grande buraco pronto a nos engolir a todos.
Juvenal Rodrigues
Publicado no Diário Notícias Funchal em 10.04.12


quinta-feira, 15 de março de 2012


Os ciclos da economia

 Há uns anos fui convidado a assistir a um “workshop” cujo orador era Secretário de Estado da economia de um Governo Socialista. Entre outras coisas recordo uma passagem do seu discurso onde ele afirmava que a economia é composta por dois ciclos. Ciclo positivo- que eu interpretei como tempo das vacas gordas- outro negativo- tempo das vacas magras- e que esses mesmos ciclos tinham um tempo de duração mais ou menos longo, 4, 6 ou 8 anos. Não fiquei, na altura, totalmente convencido porque dado a dependência de vários factores e dos gigantescos interesses em jogo achei que esses ciclos eram de difícil previsão. Hoje fazendo uma retrospectiva das condições de vida em Portugal, depois do 25 Abril,  com uma alternância de poder entre dois partidos com tendência centro esquerda (PS) e centro direita PSD/CDS, compreendi, finalmente as afirmações do então Secretário de Estado. Assim, quando sobem ao poder, os governos de esquerda têm tendência a alargar um pouco os cordões à bolsa melhorando ligeiramente as condições de vida da população porém, como os fluxos de capitais são como uma ampulheta  que ao encher-se de um lado esvazia-se do outro, vem os governos de direita e logo tentam repor-lhe o equilíbrio para que o poder económico volte a recompor-se como acontece agora com o actual governo PSD/CDS. De resto já todos compreendemos que isto será sempre assim com qualquer partido que assuma o poder. A manipulação, do poder económico sobre as massas já não é de agora, teve, tem e terá um controlo absoluto na sociedade. Lembro uma frase da filósofa russo-americana, Ayn Rand chegada aos E.U.A que, já na década de 1920, proferiu uma frase que espelha bem o que está a acontecer: “ Quando você perceber que, para produzir, precisa obter autorização de quem não produz nada; quando comprovar que o dinheiro flui não com bens, mas com favores; quando perceberem que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais que pelo trabalho, e as leis não nos protegem deles, mas,  pelo contrário são eles que estão protegidos de vocês; quando perceberem que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poder-se-á afirmar, sem temor de errar, que a sociedade está condenada”. No capitalismo não existe dó nem piedade mesmo que haja fome, miséria, convulsões sociais ou mortes o poder económico avançará incólume sobre os escombros sociais a não ser que aconteça como na Islândia onde a população varreu com os políticos e com os grandes capitalistas e depois de ter mergulhado  no caos a sua economia volta a crescer, pelo menos, até que o “monstro” capitalista, à espreita da  1ª oportunidade, volte a controla-los. O mundo está a mudar rapidamente porque deram muito valor ao dinheiro. Uma vez que a ganância é cada vez maior acredito que os ciclos negativos da economia estão para durar a não ser que o verdadeiro poder das massas se organize e consiga inverte-los. O preço a pagar por tal inversão é que será totalmente imprevisível.
Juvenal Rodrigues.

Publicado no Diário Notícias Fx em 14.03.12


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

VIOLÊNCIA E DESTRUIÇÃO







A violência e a destruição não têm lugar em democracia”, esta frase de Lucas Papademos, primeiro ministro grego, suscitou-me um turbilhão de pensamentos acerca do que é afinal uma Democracia inventada pelos homens, os mesmos que lhe retiraram o significado tornando-a oca no conteúdo. Como se poderá evitar a violência e a destruição numa democracia, cuja geração de políticos está repleta de oportunistas, corruptos, hipócritas, mentirosos e ignorantes. Esta frase faria todo o sentido se a sociedade tivesse político honestos ou, pelo menos, criasse leis que castigasse severamente os prevaricadores que, sem se saber como, enriquecem do dia para a noite. Os mesmos que, descaradamente, legislam a seu favor aprovando leis que lhes garante imunidade parlamentar para  protegerem a si próprios e assim saírem impunes das ilegalidades que cometem. Por isso o cidadão comum pergunta: como funciona a justiça que deveria ser o garante da democracia? Como se pode confiar num sistema democrático onde a ignorância dos governantes permitiram que o poder económico absorvesse por completo o poder político? Como se deixou que uma economia ultra liberal condicionasse o Mundo ao ponto de o mais pequeno foco de tumultos no Médio Oriente, uma ameaça de desenvolvimento nuclear no Irão, ou um espirro de Obama provoque graves convulsões nos mercados financeiros mundiais sendo sempre as populações a sofrerem as consequências? Isto só prova a terrível influência que os grupos económicos exercem sobre o Mundo. Tudo gira à volta do poder económico que estrangula os países obrigando-os a pedir dinheiro para pagar dívidas aumentando assim a dívida para o futuro. Como se atrevem os governantes a falar em democracia depois de permitirem que o grande lobby da industria farmacêutica comercialize produtos, para a saúde tão caros fora do alcance do simples cidadão que, vivendo do seu salário, já não pode adquiri-los ou ter acesso a uma intervenção cirúrgica  a preços proibitivos? Que democracia é esta que permite que outro grande especulador, o terrível lobby do petróleo, condicione impunemente todo o poder económico estrangulando os transportes, a agricultura as pescas e praticamente toda a economia mundial que depende do petróleo? A actual geração de políticos, que tenta ficar bem na fotografia criou todas as condições para que uma economia ultra liberal metesse num colete de força toda a população mundial a qual já se denomina de escravatura moderna. Os escravos modernos, vitimas da ganância desenfreada, passarão a trabalhar de sol a sol, a não ter acesso à educação, a contar os cêntimos para o super mercado, a abdicarem do pequeno conforto de usar o carro e a entregarem as casas ao banco para voltarem a viver em cabanas. Se é este o conceito de democracia que têm os actuais políticos governantes e a que se refere o 1º Ministro grego então está explicado a violência e destruição em democracia.
Juvenal Rodrigues
Publicado no Diário Notícias em 18.02.12

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

OS DEVANEIOS E AS EXPLICAÇÕES

O Sr. Presidente do Governo, agora que já lhe cheira a perda de votos, vai para a porta das igrejas explicar a crise aos madeirenses. Hilariante! Fazendo uma retrospectiva mental perguntei a mim próprio: mas o que tem ainda para explicar o Sr Governo? vai explicar porque está agarrado ao poder de uma forma inexplicável e doentia que nem que o céu desabasse sobre esta terra ele se demitiria? Vai apregoar uma vez mais que a culpa é de Lisboa e dos partidos da oposição e que só ele tem razão? Com que palavras irá explicar a gestão danosa dos dinheiros públicos gastando milhões a mais para inaugurar obras a tempo das eleições? Como explicar a irresponsabilidade de gastar milhões em campos de futebol, piscinas e no JM para propagandear o seu regime, quando falta dinheiro para pagar às farmácias? Como explicará os aumentos brutais na saúde, nos transportes e nos bens de primeira necessidade? E o preço proibitivo dos combustíveis, a partir de abril, para próximo dos 2 €, devido ao aumento do ISP, para substituir portagens, que até os barcos de pesca vão pagar e que nunca passarão nas vias rápidas, ruas e travessas, que o Dr. Jardim inaugurou no tempo das vacas gordas mas que os madeirenses nem vão usar por falta de dinheiro para comprar esses combustíveis? Será que também irá explicar a saída do navio “Armas” da rota da Madeira isolando-nos pelo mar e agravando ainda mais o nosso custo de vida! Explicará ainda a todos os empresários madeirenses, cujas empresas faliram ou estão em processo de insolvência, porque o Governo da região não lhes pagou os calotes que lhes devia deixando, por arrasto, todo o nosso tecido empresarial à beira do colapso. Se alguém ainda tiver paciência para o ouvir diga-lhes que a sua governação foi um autêntico desastre e explique que toda aquela arrogância e riqueza apregoada não passava de pobreza disfarçada acabando até por hipotecar a própria autonomia que agora passa a ser mandada por Lisboa. Pode ser que se safe se apregoar, como sempre, que a culpa nunca foi sua. Mas também terá que explicar que sempre fez tudo o que entendeu até levar a Madeira à bancarrota, quando os “tontos” dos açoreanos viverão com melhores condições de vida porque tiveram um Governo que não entrou em loucuras para ganhar eleições à força.

Não Sr Presidente, Vª Exª, com verdade, nunca poderá explicar coisíssima nenhuma. Vai é deitar mais um punhado de poeira para os olhos daqueles que sempre confiaram em si, e tentar limpar a sua imagem e a do seu partido únicos responsáveis por esta triste realidade a que a Madeira chegou. Deveria aproveitar o ensejo ajoelhando-se no adro de todas as igrejas da ilha onde fez promessas vãs pedindo perdão a Deus e aos madeirenses porque nunca foi capaz de avaliar a dimensão da sua “cegueira. Se esta tragédia acontecesse num país do Médio Oriente de certeza que o Sr. Governo nem se atreveria a pôr os pés no adro das igrejas.

P.S. Será que no “caderno de encargos” que o Sr. Presidente assinou com a República, ficou proibido aquele devaneio de gastar milhões com o JM?

Juvenal Rodrigues

Publicado no Diário de Notícias Funchal em 8.02.12

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

O CASTIGO


Ironicamente é um Governo PSD, na Republica, que castiga atrozmente o Dr. Jardim. Alguns, de memória curta, vêem nestas medidas uma vingança de Lisboa contra a Madeira e os madeirenses. Eu considero é que, após tantos anos, houve quem colocasse um freio aos devaneios boçais e materiais com que o dr. Jardim tratou a República, o seu próprio partido e até aqueles madeirenses que se lhe oponham. Afinal o Sócrates e os governos socialistas eram uns “anjinhos” comparado com Passos Coelho e P.Portas. Agora que secou a torneira do dinheiro acabou-se toda aquela prosápia do U.I que parece um cordeirinho obediente. Como não devem estar agora os incondicionais votantes em A J Jardim, todos estes anos, ao se apercebam finalmente que o seu grande líder era afinal um deus de barro e que as ameaças veladas a Lisboa e a defesa da Madeira era apenas garganta para ganhar eleições mostrando uma força que sabia não ter. Caiu num descrédito total sem força negocial, reivindicativa ou anímica e hipotecou a própria autonomia. Numa semana afirma que não vai aumentar o IVA, não vai introduzir as taxas moderadoras, não vai haver portagens, não vai haver cortes nem despedimentos na função pública, afirma ter condicionado P.Coelho nas negociações para o CINIM para logo na semana seguinte levar um “puxão de orelhas” e ser categoricamente desmentido pelo 1º Ministro. De “super Governo” passou a um simples governante que não sabe fazer nada com pouco dinheiro.
O Dr. Jardim nunca pensou que os acontecimentos se precipitassem, tão rapidamente, que a dívida que ele queria deixar para as próximas gerações ainda o apanhasse. Teimosamente não se coíbe de aprovar um “jackpot” de 14 milhões para a ALM em tempo de profunda austeridade e onde cada deputado vale 6 vezes mais que os seus congéneres açoreanos. Para que serve e para onde vai todo aquele dinheiro? Não abdica de 4 milhões para o J.M. quando tem o sistema de saúde em risco e quase 19.000 desempregados porque os calotes do Governo estão a levar as empresas à falência. E os devaneios continuam. Coloca a Madeira ao nível de uma “república das bananas” quando eleva a democracia ao expoente máximo propondo que um só deputado da maioria decida pelos outros 24. Afinal só vem confirmar que os outros não estão ali a fazer nada e apenas servem para levantar o braço. Defende acerrimamente os subsídios para o futebol profissional porque não conheço nenhum presidente de clube que não tenha um elo ao partido “laranja. Também, a tristemente famosa JSD-M já aprendeu com os mais velhos como ganhar votos, agora defendem a solidariedade social para matar a fome à legião de pedintes madeirenses que os seniores do seu partido criaram. Agora que a região está na bancarrota parece que jardim, antes de deixar a cadeira e não satisfeito com o mal que já fez, prepara a golpada final erguendo mais uma vez o fantasma da independência para nos deixar nas mãos dos“senhorios” que ele criou. Sr. Presidente inequivocamente você é o elo mais fraco, ADEUS.
Juvenal Rodrigues
Publicado no D.Noticias Funchal em 27.12.11