segunda-feira, 14 de março de 2016

UM PAÍS NIVELADO POR BAIXO

Um País nivelado por baixo

manter uma classe média, motor da economia, e criar regras para que os ricos fossem menos ricos e os pobres menos pobres.

 
Juvenal Rodrigues Deputado municipal
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Ao assistir à tomada de posse do novo Presidente da República portuguesa, pensei; finalmente o meu país tomou o rumo certo da prosperidade, tal era a pompa e circunstância da cerimónia. Mais de 500 comensais desfilando numa passarela de vaidades, faustosa, vistosa e rica, própria dum país exportador de petróleo. Imaginei; o que pensarão os portugueses desempregados, os famintos e sem abrigo e os que não têm dinheiro para medicamentos, a interrogarem-se, será este o meu pais? Infelizmente a cerimónia acabou e verifica-se que a “bota não bate com a perdigota” porque tudo voltou ao mesmo e o país volta ao seu nível, ou melhor, ao nível que os empossados o puseram. Um país nivelado por baixo onde um equilíbrio negativo marca o quotidiano mesmo para aqueles que têm a sorte de ter um emprego mas que na maioria dos casos o ordenado não chega para cobrir as despesas. Atente-se nesta gigantesca dependência desta aldeia global onde um espirro na Casa Branca ou no Palácio imperial de Pequim estremece o Mundo. A OPEP em 10.02.16 considerava que os preços baixos do petróleo têm um efeito negativo na economia, daí que estejam a prever um aumento gradual a partir de 2017 para reequilibrar. Mas por outro lado quando o preço do barril de brent atingiu os $115 em Março de 2011 também tinha um efeito bastante negativo afetava a economia mundial. Então em que ficamos,? deduz-se que para nós consumidores a Inflação é má mas a desinflação não é melhor. Isto parece um esquema muito bem montado onde quem paga sempre a fatura é o consumidor final. Parece que os grandes cérebros da economia urdiram uma teia em que todas as perdas a montante terão que ser ressarcidas a jusante. Se os bancos vão à falência os depositantes perdem as suas economias e ainda são chamados a pagar novamente através dos seus impostos. Se os ordenados sobem, logo terá que subir a inflação para equilibrar esses aumentos. O Comércio e a indústria ressentem-se pelo fraco poder de compra logo trabalhadores são despedidos. Percebem agora porque falei em equilíbrio negativo? É que a falta de emprego e as precárias condições de vida exercem, por parte do Governo e dos “lobby”, um controlo absoluto sobre as populações? Tantas lutas se travaram, tanto sangue foi derramado em prol da liberdade mas na verdade, em pleno século XXI, voltamos a ser escravos, não de uma qualquer ideologia política mas pela ditadura do poder económico instalado em Bruxelas que se dá ao luxo de impor condições ao O. E. de um país soberano. Não, isto não é liberdade, é um dogma que os políticos inventaram para nos fazer querer que só por vivermos em democracia já somos livres. A poucos dias vi e ouvi, num vídeo, um sociólogo ou politólogo brasileiro tentando interpretar o Socialismo como sendo impraticável porque defendia a distribuição da riqueza em partes iguais para todos. Mas o que está subjacente à filosofia socialista, tal como na social democracia, é uma forma de corrigir grandes assimetrias como as que estão a verificar-se hoje quando 1% dos muito ricos detém 50% da riqueza mundial, os outros 99% da população repartem os restantes 50% dessa riqueza. ou seja, manter uma classe média, motor da economia, e criar regras para que os ricos fossem menos ricos e os pobres menos pobres. Mas infelizmente a prática corrente é ver os pobres ajudarem os ainda mais pobres enquanto os ricos assistem impávidos e serenos ao advento da escravatura moderna. Citando José Régio: “não sei por onde vou mas sei que não vou por aí” A reforçar o qua acima escrevi, um estudo recente de uma Fundação com sede na Alemanha chamada BERTLESMANN concluiu que Democracia está a retroceder em todo o Mundo e porquê? Porque o sistema democrático previa uma maior equidade na distribuição da riqueza mas está a verificar-se exatamente o oposto.

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