quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

ANO NOVO PROBLEMAS VELHOS

Ano novo problemas velhos

Em vez de andar às turras com o Governo da república deixe de parte a cagança e negoceie

28 JAN 2020 / 02:00 H.
Ano novo e velhos problemas para debater até à exaustão e, como sempre, sem solução. Portanto nada como começar o ano 2020 a alertar para os mesmos já que as promessas vãs voltarão em 2021 e novamente em 2023.
O meu primeiro artigo do ano é, obrigatoriamente, sobre o eterno problema do ferry, sempre novo mas com mirabolantes episódios: desperdício de dinheiro, parvoíces e arma de arremesso político.
Tivemos que esperar que se realizasse as eleições regionais de 2019 para ficarmos a saber (quem não sabia!) que o governo Regional chegou à sábia conclusão que teria que abandonar a linha ferry, com o álibi de que não é rentável. Senhor Governo, terá que recorrer à inteligência artificial porque apesar de alargar o Governo em mais duas Secretarias, está rodeado de gente pouco inteligente. Então só agora chegou à conclusão que esta linha não era rentável, quando todos os madeirenses já sabiam disso? Então admite que gastou 6 milhões de euros em 2018 e 2019 para deitar poeira aos olhos dos madeirenses para não enxergarem onde colocar a cruzinha no boletim de voto? Não acha uma estranha coincidência que o operador, Grupo Sousa, tenha anunciado a desistência (ou conveniência?) do serviço em Setembro de 2019, um dia antes das eleições? Depois de vários anos deste serviço marítimo, só agora descobriu que a linha ferry nunca foi, nem nunca será rentável em termos financeiros, e terá que ser sempre subsidiada pelo erário público? A população também sabe que sempre será assim com a mobilidade terrestre ou aérea. Porque não abandona o confronto político com o Costa e senta-se à mesa de negociações para negociar um modelo se serviço público para as regiões autónomas? Todos sabemos que continuaria a não ser rentável mas talvez fosse menos dispendioso em termos financeiros já que, só com a mobilidade aérea, o Governo da República gastou, em 2018, setenta milhões (este ano tem nova taxa) a pagar subsídios para a Madeira e Açores. Talvez saísse mais barato uma linha aérea e outra marítima, de serviço público. Penso que mais tarde ou mais cedo é o que terá que acontecer. Primeiro porque está a prejudicar uma ilha que vive essencialmente do turismo; segundo, porque os subsídios pagos à TAP (amiga) tornar-se-ão insuportáveis já que são uma mama da qual a companhia não quererá abdicar.
Em vez de andar às turras com o Governo da república deixe de parte a cagança e negoceie. Isso sim seria defender a Madeira e os madeirenses. Afinal o braço de ferro com os governos da República, nunca resolveram os grandes problemas da Madeira; O ferry foi ao “fundo” as passagens aéreas estão cada vez mais caras, os madeirenses continuam a pagar a totalidade das passagens em vez dos 86 euros. Até o “meio” hospital e a redução dos juros da dívida, apenas foi conseguido com a boa vontade do Costa. Senhor Presidente M.Albuquerque, conhece o provérbio:”bezerro manso mama o seu e o alheio”? Se não conhece o ditado pergunte aos seus parceiros do cds-m. Eles dizem-lhe que é diplomacia, astúcia, bom senso e uma porção de graxa q. b.
Outra trapalhada monumental foi aquela votação dos deputados do psd-m, na Assembleia da República ao optarem pela abstenção na votação do O.E. Foram obrigados a furar a disciplina de voto do próprio partido para obedecer à ordem suprema do presidente do psd-m. Então depois de tantas alarido contra Lisboa, o presidente do G.R. contentou-se apenas com 50% do novo hospital e deixou cair todas as reivindicações, pelas quais fez tanta arruaça em ano de eleições?
Outra oportunidade que M.Albuquerque tem para mostrar que não defende os madeirenses apenas com bazófias, é rever as pensões miseráveis dos reformados e atribuir-lhes um complemento solidário de reforma, em 60 euros, tal como o Governo dos Açores já faz a tantos anos, e olhe que não os vejo fazer tanto alarido a apregoar que lutam pelo interesse dos Açores e dos acoreanos. Muitos destes pensionistas foram antigos pequenos empresários obrigados a fecharem as suas empresas devido às políticas erradas dos governos. Esses, além de não terem direito ao subsídio de desemprego, foram obrigados a negociar uma reforma miserável, sem atualização ao longo dos anos, por isso ainda hoje recebem menos de 300€ quando o ordenado mínimo já vai acima dos 600€. mostre que também gosta dos mais desfavorecidos e não só dos seus amigos empresários. Em vez de andar a gastar o nosso dinheiro para satisfazer clientelas políticas, rodeie-se, urgentemente, de assessores competentes e honestos que não se movam apenas pelo tacho.
As únicas desgraças completas são aquelas com as quais nada aprendemos. William Ernest Hocking.