As dívidas versus investimento

Se a incoerência matasse teríamos que alargar os cemitérios!

 
Juvenal Rodrigues Deputado Municipal
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As dívidas estão para o investimento como o azeite está para a água, não se misturam. Hoje todos devemos sem saber bem a quem. A austeridade passou a ser uma ideologia e a pobreza extrema um mal necessário. A população está farta e exige que se dispa o fato partidário e fale, com verdade, de factos. Algumas vozes, vindas do laranjal, têm tentado manipular a opinião pública pela falta de investimento público da CMF. Porém é do conhecimento geral que tanto o atual Governo Regional como as Câmaras Municipais herdaram grandes dívidas devido à irresponsabilidade do anterior GR que acabou por estrangular a economia da Região. Quando em 2013 o povo votou para as autarquias e retirou 7 Câmaras ao PSD-M, sabia que estava a votar, não para ter mais estradas, mais heliportos, mais Soc. de desenvolvimento, mais marinas, mais cais 8 e outras loucuras mas apenas para travar uma dívida descontrolada de um Governo insano assim como dos coniventes presidentes das Câmaras PSD de então. A atual CMF poderá não ter investido tanto quanto seria desejável pelo seu presidente mas tem dado passos certos e seguros, rumo à estabilidade financeira da autarquia.
Não obstante uma pesada herança, agravada pelo PAEF- plano de assistência económica e financeira- que o G.R. foi obrigado a assinar devido ao volume da dívida, acumulada pela Região, que acabou por amarrar os madeirenses a um resgate financeiro que nos obriga a uma dupla austeridade. Não obstante a assinatura do PAEL – plano assistência à economia local- uma espécie de “troika” para o poder local que as Câmaras da região (todas PSD) foram obrigadas a assinar, para assim poderem contrair empréstimos, imaginem, para pagar dívidas. Não obstante outras vicissitudes, dizia, a CMF já abateu cerca de 25 milhões, em 2 anos, dos 101 milhões de dívida herdada. Poderão alguns cidadãos, saudosistas dos aventureiros do passado, reclamarem falta de investimento mas a verdade nua e crua é que a situação financeira atual pouco mais permite do que pagar dívidas e ajudar as pessoas mais necessitadas, como a CMF tem vindo a fazer, designadamente com a redução do IMI, do IRS, isenção do IMI familiar, comparticipação na compra de medicamentos para os idosos e ainda o programa “Câmara à porta” cujo objetivo é ajudar, com pequenas reparações na habitação, as famílias sem recursos financeiros. Alguns dirão; é pouco! mas não esqueçam que, para alguns, uma nota de 20€ já faz muita falta. Todavia o investimento não foi esquecido e devido a uma gestão rigorosa, honesta e transparente, a autarquia conclui as obras do Lido, do Mercado da Penteada e está ainda a negociar a contração de um empréstimo de 10 milhões de euros para o programa de erradicação do amianto nos bairros sociais substituindo-o por novas habitações. Na verdade não são obras para encher o olho aos madeirenses porque essas foram feitas todos de uma só vez para caçar votos e manter o PSD-M no poder durante 40 anos mas penso que os funchalenses saberão reconhecer quem coloca primeiro as pessoas e a nossa cidade em detrimento da caça ao voto. Uma nota ainda para ilustrar a boa vontade deste executivo. Quando a ARM, em 2014 resolveu, unilateralmente, aumentar o preço da água potável a CMF suportou esse encargo para não aumentar o preço ao consumidor. O executivo da Autarquia tem plena consciência que o investimento público é e será uma necessidade futura mas só depois de arrumar a casa que os sucessivos e excessivos executivos PSD desarrumaram mas consciente que jamais poderão entrar nos devaneios do passado. O investimento futuro terá que ser responsável, ponderado e sustentado. Os funchalenses têm ouvido, ultimamente,o Dr. Bruno Pereira, ex vice presidente da CMF e agora o “braço armado” do PSD, apregoar que a Câmara está parada, porém ele sabe que estar parada é apenas uma pausa para pagar a dívida que ele deixou enquanto ex vice presidente do Dr Miguel Albuquerque. Ele, enquanto atual vereador, deveria era zelar pelo interesse dos funchalenses e exigir ao GR, entre outras coisas, os 5 milhões de dívida relativos ao IRS que o ex presidente da Câmara, tanto reivindicou junto do Governo do Dr.Jardim mas agora, no lugar dele, teima em não pagar. Se a incoerência matasse teríamos que alargar os cemitérios. 
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Comentários

Este espaço é destinado à construçăo de ideias e à expressăo de opiniăo.
Pretende-se um fórum construtivo e de reflexăo, năo um cenário de ataques aos pensamentos contrários.
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updown
Este excecutivo municipal chamado de Mudança é uma desgraça. Que a cidade deles se livre tão depressa quanto possível.
Não se preocupe Sr António Alves! pior do que estava será impossível.
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updown
1 - Quando o Estado contrai dívidas para investir em auto-estradas, o investimento é igual a dívida.
2 - Quando se deve, sabe-se sempre a quem. Por detrás de quem nos emprestou poderão estar outras entidades, entre as quais, o Sr. Juvenal Rodrigues através das suas poupanças (já pensou que poderá estar contra si próprio?).
3 - A austeridade não é uma ideologia, é uma consequência da má gestão das finanças públicas.
4 - As grandes dívidas herdadas pelas câmaras municipais ficaram a dever-se, na maioria dos casos, aos investimentos em obras públicas vultuosas e necessárias. Como agora não têm que fazer esse investimento, é por essa razão que algumas apregoam aos 4 ventos que estão a baixar a dívida (pudera!).
5 - Quando em 2013 o povo votou para as autarquias e retirou 7 Câmaras ao PSD-M, também estava a contribuir para o aumento do desemprego (sem obras há menos emprego).
6 - Com a redução do IMI, do IRS, isenção do IMI familiar, comparticipação na compra de medicamentos para os idosos, a actividade da CMF mais parece um programa de governo. Contudo, muitos serviços da competência da CMF continuam a funcionar mal (recolhas de lixo às 3 pancadas, semáforos inoperacionais ou a obstaculizar o trânsito, perdas de água na rede, lixo nas ribeiras, nos cantos das estradas e nas canalizações das águas pluviais, etc.,etc.).
7 - Substituir as coberturas de amianto implica novas habitações e 10 milhões de euros? As habitações são totalmente construídas em amianto ou construir dá mais comissões?
8 - Apesar da pena que a CMF tem pelos seus munícipes, "suportando" o aumento do preço da água potável, a minha factura nunca parou de aumentar nos últimos 26 anos (acrescentam sempre uma taxinha para poder sustentar os "Filipes Rebelo" que por lá proliferam)
9 - Se a Mudança quer evidenciar-se na governação da CMF, também o GRM quer evidenciar-se na sua governação. A legitimidade de uns é igual à de outros. O pior cego é aquele que não quer ver!
Cara senhora, agradeço ter-se dado à maçada de comentar o meu artigo e como se dirige à minha pessoa seria deselegante não lhe responder.
1 Tem toda a razão, por isso deverá ser investido apenas no essencial porque nem a Madeira nem o país são ricos.
2 Referi o estado em que o Mundo se encontra.
3 deve saber distinguir as coisas no sentido figurativo do literal
4 aprendi à muito que não é aconselhável investir sem dinheiro e, se tal acontecer seja num investimento com retorno para poder pagar a dívida. Alem disso, estranhamente não comentou as obras do GR. Acha que a Marina do lugar de Baixo, os parques industriais às moscas, os heliportos do hospital e do Porto Moniz, as Soc desenv., todas com prejuízo o cais 8 e outros foram um bom investimento?
5 Como eu disse se não se fizessem as obras todas de uma vez para ganhar votos, hoje ainda poderíamos ter emprego.
6 No tempo do PSD havia algo melhor no aspecto social para ajudar as pessoas? não fale na ASA porque essa era uma associação do GR e funcionava; uma telha, um voto. A nível do saneamento básico e dos semáforos acha que estava melhor?
7 ???
8 o GR passou 40 anos a evidenciar-se e hoje temos uma dívida de 6.000 milhões.
Obrigado por me ajudar a esclarecer melhor porque já não tinha espaço no meu artigo.
Diz que é preciso despir o fato partidário no 1º paragrafo para depois no resto do seu artigo defender a CMF contra tudo e contra todos. O fato partidário que mencionou no 1º paragrafo usou e jamais o tirou no resto do seu artigo.
Menciona e muito bem que a divida e o investimento são como a agua e o azeite, não se misturam mas passa o artigo a justificar a falta de investimento por causa da divida. Em que é que ficamos? São azeite e agua ou são outra coisa?
Finalmente, dou 2 exemplos recentes e preocupantes da actual CMF. Concerto da Marisa para os amigos que custou 30,000 euros aos funchalenses e o fato de a CMF querer deitar a mão á Horários Funchal, empresa que apresenta todos os anos uma divida de 4 milhões de euros. Afinal há ou não dinheiro?
Sr (a) Contradições, A CMF não é um partido, é uma coligação, certo? e quando digo que é preciso despir o fato partidário, falo na generalidade. Eu enunciei as medidas que a autarquia tem vindo a tomar em defesa dos mais desfavorecidos e que não podem ser contestadas porque são uma realidade.
Quando exemplifico o azeite e a àgua é, exactamente, porque se há dívida não pode haver investimento, daí a ilustração.
O custo do concerto com a Marisa foi dividido por várias entidades, foi um investimento em cultura e não foram só os amigos porque o Parque estava a abarrotar. Já agora lembra-se quanto custou o Tony Carreira quando veio, a cerca de 2 anos, ao cais norte para a festa do PSD ? quanto custou e quem pagou?
Quanto aos Horários do Funchal não lhe vou responder porque por enquanto é apenas especulação.
Obrigado pelo seu comentário.