terça-feira, 8 de dezembro de 2015

MOBILIDADE,SUBSÍDIOS E ASSIMETRIAS

Mobilidade, subsídios e assimetrias

Reparem que mudam os Governantes mas os políticos são os mesmos e as acusações são as mesmas

 
Juvenal Rodrigues, Deputado municipal
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Esta novela chamada mobilidade parece não ter fim. Esta não o terá enquanto este país apenas sobreviver à base de subsídios, seja para a mobilidade, para as pescas para a agricultura e até para o desporto, tudo isto imposto por um mercado livre e selvagem com controlo absoluto, dos “lobbys” financeiros, sobre a economia e sobre os Governos. Analisemos sem subterfúgios o caso concreto dos transportes aéreos, de e para a Madeira. Por muitas negociações entre Governo Regional, Governo da República e companhias aéreas, essas nunca agradarão a ninguém devido às assimetrias verificadas nos preços das viagens. Como o mercado é livre as companhias praticam os preços que lhes apetece, onde uma passagem para o continente poderá variar entre 39€ ou 600€. Por muitas explicações que nos dêem os administradores da TAP, Easyjet ou Transávia nunca conseguirão justificar esta estúpida disparidade de preços. O percurso é o mesmo, os aviões são os mesmos, o consumo de combustível é o mesmo (até têm descido de preço) mas como a ganância não tem limite vem a desculpa esfarrapada que os computadores estão programados para determinarem os preços conforme as épocas; deixem-me usar esta expressão: “ganda treta”! Então quem introduz os dados nos computadores? Porque não recorrem a aviões maiores nas épocas altas? Já nem sequer nos vale a lei da concorrência para combater a lei do mercado livre uma vez que estas companhias funcionam como um cartel, quando uma aumenta as outras também. Os Governos até poderão ter boa vontade mas irão sempre contra aquela parede dos “lobby s” que os políticos apadrinharam e agora não conseguem livrar-se deles. Poderão rotular-me de comunista mas não concordo com as atuais regras dum mercado livre, selvagem e corrupto que, contrariamente aquilo a que se propõe, acaba por estrangular uma débil economia dependente dos seus próprios empréstimos. Aliás o próprio G20 -grupo dos países mais ricos e desenvolvidos- em reunião de 16.11.15 reconheceram que a crescente desigualdade social é motivo de preocupação podendo futuramente colocar em risco a coesão social e as perspetivas de crescimento da OMC. Este reconhecimento leva-nos a concluir que esta terrível austeridade não tem que ser uma fatalidade mas sim uma imposição movida pela conjuntura traçada para altos objetivos que aumenta a fortuna dos mais ricos e paralelamente aumenta o contingente de pobres. Como se não bastasse molda-se uma sociedade para profundas desigualdades onde alguns poderão ganhar 100 mil euros/mês e outros apenas 485 € Temos assim as condições ideais para a degradação social, a corrupção e promiscuidade entre poder político e financeiro, originando as guerras e os atentados terroristas que os Estados agora querem travar e já não conseguem. Ainda na mesma sequência o Mundo e em particular a Europa enfrentam agora o êxodo de 60 milhões de fugitivos (contabilizados em finais de novembro de 2015) dos conflitos que os Governos ajudaram a criar. Se me é permitido a analogia vejo a Europa como aqueles barcos de borracha que transportam refugiados; vai enchendo até um dia ir ao fundo e o pior é que nem se vislumbra o fim deste insanável problema. Se eu estiver exagerando alertem-me e dormirei mais descansado!
Apenas uma nota para o novo Governo de Portugal. São os painéis de “opinion makers”, são os partidos, são os comentadores de circunstância, todos procuram defender a sua dama ou ideologia de direita ou esquerda quando apenas deveriam discutir o essencial e não divagar sobre o acessório. Saber que na atual conjuntura político/económica já nem interessa se o Governo é de esquerda ou direita mas se tem pessoas capazes de negociar com o FMI afim de melhorar, um pouco, as condições de vida dos portugueses. Reparem que mudam os Governantes mas os políticos são os mesmos e as acusações são as mesmas apenas trocaram de cadeiras e o povo fica no meio sempre a apanhar cacetada. Acredito que este país já não pode descer mais fundo mas se isto não melhorar “fechem a porta” e deitem a chave fora.
Aproxima-se a quadra que tem o condão de nos fazer esquecer as agruras da vida. Desejo um feliz natal ao DN, a todos os seus colaboradores e aos leitores que me motivam a escrever estas linhas.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

DÍVIDAS VERSUS INVESTIMENTO

As dívidas versus investimento

Se a incoerência matasse teríamos que alargar os cemitérios!

 
Juvenal Rodrigues Deputado Municipal
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As dívidas estão para o investimento como o azeite está para a água, não se misturam. Hoje todos devemos sem saber bem a quem. A austeridade passou a ser uma ideologia e a pobreza extrema um mal necessário. A população está farta e exige que se dispa o fato partidário e fale, com verdade, de factos. Algumas vozes, vindas do laranjal, têm tentado manipular a opinião pública pela falta de investimento público da CMF. Porém é do conhecimento geral que tanto o atual Governo Regional como as Câmaras Municipais herdaram grandes dívidas devido à irresponsabilidade do anterior GR que acabou por estrangular a economia da Região. Quando em 2013 o povo votou para as autarquias e retirou 7 Câmaras ao PSD-M, sabia que estava a votar, não para ter mais estradas, mais heliportos, mais Soc. de desenvolvimento, mais marinas, mais cais 8 e outras loucuras mas apenas para travar uma dívida descontrolada de um Governo insano assim como dos coniventes presidentes das Câmaras PSD de então. A atual CMF poderá não ter investido tanto quanto seria desejável pelo seu presidente mas tem dado passos certos e seguros, rumo à estabilidade financeira da autarquia.
Não obstante uma pesada herança, agravada pelo PAEF- plano de assistência económica e financeira- que o G.R. foi obrigado a assinar devido ao volume da dívida, acumulada pela Região, que acabou por amarrar os madeirenses a um resgate financeiro que nos obriga a uma dupla austeridade. Não obstante a assinatura do PAEL – plano assistência à economia local- uma espécie de “troika” para o poder local que as Câmaras da região (todas PSD) foram obrigadas a assinar, para assim poderem contrair empréstimos, imaginem, para pagar dívidas. Não obstante outras vicissitudes, dizia, a CMF já abateu cerca de 25 milhões, em 2 anos, dos 101 milhões de dívida herdada. Poderão alguns cidadãos, saudosistas dos aventureiros do passado, reclamarem falta de investimento mas a verdade nua e crua é que a situação financeira atual pouco mais permite do que pagar dívidas e ajudar as pessoas mais necessitadas, como a CMF tem vindo a fazer, designadamente com a redução do IMI, do IRS, isenção do IMI familiar, comparticipação na compra de medicamentos para os idosos e ainda o programa “Câmara à porta” cujo objetivo é ajudar, com pequenas reparações na habitação, as famílias sem recursos financeiros. Alguns dirão; é pouco! mas não esqueçam que, para alguns, uma nota de 20€ já faz muita falta. Todavia o investimento não foi esquecido e devido a uma gestão rigorosa, honesta e transparente, a autarquia conclui as obras do Lido, do Mercado da Penteada e está ainda a negociar a contração de um empréstimo de 10 milhões de euros para o programa de erradicação do amianto nos bairros sociais substituindo-o por novas habitações. Na verdade não são obras para encher o olho aos madeirenses porque essas foram feitas todos de uma só vez para caçar votos e manter o PSD-M no poder durante 40 anos mas penso que os funchalenses saberão reconhecer quem coloca primeiro as pessoas e a nossa cidade em detrimento da caça ao voto. Uma nota ainda para ilustrar a boa vontade deste executivo. Quando a ARM, em 2014 resolveu, unilateralmente, aumentar o preço da água potável a CMF suportou esse encargo para não aumentar o preço ao consumidor. O executivo da Autarquia tem plena consciência que o investimento público é e será uma necessidade futura mas só depois de arrumar a casa que os sucessivos e excessivos executivos PSD desarrumaram mas consciente que jamais poderão entrar nos devaneios do passado. O investimento futuro terá que ser responsável, ponderado e sustentado. Os funchalenses têm ouvido, ultimamente,o Dr. Bruno Pereira, ex vice presidente da CMF e agora o “braço armado” do PSD, apregoar que a Câmara está parada, porém ele sabe que estar parada é apenas uma pausa para pagar a dívida que ele deixou enquanto ex vice presidente do Dr Miguel Albuquerque. Ele, enquanto atual vereador, deveria era zelar pelo interesse dos funchalenses e exigir ao GR, entre outras coisas, os 5 milhões de dívida relativos ao IRS que o ex presidente da Câmara, tanto reivindicou junto do Governo do Dr.Jardim mas agora, no lugar dele, teima em não pagar. Se a incoerência matasse teríamos que alargar os cemitérios. 
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Comentários

Este espaço é destinado à construçăo de ideias e à expressăo de opiniăo.
Pretende-se um fórum construtivo e de reflexăo, năo um cenário de ataques aos pensamentos contrários.
-1
updown
Este excecutivo municipal chamado de Mudança é uma desgraça. Que a cidade deles se livre tão depressa quanto possível.
Não se preocupe Sr António Alves! pior do que estava será impossível.
-3
updown
1 - Quando o Estado contrai dívidas para investir em auto-estradas, o investimento é igual a dívida.
2 - Quando se deve, sabe-se sempre a quem. Por detrás de quem nos emprestou poderão estar outras entidades, entre as quais, o Sr. Juvenal Rodrigues através das suas poupanças (já pensou que poderá estar contra si próprio?).
3 - A austeridade não é uma ideologia, é uma consequência da má gestão das finanças públicas.
4 - As grandes dívidas herdadas pelas câmaras municipais ficaram a dever-se, na maioria dos casos, aos investimentos em obras públicas vultuosas e necessárias. Como agora não têm que fazer esse investimento, é por essa razão que algumas apregoam aos 4 ventos que estão a baixar a dívida (pudera!).
5 - Quando em 2013 o povo votou para as autarquias e retirou 7 Câmaras ao PSD-M, também estava a contribuir para o aumento do desemprego (sem obras há menos emprego).
6 - Com a redução do IMI, do IRS, isenção do IMI familiar, comparticipação na compra de medicamentos para os idosos, a actividade da CMF mais parece um programa de governo. Contudo, muitos serviços da competência da CMF continuam a funcionar mal (recolhas de lixo às 3 pancadas, semáforos inoperacionais ou a obstaculizar o trânsito, perdas de água na rede, lixo nas ribeiras, nos cantos das estradas e nas canalizações das águas pluviais, etc.,etc.).
7 - Substituir as coberturas de amianto implica novas habitações e 10 milhões de euros? As habitações são totalmente construídas em amianto ou construir dá mais comissões?
8 - Apesar da pena que a CMF tem pelos seus munícipes, "suportando" o aumento do preço da água potável, a minha factura nunca parou de aumentar nos últimos 26 anos (acrescentam sempre uma taxinha para poder sustentar os "Filipes Rebelo" que por lá proliferam)
9 - Se a Mudança quer evidenciar-se na governação da CMF, também o GRM quer evidenciar-se na sua governação. A legitimidade de uns é igual à de outros. O pior cego é aquele que não quer ver!
Cara senhora, agradeço ter-se dado à maçada de comentar o meu artigo e como se dirige à minha pessoa seria deselegante não lhe responder.
1 Tem toda a razão, por isso deverá ser investido apenas no essencial porque nem a Madeira nem o país são ricos.
2 Referi o estado em que o Mundo se encontra.
3 deve saber distinguir as coisas no sentido figurativo do literal
4 aprendi à muito que não é aconselhável investir sem dinheiro e, se tal acontecer seja num investimento com retorno para poder pagar a dívida. Alem disso, estranhamente não comentou as obras do GR. Acha que a Marina do lugar de Baixo, os parques industriais às moscas, os heliportos do hospital e do Porto Moniz, as Soc desenv., todas com prejuízo o cais 8 e outros foram um bom investimento?
5 Como eu disse se não se fizessem as obras todas de uma vez para ganhar votos, hoje ainda poderíamos ter emprego.
6 No tempo do PSD havia algo melhor no aspecto social para ajudar as pessoas? não fale na ASA porque essa era uma associação do GR e funcionava; uma telha, um voto. A nível do saneamento básico e dos semáforos acha que estava melhor?
7 ???
8 o GR passou 40 anos a evidenciar-se e hoje temos uma dívida de 6.000 milhões.
Obrigado por me ajudar a esclarecer melhor porque já não tinha espaço no meu artigo.
Diz que é preciso despir o fato partidário no 1º paragrafo para depois no resto do seu artigo defender a CMF contra tudo e contra todos. O fato partidário que mencionou no 1º paragrafo usou e jamais o tirou no resto do seu artigo.
Menciona e muito bem que a divida e o investimento são como a agua e o azeite, não se misturam mas passa o artigo a justificar a falta de investimento por causa da divida. Em que é que ficamos? São azeite e agua ou são outra coisa?
Finalmente, dou 2 exemplos recentes e preocupantes da actual CMF. Concerto da Marisa para os amigos que custou 30,000 euros aos funchalenses e o fato de a CMF querer deitar a mão á Horários Funchal, empresa que apresenta todos os anos uma divida de 4 milhões de euros. Afinal há ou não dinheiro?
Sr (a) Contradições, A CMF não é um partido, é uma coligação, certo? e quando digo que é preciso despir o fato partidário, falo na generalidade. Eu enunciei as medidas que a autarquia tem vindo a tomar em defesa dos mais desfavorecidos e que não podem ser contestadas porque são uma realidade.
Quando exemplifico o azeite e a àgua é, exactamente, porque se há dívida não pode haver investimento, daí a ilustração.
O custo do concerto com a Marisa foi dividido por várias entidades, foi um investimento em cultura e não foram só os amigos porque o Parque estava a abarrotar. Já agora lembra-se quanto custou o Tony Carreira quando veio, a cerca de 2 anos, ao cais norte para a festa do PSD ? quanto custou e quem pagou?
Quanto aos Horários do Funchal não lhe vou responder porque por enquanto é apenas especulação.
Obrigado pelo seu comentário.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

OS SENHORES DA GUERRA





Os senhores da guerra

 
Juvenal Rodrigues 
Deputado Municipal 
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MUNDO. Eles, americanos, russos e chineses provocam a guerra, eles obtêm fabulosos lucros com a venda das armas, eles lucram com os sangrentos poços do petróleo, eles lucram com treino de mercenários e terroristas, eles provocam o êxodo de populações inteiras, semeiam a destruição, a miséria e a morte, eles - entenda-se as máfias - lucram com o transporte dos refugiados para fugirem à guerra, eles, com o imenso poder que o dinheiro lhes confere, derrubam Governos ou fazem destes simples marionetas, Eles sacrificam o ambiente em prol dos grandes lucros, eles farão sofrer mais os países europeus, atualmente, a definhar com uma crise tridimensional, financeira, política e social mas que por razões humanitárias são obrigados a dar guarida a 120 mil refugiados sendo que este número, certamente, não ficará por aqui.
Inevitavelmente seguir-se-á a fraude e a corrupção nos muitos milhões atribuídos às organizações dos países que darão guarida e esses refugiados. Depois os senhores da guerra sentam-se, comodamente, na sua torre de marfim observando as contas bancárias a engordar e a regozijar-se à custa da venda de armas, droga e prostituição enquanto o Mundo se degrada devido às viciadas regras de um capitalismo selvagem sem limite. Reparem que são os países de origem árabe que estão sempre envolvidos em conflitos. Porque será, perguntarão os menos atentos? Pois, estes países têm petróleo, têm dinheiro para comprar armas e são facilmente manipuláveis devido ao seu fanatismo religioso. Espero sinceramente que esta catadupa de acontecimentos, que já fugiu ao controlo do poder democraticamente eleito sirva, pelo menos, para que os Governos comecem a limitar o ilimitado poder do dinheiro.
A velha Europa também se deixou-se deslumbrar e importou um reles modelo americano onde, tudo vale para obter lucros mas é altura de impor regras que olhem também pela vertente social. Na verdade se alguém deveria aprender seria a jovem nação americana, com a secular vivência europeia e não ao contrário.
ELEIÇÕES. Surpreendentemente a dupla que vendeu Portugal a retalho e cortou a eito em tudo menos nas gorduras de Estado voltou a ganhar as eleições. Os portugueses entranharam a mensagem do medo que a coligação PàF lhes quis passar afirmando que sem eles não haveria amanhã e assim, mesmo com uma pesadíssima canga às costas, o povo não quis apostar na alternância e legitimou a miséria e exclusão social imposta por Passos Coelho e Paulo Portas. Os portugueses escolheram e durante 4 anos terão aquilo que escolheram sem direito a lamuriar-se. Refiro-me também ao grande volume de abstencionistas que deixaram os mais matreiros escolherem por si porquanto ficaram comodamente sentados no sofá a ver os maus políticos a desgovernar o país e não tiveram vontade para impedi-los nas urnas. No meio de tudo isto os portugueses ainda tiveram uma benesse dos céus, porque a dupla de algozes P. Coelho e P.Portas não alcançaram uma maioria absoluta pelo que terão muitas dificuldades em aprovar todas as medidas penosas que se preparam para nos infligir durante os próximos 4 anos já que essas terão que passar pelo crivo do novo quadro parlamentar.
MADEIRA. Por cá, para os menos de metade (49%) dos madeirenses que foram às urnas, o síndrome “laranja” voltou a impor-se embora com ligeira mas salutar alternância já que o PS-M conquista mais um lugar na AR e o BE consegue, pela 1ª vez, lá colocar uma voz com sotaque madeirense. Espero que sejam, efetivamente, 6 vozes a defender a região. Todavia acho que os partidos, na Madeira, não poderão cometer os erros do costume, embandeirando em arco porque os atos eleitorais no passado já nos avisaram que legislativas nacionais, legislativas regionais e autárquicas são eleições muito distintas. Prevejo a próxima legislatura muito fértil em mexidas políticas.  
Publicado em DN Funchal em 06 outubro 2015