terça-feira, 24 de julho de 2012

A ESCRAVATURA MODERNA




Esta geração de políticos ignorantes e mal formados moral e politicamente acabaram por desacreditar e enxovalhar a própria democracia. De todos os modelos experimentados até hoje este era o que se afigurava melhor entre os maus mas, como tudo na vida, enfermou de uma patologia grave onde qualquer aventureiro pode chegar a Deputado, 1º ministro ou Presidente da República. É certo que onde o homem põe a mão estraga tudo, movido pela ganância pelo dinheiro e pelo poder. Os vício e má formação dos políticos começam  nas sedes partidárias desde as “jotas” aos seniores pelo que podemos afirmar que um político já nasce torto ao ponto de  transformar o sistema democrático num regime de opressão. Democracia é sinónimo de direitos e deveres iguais, liberdade de expressão, liberdade  religiosa, liberdade sexual, justiça independente, direito á educação, direito á saúde e leis justas que sirvam os cidadãos por igual. Hoje constatamos sem sombra de dúvida que isso não passa de um mito porque os políticos sem vergonha já nem conseguem sequer salvaguardar a Constituição. Alteraram as regras e os princípios básicos do tal, menos mau, sistema democrático. Deram direitos a uns e deveres a outros. A corrupção grassa a cada dia que passa como se os gananciosos não tivessem tempo de enriquecer enquanto um partido está no poder. A liberdade de expressão ainda é possível mas se for muito ruidosa temos a PSP e a GNR de bastões em riste. A religião, já não cumpre o seu real papel preferindo  enganar os incautos com colheita das dizimas para ganhar o céu outros a pregar pelo Governo que em troca da angariação de votos concede mais uns dinheiros públicos para construir mais um templo. A liberdade sexual tornou-se uma coisa contra natura. A justiça tornou-se num emaranhado de leis onde umas anulam as outras mesmo á medida dos corruptos mas onde os pobres ficam injustiçados porque não têm dinheiro para pagar processos tão caros e tão morosos. A educação tornou-se numa fábrica de canudos para oferecer a ministros mesmo que nem tenham posto os pés na universidade enquanto a população paga, caríssimo, desde a creche à universidade e mesmo assim só terá emprego se tiver uma boa cunha. Da saúde nem se fala, sofre de uma doença grave. Os governantes, inexperientes e corruptos, oprimem-nos em todos os segmentos da sociedade roubando-nos a pouca felicidade e os mais pequenos prazeres da vida defendendo um Mundo capitalista onde os pobres passaram a ser escravos numa escravatura moderna. Prevejo que isto é o fim dum ciclo chamado democracia onde os “escravos” tal como sucedeu no passado, fartos de serem espoliados pelos grandes senhores, tomarão o freio nos dentes e virão  para a rua restaurar essa democracia ou outro modelo qualquer de sociedade mais puro e sadio.
Juvenal Rodrigues   

Publicado no D.N. em 18.7.12

PARA ONDE CAMINHA ESTE PAÍS?





Muito se tem escrito sobre os estatísticas do desemprego, tanto na Madeira como no continente, porém nem o Governo sabe, ao certo, a verdadeira dimensão deste flagelo. Só podemos afirmar que são mais do que as percentagens tornadas públicas. O DIÁRIO tornou público que o desemprego atingiu, na Madeira, 193% em seis anos porém, estes números oficiais não serão, certamente, reais. Isto porque falta contabilizar os desempregados de longo prazo que, entretanto, perderam o subsídio de desemprego, os pequenos empresários (a grande maioria) e  ainda os trabalhadores por conta própria (recibos verdes) que, por absurdo e pelas leis injustas que temos neste país não são contabilizados como desempregados e consequentemente não têm direito ao desemprego. Veja-se as assimetrias incompreensíveis que arrastam, para a lama, seres humanos cujo Governo não lhes garante emprego, nem subsídio, mas precisam continuar a viver. Com os pequenos empresários então é uma aberrante injustiça. Enquanto um trabalhador por conta de outrem (ainda) tem direito a regalias sociais, um pequeno empresário que, por vezes, emprega  um agregado familiar de três ou quatro pessoas e que desconta duplamente para a segurança social ( 24% como entidade patronal e 11% como empregado)  mais IRC e IRS, nem sequer tem direito a desemprego se a sua pequena empresa falir colocando na miséria uma família inteira. A mesma situação verifica-se com os trabalhadores a recibos verdes, enquanto os político e amigos são premiados com chorudas e por vezes duplas reformas quando apenas contribuíram para arruinar o país. Quando aparecerão políticos honestos que legislem, com justiça, beneficiando aqueles que realmente contribuem para a riqueza do país e não aqueles que querem apenas viver á custa da política? Temos um quadro completo de aberrações se juntarmos a tudo isto o facto do Estado ser devedor e principal causador da insolvência de pequenas empresas cujo(s) gerente(s) são responsáveis pessoais pelas dívidas ao fisco e à S. Social. Estes serão “perseguidos” , ferozmente, pela vida fora onde quer que estejam até pagarem essa dívida. Veja-se a sequência e as consequências; O Estado deve e não paga mas obriga-os a pagar o IVA dos créditos não recebidos. Não lhes permite recorrer a linhas de crédito oficiais porque são devedores ao Estado, que contribuiu para a sua ruína. Não lhes dá subsídio de desemprego quando estes ainda descontaram mais que os outros. Depois penhora-lhes uma parte do vencimento mensal, quando, e se, estes conseguirem arranjar emprego. Quem disse que o Estado é pessoa de bem quando se beneficia a si próprio, permite que os corruptos fiquem impunes, não castiga ladrões de colarinho branco e cai com todo o seu peso em cima dos que, simplesmente, querem trabalhar para viver. Algum político honesto poderá afirmar que um país assim conseguirá um dia endireitar-se?
Juvenal Rodrigues

Publicado no DN em 28.6.12