segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O BADALADO CASO BANIF

O badalado caso Banif | DNOTICIAS.PT



O badalado caso Banif

 
Juvenal Rodrigues
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Li no DN que o Dr. Miguel de Sousa, pessoa com conhecimento de causa por ter pertencido à Assembleia Geral do Banif, pedia para ser ouvido pela Comissão de inquérito ao Banif, inferindo que o caso não é comédia é terror e reforçando que “é preciso que sejam ditas umas verdades quanto à escandalosa decisão sobre o Banif.
Pois, venham elas Sr.  Deputado, todos precisamos saber. Que este caso nada tem de transparente já todos nós percebemos e percebemos ainda que deveria ser alvo de uma investigação profunda e ser bem explicado. As dúvidas são enormes e são muitas: Como é que o Banco em julho de 2013, já intervencionado pelo Estado em 60 ou 61%, emite ações a 1cêntimo com a conivência do BdP, da CMVM e do Governo de então sabendo, pelos vistos, que o Banco não era sólido? 
Como é que um Banco que estava a dar lucro (segundo o seu administrador Tomé Velosa) foi vendido à pressa e a preço de saldo? Como é que um Banco do qual o Governo era sócio maioritário, a deixa cair traindo a confiança dos depositantes que confiaram nos discursos do 1º Ministro e do P. da República? Como é que o Santander compra a parte do filete, por uma bagatela de 150 milhões e deixa os ossos para os investidores com a agravante de deixar ainda mais 2 ou 3 mil milhões às costas dos contribuintes, qual a explicação para tamanho descalabro? Isto já não vai lá apenas com uma Comissão de Inquérito, já exige a intervenção do Ministério Público até que tudo isto seja bem clarificado. Nas bocas do mundo já anda também o BPI, até parece haver um complô para tramar a Banca. Apesar da boa vontade (?) ninguém sabe -como sempre- como remediar o “roubo” que fizeram aos investidores, alguns em vias de serem espoliados em parte ou toda a poupança de uma vida.
Pois eu sem ser economista, sugiro o seguinte: se o Santander comprou a parte boa do Banif compre também o resto substituindo as obrigações que eram do Banif por um produto seu- acho que também devem ter produtos financeiros. As ações voltariam a ser cotadas em bolsa, agora com o nome Santander em vez de Banif. E não nos venham dizer que não pode ser assim, que não funciona assim, bla, bla, bla, o que não funciona é “roubarem” as poupanças de cada um, provocando desespero, suicídios e mais miséria. Não acredito que o Totta perca dinheiro com esta solução mas se perder são os riscos inerentes ao negócio que eles fizeram.
PS: Perante tanta corrupção uma associação para defesa dos lesados da Banca ganha agora mais legitimidade, urgência e força.
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Comentários

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Pretende-se um fórum construtivo e de reflexăo, năo um cenário de ataques aos pensamentos contrários.
Quando referi o nome do administrador do Banif Tomé Velosa queria obviamente referir Jorge Tomé. Pelo lapso as minhas desculpas ao visado e aos leitores do DN.
Neste país a corrupção predomina e níveis nunca vistos! Gostaria de assistir a uma trabalho sério por parte dos jornalistas deste país (incluindo os de cá), no sentido de divulgarem os casos que surgiram depois da expo 98, ou seja há 20 anos. Com certeza que irão concluir que, 90% dos indivíduos direta ou inderetamente estiveram/estão ligados a partidos políticos. O povo tem pago com miséria, desemprego, diminuição de qualidade de vida, baixos salários, diminuição brutal da taxa de natalidade, diminuição da qualidade dos serviços de saúde, emigração brutal, suicídios, crimes etec. Num país desenvolvido, tenho a certeza que a maioria destes autores estavam presos, no entanto, que eu saiba, preso efetivo por corrupção só tenho conhecimento do Vale e Azevedo. Os restantes aguardam em prisão preventiva, os processos prescrevem etec
O Sr. Juvenal faz uma série de observações/questões pertinentes ao que eu acrescentaria uma. Refiro-me à recuperação do $$$. Alguém ficou com a "massa"... Existem empresas especialistas em recuperar $$$ nestas situações, garantindo que o fazem em, pelo menos, 80%. Porque será que se anda a entreter o povo com o inquirir sobre qual foi o mais culpado e não se concentram os esforços em recuperar o $$$ nem que para isso se tenha que ir ao património pessoal de que tomou decisões danosas e ou beneficiou delas?!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, TEM SOLUÇÃO?



Violência doméstica, tem solução?

Duas formas de violência condenáveis já que uma fomenta a outra e que jamais será resolvida por repressão policial

 
Juvenal Rodrigues, Deputado municipal
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Ponderei escrever sobre a vergonha das pensões vitalícias dos políticos mas não quis chocar aqueles que ganham pensões de miséria e que só podem reformar-se aos 66 anos. Ponderei escrever sobre a vergonha que é o sistema bancário neste país onde se “rouba” legalmente mas tive receio de torturar, ainda mais, aqueles que perderam as economias de uma vida. Pensei escrever sobre a corrupção que grassa no nosso país mas de tão vasta e conspurcada torna-se quase inenarrável. Nem sequer vou falar sobre o estranho e misterioso surto bacteriano. Decidi-me por fim escrever sobre violência domestica, outro problema candente e transversal a toda a sociedade. Porque este tema poderá ter várias interpretações dependendo da sensibilidade do indivíduo que o lê gostaria de disseca-lo em partes que considero fundamentais para melhor compreensão. Qualquer opinião poderá contribuir para minimizar este grave problema.
Não acredito nas estatísticas que dizem haver mais casos de violência doméstica já que, felizmente, a maioria dos casais estão mais sensibilizados para este flagelo mas acredito que haja mais denúncias e mais crimes violentos porque as mulheres, hoje, fazem valer os seus direitos perante a lei. Depois, a falta de tolerância mútua é evidenciada pela autonomia da mulher, aquela que já possui um emprego e já não depende financeiramente do companheiro mas, outras há que por não serem auto sustentáveis continuam dependentes, logo mais sujeitas à sevícia e até à morte.
No que concerne propriamente ao fenómeno da violência domestica, temos que subentende-lo, como violência física, normalmente exercida pelo homem pela sua predominante força física em relação à mulher e, violência psicológica usualmente exercida pela mulher para compensar a força física. Duas formas de violência condenáveis já que uma fomenta a outra e que na minha humilde opinião jamais será resolvida por repressão policial uma vez que se a mulher, ou em casos raros o homem, se dirige a uma esquadra policial para formalizar uma queixa é certo e sabido que esse casal jamais poderá coabitar em paz enquanto existir um caso pendente em tribunal que, por difícil de provar, poderá demorar anos a resolver.
Para agudizar este complexo problema temos o emaranhado de leis feitas avulso por políticos manhosos que apenas têm por objetivo agradar à grande franja do eleitorado feminino mas que na prática apenas servem para acicatar o conflito entre homens e mulheres que acabam em mais violência. Isto não terá necessariamente assim se colocarmos os nossos deveres antes dos nossos direitos! Ironicamente, Com tanta aberração que existe neste país, os políticos preocupam-se em criar leis que penalizam o assédio (?) no local de trabalho ou ainda um piropo dirigido a uma mulher, simplicidades que sempre foram entendidas e toleradas pela sociedade. Obviamente que por estas ninharias os tribunais entopem com processos menores e atrasam o andamento de outros casos que se desejam céleres além de que um juiz num tribunal não aconselha, limita-se apenas a aplicar a lei que em 99% dos casos acaba em separação dos casais com nefastas consequências colaterais para filhos ou outros dependentes incluindo idosos.
Interrogar-se-á o leitor, então a violência doméstica não tem solução? Não! mas talvez pudesse ser minimizada minimizando também os efeitos colaterais com medidas mais adequadas à realidade que na minha modesta opinião passaria pela criação de um centro de arbitragem de conflitos domésticos ou centro de aconselhamento doméstico em que todos os casos, mesmo os participados à PSP, seriam antes de tudo encaminhados para essa instituição para que as partes beligerantes fossem ali aconselhadas e encaminhadas por equipas de técnicos abalizados para o efeito. Apenas em casos extremos recorrer-se-ia aos tribunais.