quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

ESPETAR AGULHAS

 POR FAVOR, ALGUÉM QUE DIGA AOS OPERADORES DE IMAGEM DAS TVs QUE NÃO TEM GRAÇA NENHUMA ESTAR CONSTANTEMENTE A FILMAR ESPETAR AGULHAS NOS BRAÇOS DAS PASSOAS . ALGUMAS SOFREM DE BELENOFOBIA E NUNCA MAIS VÃO ENCARAR AGULHAS NA SUA VIDA.

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Luís Silva, Teresa Freitas e 3 outras pessoas
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SARS COVID, O QUE FALTA SABER

 

SARS Covid, o que falta saber

Incontornavelmente, o vírus covd-19. Muito haverá para escrever ou discutir mas, por mais voltas que se dê, é impossível fugir ao tema; a pandemia que está a abalar os alicerces do Mundo e a massacrar o frágil ser humano. Mas já que somos obrigados a falar nisto vamos tentar perceber, esclarecer e prevenir consequências futuras. Em síntese tentar perceber o que nos espera, pós pandemia, a nível de saúde e bem estar.

SARS (severe acut respiratory sindrome) foi descoberto em abril de 2003 após um surto na Ásia que causa grave doença pulmonar e respiratória. Um vírus semelhante foi descoberto em Dezembro de 2019, em Wuhan, China. Foi apelidado de coronavírus; corona dado a forma molecular e 19 pelo ano em que foi descoberto. Começam a surgir outras variantes classificadas de SARS-COV-1 e SARS-COV-2 e é exatamente essa proliferação e complexidade de estirpes que nos deve preocupar e prevenir o futuro.

As autoridades de saúde têm por obrigação estar atentes ao presente, antever e planear o futuro pois haverá, certamente, mais vida após covid e não podem ir resolvendo os problemas de improviso conforme caem no regaço. Acho que esta pandemia deveria ser dissecada e explicada por etapas:

Os testes rápidos são, sem dúvida, uma mais valia mas são muito limitados no tempo uma vez que uma pessoa pode ser testada hoje mas amanhã pode contrair o vírus e infetar outra pessoa, confiante no teste que deu negativo. Por outro lado tem havido casos em que as pessoas testam positivo no Serviço Público e testam negativo no privado. Os testes são fiáveis? Em que serviço de saúde devemos confiar?

Uma pessoa após levar a 1ª dose já se considera imunizada ou pode ainda contrair infeção até à 2ª dose? Se, eventualmente, houver rotura de stock das vacinas - já se fala nisso - terá que reiniciar a inoculação?

Após a dose completa considera-se imune ao vírus por tempo indeterminado ou, funciona como a vacina da gripe que terá de ser repetida anualmente?

Admitindo a hipótese, já aventada, de contrair o vírus após a vacinação poderá ficar imune mas ser hospedeiro e transmiti-lo a outrem?

Que acontecerá em casos de ressurgimento de nova estirpe, tal como já foi detetado na Amazónia, Brasil, Reino Unido e África do Sul? A mesma vacina serve ou terão que aperfeiçoar as atuais?

A técnica já experimentada, mas pouco divulgada, do plasma convalescente pode e deve ser aplicada nos infetados com covid-19 ou não está comprovado a sua eficácia?

Por outro lado, se não for desenvolvida uma cura, além da prevenção pela vacina, todo este esforço da ciência na prevenção, será inglório no futuro se não se conseguir remédio para eliminar o vírus. Depois de tanto esforço para a prevenção acho que vale a pena um pouco mais e apostar na cura, pois só assim poderemos viver mais descansados.

Poderá parecer prematuro colocar estas questões, tão pertinentes quanto necessárias, quando o SNS ainda não conseguiu estabilizar a fase atual, todavia é necessário estar preparado para prevenir a 4ª vaga deste horrível vírus que nos espreita em cada esquina. Altamente mutante e de propagação tão fácil entre humanos – até através dos alimentos – todo o cuidado será pouco e é tão necessário, quanto urgente, precaver o futuro. Aos cépticos aconselho refletir sobre os milhões de infetados, de mortos, de hospitalizados e expliquem qual a vantagem ou objetivo de inventar tamanha catástrofe.

Enfrentámos, num ano, a 1ª, 2ª e 3ª vaga deste avantesma que se prepara para aumentar a fome e a miséria entre os mais desfavorecidos. Aqueles que sobreviverem a esta pandemia terão um futuro negro para enfrentar a nível de uma sobrecarga de impostos e custo de vida porque a tão famosa “bazuka europeia” terá que ser paga.

Finalizo com três considerandos sobre as eleições presidenciais que vieram confirmar algumas preocupantes realidades; 1- os portugueses estão a jogar 46 anos de democracia no lixo votando num partido de aventureiros ditadores. 2- lamentavelmente aquelas pessoas que chegam ao ponto de alugar um cãozinho e terem um pretexto para sair, deixaram-se ficar em casa elevando a abstenção para 60,8%. 3- na Madeira, poucas dúvidas restarão que o psd-m de Albuquerque irá encostar o moribundo cds às cordas e fará uma santa aliança com o xenófobo Chega, pois pensará que lhe renderá mais uns votos para as próximas autárquicas.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O ANO EM REVISTA

 

O ano em revista

O ano aziago de 2020 está no seu términos e não deixará saudade, antes pelo contrário, uma indelével ferida pungente tal como deixou a peste negra na Europa entre 1347 a 1351 ou a gripe espanhola entre 1918 e 1920. Para os anais da história ficará os milhões de vítimas, os astronómicos milhões de prejuízos causados e os graves problemas sociais. Os velhos desta geração, em serões familiares ou em roda de amigos, contarão histórias alusivas e alguns lamentarão a fome e a morte de algum familiar ou um amigo vítimas deste autêntico naufrágio da humanidade. Ficará, também, uma referência à vacina da Pfaizer e BioNtech por terem sido desenvolvidas em tempo recorde como nenhuma outra em toda a história da medicina. Os nomes dos cientistas Dr. Ugur Sahin, a Drª Ozlem Tureci e Stephane Bancel que desenvolveram a vacina, depressa serão esquecidos uma vez que não são jogadores de futebol ou ténis. Será que os terráqueos compreenderão, finalmente, a diferença entre os cientistas que salvam vidas e os atletas que apenas servem de entretenimento e, colocarão o Mundo na ordem certa? Entretanto o avantesma Covd-19 já ameaça o Mundo com nova estirpe mas ainda há quem não acredite no primeiro.

Nelson Carvalho, diretor da UCAD, focou um problema premente (DN 11-12-20) que a todos deve preocupar o qual eu já alertei através das “cartas do leitor” (19-07-2013) com o titulo “operação All in”, para o perigo dos jogos online e offline através da internet, equivalentes a qualquer droga que cria uma terrível dependência com a agravante de entrar em qualquer casa através de um cabo de fibra ótica levando um Casino a cada um, aliciando velhos e novos que possuem um cartão de crédito. O diretor da UCAD disse ainda que isto era um problema da estrita responsabilidade da Assembleia da Republica mas eu não acredito que eles se atrevam a criar legislação contra o interesse dos“lobbys” e, tal como a droga, é preferível cair no esquecimento. A sociedade é que tem de mobilizar-se contra os interesses instalados e travar esta nova praga que trará muito mal ao Mundo por ganância desmedida.

A TAP, a nossa companhia de bandeira, nunca foi uma mais valia para o país, acumulando prejuízos anualmente e já há quem alvitre que teria sido melhor deixar nas mãos dos privados. Sinceramente acho que não, o dinheiro da TAP voa mais rápido que o avião, quer seja pública ou privada, e nós contribuintes acabamos, em qualquer caso, por arcar com os prejuízos, assim, mal por mal, é melhor que seja de todos os portugueses porque a pagamos.

O racismo um dogma inventado para criar instabilidade e vender jornais e imagens televisivas diferenciando raças, criando ódios e quezílias, chegou ao cúmulo de suspender um jogo de futebol (PSG x Istambul) para protestos antirracistas. Dado o protagonismo mediático, todo o mundo falou e cultivou-se ainda mais o ódio e a xenofobia. Porque não noticiam sem referir a cor da pele, raças ou credos? As únicas diferença que distinguem o ser humano é a cor da pele e uns são feios, bonitos, mais ou menos violentos ou mais ou menos corruptos mas isso é comum a todas as raças.

O Presidente do G.R, nas “100 maiores empresas” afirmou que Portugal tem nas suas Ilhas uma oportunidade, que no contexto democrático ainda não aproveitou. Será que o Dr. Miguel Albuquerque já parou para pensar que se a Madeira é útil a Portugal, este também é útil à Madeira? Que se não fosse Portugal com a adesão à U.E. a nossa região não passaria de um minúsculo ponto perdido no mapa Mundo? Quando atira balas de pólvora seca contra Lisboa lembrou-se de referir que Portugal também é credor, em 30%, da dívida da Madeira mas não anda a apregoar isso aos quatro ventos? Percebe que as estúpidas quzílias partidárias estragam com o desenvolvimento e coesão da nossa pátria e atrasam o nosso progresso? O Mundo reconhece-nos pela Bandeira das Quinas e não por qualquer governante ou partido. Bertrand Russel proferiu uma frase célebre:O problema do mundo de hoje é que as pessoas inteligentes estão cheias de dúvidas e os idiotas estão cheios de certezas.

2020 foi fertil em acontecimentos inenarráveis e pretendia passa-lo em revista mas apenas deu para mencionar alguns por manifesta falta de espaço. Continuaremos no próximo, pois prevejo que haverá muitas feridas sociais e mazelas a curar a nível da saúde, da economia e da política. Um feliz e melhor possível ano de 2021 para todos.

Juvenal Rodrigues

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

PRIORIDADES INVERTIDAS

 

Prioridades invertidas

São tantas as prioridades invertidas que assolam o nosso quotidiano que custa imenso escolher uma. Começando pelo famigerado Novo Banco que de novo nada tem a não ser as renovadas injeções de capital, alguém que explique direitinho porque é que os portugueses tem que contribuir com os seus impostos para injetar dinheiro num Banco com um historial de contradições; Foi ou não comprado pelo “Fundo Lone Star “? Se, como dizem,o dinheiro vem do Fundo de Resolução, com que dinheiro se alimenta esse fundo? Porque se teimam em manter um Banco que vem dando prejuízos desde 2017? Se o dinheiro vem do Estado como é que a Lone Star tem autoridade para fechar73 balcões e despedir 510 trabalhadores aumentando assim a despesa do Estado com o desemprego? São estas questões que têm que ser explicadas para ao menos percebermos porque é que os partidos da oposição ameaçam chumbar o O. E. para 2021 sabendo que irão agravar a crise financeira, provocada por esta terrível pandemia, se o Governo for obrigado a governar com duodécimos em 2021. Sabemos que o mundo da alta finança chafurda bem na lama e talvez por isso seja preciso manter estes casos confusos, obrigando o poder político a esconder parte da verdade uma vez que nenhum governo, no Mundo, quer aprofundar estes casos já que eles próprios, estão reféns dos grandes grupos capitalistas. Não admira, pois, que os mais ricos, em plena crise pandémica, aumentaram as respetivas fortunas em 27%, acumulando cerca de 10 biliões de dólares. Já não há lugar para dúvidas, o Mundo está subjugado por corruptos, interesseiros, incompetentes e ditadores disfarçados de democratas ao ponto de fazer lembrar uma célebre frase de Elie Wiesel: “Pode haver momentos em que somos impotentes para evitar a injustiça mas nunca deve haver um momento em que deixemos de protestar”

A população não pode estar sujeita a governos arrogantes que por terem ganho um ato eleitoral já se julgam donos do território mandando e desmandando a seu belo prazer, esbanjando os fracos recursos económicos como se não houvesse amanhã. Os governos passam mas os países ficam para sofrer as consequências das más governações.

E quando se fala em incompetências a Madeira não foge à regra por ser um flagrante mau exemplo de gestão da coisa pública. Todos nós sabemos que a nossa principal fonte de receita é o turismo já que o sector primário da economia regional, por incúria, foi negligenciado por um (des)governo psd, com mais de 40 anos. Infelizmente o turismo sofreu uma drástica redução, sem previsibilidade de aumentar a curto prazo mas o G.R. continua a gastar à tripa-forra os parcos recursos financeiros que dispõe (por enquanto) a contar já com verbas a fundo perdido que ainda não chegaram.

Estamos a braços com uma calamidade sem precedentes, com mais de 80 mil madeirenses em pobreza extrema e um crescente manancial de pobreza envergonhada sem recursos financeiros para mitigar a fome à família. Estamos com uma taxa de desemprego galopante, próximo dos 7% e a crescer, sendo que o G.R já admite chegar a 18.5%. Aquelas famílias que antes da pandemia eram remediadas estão agora a entregar as casas e outros bens ao Banco porque perderam o emprego e a recorrer ao banco alimentar. Aumenta o contingente dos sem abrigo e idosos abandonados porque escasseiam os lares de terceira idade. A saúde está enferma apresentando, de ano para ano, um défice assustador, agora agravado exponencialmente com as despesas com testes e isolamentos profiláticos em hotéis. O dinheiro escasseia para contratar profissionais de saúde e não há vagas para consulta nos Centros de Saúde aumentando assim o risco de doenças que poderiam ser detetadas precocemente. As infindáveis listas de espera para cirurgias já vão além de 16.000. Depois desta avantesma calamidade alguém compreenda que o G.R. anuncie medidas populistas de gastar 5 milhões para um campo de futebol em Câmara de Lobos e cerca de 17 milhões para uma ligação rodoviária entre a via rápida e o Jardim da Serra? Que se dê milhões todos os anos às Casas do Povo na perspetiva de ganhar mais uns votos? Que se gaste milhões em 460 nomeações para as diversas secretarias do Governo apenas para satisfazer interesses partidários? Alguém pode aceitar esta ordem de prioridades numa altura de tanta miséria e sofrimento? Onde está a coerência e o bom senso do nosso Governo? A prioridade de um bom Governo, terá de ser, invariavelmente, de zelar para que não falte o pão na mesa das famíliaJ                  Juvenal Rodrigues

terça-feira, 1 de setembro de 2020

TALHADOS UM PARA O OUTRO


Talhados um para o outro

O poder político e o poder económico são dois itens sociais indissociáveis e nem o covid-19, consegue separa-los, a bem dos intrínsecos valores morais. Eles cantam, bailam, fazem contorcionismos, dão tristes espetáculos, fazem figuras ridículas mas, no fundo, o que interessa é ter muito poder que lhes abre portas ao dinheiro. As pessoas tardam em perceber que o verdadeiro “partido” é o económico que, apesar de ninguém votar neles, está cada vez mais forte. Todos correm para um lugar ao sol, porém, quem lá chega são os políticos multifacetados e de palavra fácil.

André Ventura, um papagaio de bico afiado e penacho brilhantes, saltou do galho da bola para o galho da política porque percebeu que o povo gosta do seu papaguear e adotou aquela máxima popular “não importa que digam bem ou mal, o que interessa é que falem de mim” Na verdade tem conseguido tal desiderato. Ele percebeu(alguns é que não) que, financeiramente, a política é mais rentável, vai daí pegou numa sigla (Chega) até então desconhecida e copiou o modelo de extrema direita de Trump, Bolsonaro, La Pen e outros extremistas porque sabe que a população está farta do atual modelo de governação e anseia mudanças que acabam por nunca surtir efeito uma vez que a política está cheio de papagaios coloridos que ganham popularidade quando dizem exatamente, aquilo que o povo quer ouvir, depois, vai-se a ver e nada.

Lembram-se de Marinho Pinto que papagueava muito bem, foi um dos fundadores do PDR, passou por eurodeputado e até apregoou que os deputados europeus ganhavam muito? Onde está ele agora? Foi apenas mais um fogacho que brilhou enquanto os media lhe deram cobertura. Pergunta-se: O que fez ele, os andrés e outros aventureiros da política, pelo seu país além de uma fugaz tentativa para conquistar um lugar ao sol? São ondas, senhor, são ondas, como dizia a rainha Santa Isabel (trocando as ondas pelas rosas. São ondas da política que agitam as hostes populares mas após a “tempestade” a onda amaina e o mar volta a ficar calmo, com os mesmos peixes, a mesma poluição e os mesmos tubarões predadores que se alimentam da arraia miúda.

Ventura papagueia tão bem que até convenceu Miguel Albuquerque a mostrar a sua verdadeira ideologia, extrema direita, ou seja, a doutrina que o dr.Jardim implantou no psd local e que prevalecerá pela vida fora enquanto houver “laranjal. Tal foi o deslumbramento de Albuquerque que não se coibiu de dar um chega-p’ra-lá no seu atual parceiro de coligação, o CDS, que, embora furibundo ainda disparou, timidamente, um tiro de pólvora seca para a praça pública mas acabou por engolir o sapo para não perder as mordomias das cadeiras do Governo, porém, ainda não perceberam que estão a prazo e a ser cozinhados em lume brando e quando forem descartáveis sujeitam-se à extinção. Na verdade, Albuquerque não olha a meios para conseguir uma maioria confortável na ALM e pouco se importa com quem faz alianças desde que lhe permita assegurar a Quinta Vigia seja a que preço for. É caso para dizer que Ventura e Albuquerque estão mesmo talhados um para o outro. É esta sede interminável de poder que o líder do psd-m já não consegue esconder. Mas o André, outro oportunista, dá-lhe uma sonora “estalada” de luva branca e aproveita para cimentar, publicamente, a sua posição de extremista porque sabe que isso está numa onda de dar votos e responde a Albuquerque que não faz alianças com partidos da área social democrata e ainda por cima da-lhe o “KO” final ao convida-lo para apoiar a sua candidatura à presidência da República. Como diria Fernando Pessa “e esta hein” Por sua vez o dr. Jardim aproveita a deixa, deita mais achas para a fogueira e empurra Albuquerque para o fogo. A típica “vingança do chinês!

É destes jogos que vivem certos políticos populistas, sem valores morais, que se aproveitam da boa fé e da ingenuidade do povo para ganharem poleiro. Mas uma coisa é certa, se o povo julga que são estes papagaios que nos vão tirar deste atoleiro social em que nos encontramos, então não aprenderam nada nestes 46 anos de vivência democrática. Reparem que são sempre os interesses partidários e financeiros a falar mais alto quando o PCP, contra toda a lógica imposta pelo Covid-19, prepara-se para levar a efeito a festa do Avante mandando às urtigas as recomendações da DGS e faz tábua rasa da opinião publica. É o auge da degradação política submissa aos interesses económicos e partidários.

Juvenal Rodrigues

segunda-feira, 3 de agosto de 2020

SEM CONSUMIDORES NÃO PODERÁ HAVER ECONOMIA

  Juvenal Rodrigues 28 de Julho de 2020

Não poderia deixar de começar pelo tema da corrupção que voltou a ter grande destaque na C.Social com o caso BES onde tantos milhões foram desviados para alimentar as contas bancárias de 25 energúmeno sem vergonha e sem princípios morais. Até altas figuras da nação como Cavaco Silva, Carlos Costa e Passos Coelho negam envolvimento nas falcatruas mas não conseguem negar que incentivaram os portugueses quando disseram à C.Social que o BES era um Banco sólido .

Esta praga está cada vez mais disseminada na atual sociedade e já não há medidas que a consigam travar. Este crime,difícil de provar, será sem dúvida o cancro financeiro deste século uma vez que a nível moral já bateu no fundo.

Desculpem a minha ignorância mas nem fazia ideia que existia tanto dinheiro por esse mundo fora. Só dos cofres da UE, saem 750 mil milhões. Para Portugal são 45mil milhões e a Madeira também será contemplada com 1.7 mil milhões. Tantos milhões irão despertar muita cobiça e gerar mais corrupção. A grande incógnita é se este dinheiro, que se destina a um plano de recuperação económica, será bem utilizado trazendo retorno financeiro ou pelo contrário servirá para contrair mais dívida para empobrecimento das famílias? Depois de tantos milhões dou comigo a refletir; obrigam-nos constantemente a apertar o cinto tendo tanto dinheiro em cofre? Será que os governos e os grandes grupos económicos ainda não perceberam que se não houver consumidores não haverá economia. Esta pandemia mostrou isso claramente mas a ganância impediu-os de aprender a lição. Por outro lado, nem quero imaginar as “piranhas” a devorar os milhões provenientes da UE que em vez de colmatar os estragos causados pela pandemia Covid-19 irão engordar as contas bancários de muitos oportunistas. Muitos já estarão a afiar os dentes para abocanhar o bolo enquanto outros preparam-se para enfrentar miséria e mais carga fiscal, ou seja; os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres com as dívidas.

A corrupção é um polvo cujos tentáculos abraçam todas as áreas da sociedade, desde a política, à governação passando pelo social até a economia e alimenta-se sempre da mesmas vítimas, o povo, que não tem meios para escapar aos seus tentáculos, estrangulando-nos lenta e impiedosamente. Os encargos com os impostos e com o custo de vida irão paulatinamente aumentando porque nenhum país terá sistema financeiro que resista a tanto dinheiro roubado. E como o povo sustenta todo este sistema corrupto, por muito que desconte, nunca chega para fartar tanta vilanagem. Saliente-se que independentemente de legislação mais ou menos rigorosa nenhum país escapa a este flagelo. Já muita vezes as poucas pessoas sensatas e com visão de futuro alertaram para o capitalismo sem regras que está a dominar toda a sociedade mas a ganância é tanta que, aos (i)responsáveis, é mais cómodo “enterrar a cabeça na areia” e deixar andar. Acredito que, bem antes do que supomos, este sistema financeiro chegará ao ponto de rotura, tal como já acontece com o ambiente que agora os governantes já não conseguem reverter porque os grandes lobby não deixam.

Como se esta maldita pandemia não fosse suficiente junta-se o flagelo económico que está a provocar o colapso de muitas pequenas e médias empresas direta ou indiretamente ligadas ao turismo e o empurrão a muitos trabalhadores atirados para o desemprego com a consequente miséria das famílias.

Infelizmente a nossa ilha tornou-se demasiado dependente do turismo e sofrerá dupla crise, de consequências ainda imprevisíveis porque os rios de dinheiro gastos não tiveram em conta o sector primário e afins que nos permitisse alternativa. Adivinha-se muita gente de mão estendida à caridade sem que as instituições tenham capacidade de resposta.

Por cá, neste cantinho abençoado, os nossos governantes têm o sentimento de “guerra” tão enraizado que gastaram 300mil euros do Orçamento Regional para desenvolver o jogo de guerra e saque “do or Die” talvez a pensar numa “batalha” com Lisboa, mas como os nossos vasos de guerra estão na faina da pesca e os tiros são de pólvora seca o “inimigo nunca morre” Não fora o nosso dinheiro que está a ser esbanjado era caso para umas sonoras gargalhadas. Embora o sócio- gerente da “Azimuthstar”, empresa fornecedora do jogo, negue que tivesse intenção de obter, ilicitamente, fundos da região a verdade é que mais uma vez enfiamos o barrete e 300mil foram “queimados” em coisas supérfluas quando, embora não pareça, a região atravessa tanta miséria. As estúpidas e desnecessárias guerras com Lisboa estão a dar cabo da paciência dos madeirenses já que os problemas da região estão a passar para segundo plano e apenas se ouve as reivindicações, não pelo bem estar dos madeirenses mas por banais politiquices. Não tenham dúvidas que tudo isto é apenas a tentativa de reconquista das autarquias perdidas pelo psd-m, já nas autárquicas do próximo ano. Qualquer pessoa que fale em nome do psd-m, parece ter um “chip”implantado com a mesma gravação a maldizer Lisboa. A Madeira merece ser governada com responsabilidade e não com o único objetivo de ganhar eleições.

domingo, 19 de julho de 2020

GERIR A FALÊNCIA

Gerir a falência

O Governo Regional sempre usou mal os rios de dinheiro que lhe tem chegado às mãos

Eu já havia alertado que a pandemia originada pelo covid-19, acabaria por dar lugar a uma crise económica sem precedentes. Resta saber gerir a falência.
Albuquerque pede autorização ao Estado para contrair dívida de 300 milhões para fazer face à devastação causada pelo “coronavírus. O Estado concede autorização até 480 milhões, mais do que Albuquerque pedia mas este não fica satisfeito porque agora quer o aval da República o qual apregoou publicamente que a Região não precisava do aval do Estado para se endividar. Como está mal preparado para governar faz as contas sobre o joelho e não se lembrou de um pequeno/grande pormenor. Se a contração do empréstimo junto da Banca tivesse o aval do Estado a Região pagaria 0,9% de juros, mas se o Estado não avalizar, os juros sobem para 2% ou seja, mais do dobro. “pela boca morre o peixe” e agora se não houver a boa vontade do Estado a Região vai pagar o dobro dos juros.
Como qualquer coisa serve para alimentar brigas, logo surge outro caso. Agora é por causa da moratória da dívida, pela qual estão a fazer um grade alarido, sem antes procurarem saber se tal é permitida pela U.E entre entidades públicas. Até poderá ser uma desculpa do Ministro das Finanças para recusar a moratória mas que outra coisa poderiam esperar depois de tantas e repetidas ofensas contra Lisboa ? Albuquerque e Calado só podem esperar mesmo o que esteja no rigoroso cumprimento da lei e não vale a pena tentar convencer que Lisboa está contra os madeirenses porque o que eles estão é contra a arrogância do G. Regional. Aqui o que está bem patente é uma “guerrilha” estúpida de cores partidárias para alimentar o egocentrismo de Albuquerque e Calado e os madeirenses estão a ser apanhados no fogo cruzado. Aqui o que existe, repito, é uma uma estúpida “guerra” entre um Governo do PSD-M contra um Governo do PS na Republica. Isto é exatamente igual ao que o G.R. faz com a C.M.F. tentando paralisa-la por não ser psd. Eles sempre, demonstraram uma doentia aversão a quem não seja da sua cor partidári
A LFR aprovada em 2013, curiosamente, pelo PSD e CDS quando eram coligação na República, é outro “cavalo de batalha” usado desde o tempo do dr. Jardim que até se demitiu para provocar eleições antecipadas que de nada serviu.
Um governo sensato defenderia os madeirenses não com guerras estéreis mas com negociações idóneas e consensuais como acontece com os Açores. Este PSD-M com a sua estúpida atitude conflituosa está a isolar a Madeira do resto do país com consequências nefastas para os madeirenses, e para quê? Por mais meia dúzia de votos?
É óbvio que, nesta altura, todo o Mundo precisa de ajuda e a Madeira não foge à regra como tal recorrer a empréstimos é um mal necessário, o que me preocupa é saber como irá ser usado esse dinheiro, pois os madeirenses ainda estão a pagar dívidas escondidas por dinheiro esbanjado.
O Governo Regional sempre usou mal os rios de dinheiro que lhe tem chegado às mãos; Foi nas Sociedades de Desenvolvimento, foi em 22 piscinas públicas à volta da Ilha, foi em marinas, foi em recintos desportivos como o de Gaula que não serve para nada, foi no desporto profissional, foi nas PPP, foi nas Casas do Povo e em tudo o que dava votos mas nem sempre em benefício da Região. Ainda por cima o homem que vai gerir esse dinheiro, Pedro Calado, não está isento de pecado uma vez que quando estava na CM.F. deixou uma dívida à volta de 100 milhões e até usou dinheiro do município para celebrar contratos “swap acima dos 900 mil euros
Além do mais os senhores Presidente e Vice-Presidente estão tão ocupado com as birras que nem apresentaram ainda um plano para reestruturação da economia da Madeira sabendo que o endividamento dos 480 milhões só pode ser planeado até final de 2020. É necessário que explique aos madeirenses como tenciona usar o dinheiro dos empréstimos mais aquele que virá a fundo perdido porque apesar desta aparente facilidade em adquirir dinheiro, não tenhamos ilusões que no futuro teremos uma pesada fatura a pagar. Como dizia o Dr. João C. Neves, doutorado em economia, “não há almoços grátis” o que significa que alguém terá que pagar a recuperação da economia, portanto o dinheiro terá de ser bem aplicado.
O leitor lembrar-se-á, certamente, das engenharias financeiras levadas a cabo pelo antigo vice-presidente do G.R, João Cunha e Silva quando instituiu as S. D. apenas para contornar a lei do endividamento zero imposta pela Ministra Ferreira Leite com o fim de contrair dívida em nome das Sociedades mas com o aval da região. Hoje as S.D. continuam a ser autênticos sorvedouros de dinheiro e não servem para outra coisa que não seja assegurar bons ordenados aos conselhos de administração.
Como vêm, o que nos deve preocupar é todo um passado de dinheiros mal gastos e alertar para que não volte a acontecer. Lá diz o ditado: “gato escaldado, de água fria tem medo” e os madeirenses ainda estão a pagar um PAEF, de má memória, por dívidas escondidas.