terça-feira, 6 de outubro de 2015

OS SENHORES DA GUERRA





Os senhores da guerra

 
Juvenal Rodrigues 
Deputado Municipal 
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MUNDO. Eles, americanos, russos e chineses provocam a guerra, eles obtêm fabulosos lucros com a venda das armas, eles lucram com os sangrentos poços do petróleo, eles lucram com treino de mercenários e terroristas, eles provocam o êxodo de populações inteiras, semeiam a destruição, a miséria e a morte, eles - entenda-se as máfias - lucram com o transporte dos refugiados para fugirem à guerra, eles, com o imenso poder que o dinheiro lhes confere, derrubam Governos ou fazem destes simples marionetas, Eles sacrificam o ambiente em prol dos grandes lucros, eles farão sofrer mais os países europeus, atualmente, a definhar com uma crise tridimensional, financeira, política e social mas que por razões humanitárias são obrigados a dar guarida a 120 mil refugiados sendo que este número, certamente, não ficará por aqui.
Inevitavelmente seguir-se-á a fraude e a corrupção nos muitos milhões atribuídos às organizações dos países que darão guarida e esses refugiados. Depois os senhores da guerra sentam-se, comodamente, na sua torre de marfim observando as contas bancárias a engordar e a regozijar-se à custa da venda de armas, droga e prostituição enquanto o Mundo se degrada devido às viciadas regras de um capitalismo selvagem sem limite. Reparem que são os países de origem árabe que estão sempre envolvidos em conflitos. Porque será, perguntarão os menos atentos? Pois, estes países têm petróleo, têm dinheiro para comprar armas e são facilmente manipuláveis devido ao seu fanatismo religioso. Espero sinceramente que esta catadupa de acontecimentos, que já fugiu ao controlo do poder democraticamente eleito sirva, pelo menos, para que os Governos comecem a limitar o ilimitado poder do dinheiro.
A velha Europa também se deixou-se deslumbrar e importou um reles modelo americano onde, tudo vale para obter lucros mas é altura de impor regras que olhem também pela vertente social. Na verdade se alguém deveria aprender seria a jovem nação americana, com a secular vivência europeia e não ao contrário.
ELEIÇÕES. Surpreendentemente a dupla que vendeu Portugal a retalho e cortou a eito em tudo menos nas gorduras de Estado voltou a ganhar as eleições. Os portugueses entranharam a mensagem do medo que a coligação PàF lhes quis passar afirmando que sem eles não haveria amanhã e assim, mesmo com uma pesadíssima canga às costas, o povo não quis apostar na alternância e legitimou a miséria e exclusão social imposta por Passos Coelho e Paulo Portas. Os portugueses escolheram e durante 4 anos terão aquilo que escolheram sem direito a lamuriar-se. Refiro-me também ao grande volume de abstencionistas que deixaram os mais matreiros escolherem por si porquanto ficaram comodamente sentados no sofá a ver os maus políticos a desgovernar o país e não tiveram vontade para impedi-los nas urnas. No meio de tudo isto os portugueses ainda tiveram uma benesse dos céus, porque a dupla de algozes P. Coelho e P.Portas não alcançaram uma maioria absoluta pelo que terão muitas dificuldades em aprovar todas as medidas penosas que se preparam para nos infligir durante os próximos 4 anos já que essas terão que passar pelo crivo do novo quadro parlamentar.
MADEIRA. Por cá, para os menos de metade (49%) dos madeirenses que foram às urnas, o síndrome “laranja” voltou a impor-se embora com ligeira mas salutar alternância já que o PS-M conquista mais um lugar na AR e o BE consegue, pela 1ª vez, lá colocar uma voz com sotaque madeirense. Espero que sejam, efetivamente, 6 vozes a defender a região. Todavia acho que os partidos, na Madeira, não poderão cometer os erros do costume, embandeirando em arco porque os atos eleitorais no passado já nos avisaram que legislativas nacionais, legislativas regionais e autárquicas são eleições muito distintas. Prevejo a próxima legislatura muito fértil em mexidas políticas.  
Publicado em DN Funchal em 06 outubro 2015