O excesso de zelo da UE

 
Juvenal Rodrigues
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Caiu o pano sobre o Campeonato Europeu de Futebol onde Portugal, justamente, registou mais um feito inédito e histórico, inscrevendo o seu nome na lista dos países campeões europeus A seleção de hóquei em patins também volta a brilhar 18anos depois. É o nosso ano! O ano dos “canecos e das medalhas. São destas alegrias que fazem, por algum tempo, os portugueses esquecerem as agruras da vida . Mas o ópio do povo acabou, é tempo de voltar à realidade e falar de coisas sérias.
A disciplina e o cumprimento de regras são condição sine qua non para o bom funcionamento de qualquer organismo ou sociedade, porém o excesso de zelo é uma aberrante injustiça na medida em que penaliza indiscriminadamente. Refiro-me às tão badaladas sanções que os ministros do ECOFIN, nos quais se inclui o poderoso e intragável ministro da economia alemã Wolfgang Schaeuble, se preparam para impor a Portugal por incumprimento do défice orçamental, neste conturbado e difícil cenário de crise internacional. Isto não tem a ver com regras, com justiça e nem sequer com bom senso! Então perdoaram 50% da dívida da Grécia e agora querem aplicar um castigo ao nosso país por ter excedido 0,2% ? Isto apenas tem a ver com uma cruel política economicista sem se preocuparem com o Estado Social de onde emerge a mendicidade, o desemprego e a pobreza. E porque não aplicam sanções à Banca por ter levado milhares de famílias à falência, ao desespero e ao suicídio porque, legitimamente, confiaram em Bancos governados por administradores corruptos? Será que já pensaram nos efeitos colaterais que essas sanções podem causar às Autarquias e aos Governos se as penalizações incidirem sobre os fundos estruturais, programa “Horizonte 2020 incluído. Por isso, até mesmo a “sanção zero” seria nefasta na medida em que significaria mais medidas de austeridade as quais seriam imorais para um povo que já não vive, apenas sobrevive e não tem mais furos no cinto para apertar. Onde está a tão badalada política de coesão e a solidariedade europeia? Máxima popular; quem muito se agacha o c... lhe aparece. Eu não sou anti Europa, sou pró bom senso e apoiante do projeto europeu de Jean Monet que deu origem à CECA o qual tinha o nobre e primeiro objetivo evitar as fraturantes guerras europeias e em segundo fazer crescer a indústria do carvão e do aço que viria a fortalecer a economia dos 6 países aderentes e melhores condições de vida para as populações. Hoje, a economia europeia e mundial está montada e traçada para atingir ambiciosos objetivos, sofra quem sofrer. Oxalá por este caminho, onde 1% de ricos dominam 99% de pobres, a UE não esteja a criar um monstro gerado na corrupção, na incompetência e no terrorismo alicerçado na ambição desmedida onde as injustiças grassam e já se apresentam fora de controlo. Não, a verdadeira UE não foi projetada para isto e se quiser voltar a ter credibilidade terá que criar condições mais justas e mais dignas para os seus 500 milhões de cidadãos.
O “brexit” chocou muitos europeus incluindo 48% dos ingleses mas os mais atentos ao rumo político, social e económico que a Europa dos 28 tem seguido, ultimamente, não ficaram surpreendidos nem ficariam se houvesse mais “brexits” e se os resultados fossem idênticos. O povo, aqueles que dizem sim ou não com o seu voto estão fartos de serem vilipendiados na sua condição de vida e se calhar não hesitarão em dizer sim na esperança de encontrarem um novo modelo Europeu.
Acredito piamente que depois do “brexit” será o princípio do fim desta UE, que começa a ser dominada por uma onda de terror. Levará muito ou pouco tempo? Será para melhor ou para pior? Voltarão os conflitos? O futuro o dirá! Tudo dependerá da formação, da competência e da honestidade dos futuros políticos.
Última hora: Um caso de sucesso de um emigrante português está a chocar o Mundo. Durão Barroso saiu de tanga de Portugal e em pouco mais de 10 anos chega a presidente do Goldman Sachs. Dizem que foi por granjear muitas amizades enquanto presidente da C.Europeia. O lado bom da questão é que o cherne português vai ficar mais caro que o bacalhau da Noruega.
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Conspiracao atras de Conspiracao e lá vai o Zeze da esquerda fazendo o seu "negocio". Sem "Conspiracaoes" a esquerda já tinha morrido há Seculos, melhor, NUNCA tinha nascido.
É mentira que alguma vez se tenha perdoado 50% da dívida grega. Em 2011, como parte da reestruturação da dívida grega, os privados detentores de dívida pública grega aceitaram, voluntariamente, uma depreciação de 50% dos seus direitos. Essa é que é a verdade, que depois foi transformada num chorrilho de meias-verdades e deturpações grosseiras, típicas desse pesadelo grotesco de néscios em que está transformada a "informação" na internet. Mas ninguém quer saber da verdade. Só querem é "argumentar" em prol dos seus pontos de vista.
Se só viu, no artigo, o pormenor técnico da divida grega então suba ao palanque e explique-a aos portugueses que não têm mais furos no cinto para apertar.