quarta-feira, 27 de novembro de 2019

CASOS & CASOS ILIMITADOS

Casos & Casos Ilimitados

Poderá ser apenas uma convicção minha mas acredito que se o PSD-M perdesse as eleições muitos destes casos sairiam à luz do dia

27 NOV 2019 / 02:00 H.
Casos & casos, uma “empresa” de responsabilidade ilimitada que se instalou nesta pequena ilha e, à custa dos seus recursos naturais, tem enchido os bolsos aos privilegiados do regime, vigente há 43 anos. Se juntarmos esta “empresa” a outra chamada Casos sem Solução - com responsabilidade dos poderosos da ilha – temos uma simbiose perfeita entre vítimas (o povo) e os predadores (lobbies) a viverem num autêntico paraíso onde o crime compensa já que os prevaricadores, muito raramente, são castigados.
Caso da extração de inertes dos Socorridos. Caso da extração de inertes na Tabua. Caso dos inertes na Fundoa. Em principio a maioria destes casos partiram de licenciamentos irregulares, quando o Dr. Miguel Albuquerque era Presidente, da CMF, Pedro Calado, vice-presidente e Engº Duarte Gomes era responsável pelo pelouro das obras da autarquia. Nessa altura o G.R. e a CMF complementavam-se sob a tutela do Dr. Jardim, dono e senhor desta terra e ninguém destingia onde acabava o poder governamental e começava o poder autárquico. As fiscalizações que deveriam ser efetuadas pelo GR, foram completamente esquecidas ou feitas tarde e a más horas, após o DN Madeira trazer a público aquilo que não conseguiram esconder. Onde estão os fiscais do Governo para fazer cumprir a legislação que M. Albuquerque quer agora voltar a legislar? Ela já existe, senhor Presidente, apenas é preciso fazer cumprir. Poderemos estar perante um caso de negligência grosseira mas, por outro lado, ninguém pode dissociar o principal beneficiado com estes negócios; a empresa AFA, ex-patrão do senhor vice-presidente do Governo, Pedro Calado que, por coincidência, foi (ou é) um destacado quadro da empresa de Avelino Farinha.
Por outro lado, o Dr. Miguel Albuquerque, em 2017 vende a “Quinta das Rosas”, em falência técnica segundo conversas de café, ao Grupo Pestana, o maior grupo hoteleiro de Portugal e, por coincidência, um ano mais tarde o Presidente do GR, segundo o “Magazine Penafiel”, publicado em Outubro de 2018, assim como a revista “Sábado” diziam que Miguel Albuquerque era um dos políticos mais ricos de Portugal. Até agora Albuquerque não desmentiu nem explicou como passou de proprietário falido, a político mais rico.
São estas “coincidências” que levam o povo a fazer uma associação de ideias entre promiscuidade política e negociatas principalmente quando são feitas por quem nos governa. Por vezes, os cargos importantes poderão não ser bem remunerado mas abrem muitas janelas que deixam passar importantes raios de sol. Se é certo que o dinheiro não cai do céu, teriam que vir a público explicar como foram adquiridas as suas fortunas e privilégios quando mais não fosse para evitar especulações. “à mulher de César não basta ser honesta, tem que parece-lo”
Nos casos sem solução podemos englobar a Urbanização VIP do Imaculado Coração de Maria, no Funchal, o caso do edifício “La Vie” o caso do “Forum Madeira” todos eles licenciados, se a memória não me falha, pelas mesmas personagens que licenciaram as pedreiras, casos que até hoje continuam a arrastar-se, penosamente, pelos tribunais até um dia prescreverem acarretando sérios prejuízos para a região e para os contribuintes. Depois de tudo isto o presidente do psd-m ainda afirma que quer ganhar as eleições autárquicas de 2021 para as Câmaras voltarem a ser o que eram. Deus nos livre! Poderíamos estar todo o dia a falar em casos que foram, aparentemente, esquecidos: Caso da segurança social que deixou prescrever cerca de 4 milhões de euros entre 2013 e 2015, do “Grupo Camachos”, onde houve duas responsáveis mas... alguém sabe o que lhes aconteceu? O caso da droga e 30.000 euros em dinheiro, encontrados no edifício do Governo Regional em 2009 num cacifo de um trabalhador. A PSP tomou conta da ocorrência mas 10 anos depois parece esquecido. O caso das pratas furtadas na Assembleia Regional mas como a mesma era considera “casa de loucos” talvez por isso o(s) culpados foram considerado inimputáveis. E o manobrador da máquina, na Fundoa, morto quando estava a limpar a escarpa (ou estaria a extrair pedra?), alguém sabe? Juntemos centenas de casos de corrupção emperrados com a benevolência da nossa legislação que os torna difíceis de provar acabando por morrer numa prateleira de um qualquer tribunal. A cereja no topo do bolo, deste “casos & caos” é colocada com a notícia do Diário de 23/11/19 que denuncia “jogos de mentiras e enganos” com o caso do travão à investigação de Manuel António, ex-secretário do GR, no caso das licenças ilegais de pescas que envolve Assembleia Regional, governantes, procuradores e inspetores de polícia. Poderá ser apenas uma convicção minha mas acredito que se o PSD-M perdesse as eleições muitos destes casos sairiam à luz do dia, ecoando por montes e vales.