quarta-feira, 25 de agosto de 2010

A CULPA MORRE SEMPRE SOLTEIRA




 




A CULPA MORRE SEMPRE SOLTEIRA

Sobre a queda da palmeira no Porto Santo já começaram as mesmas desculpas esfarrapadas dos políticos cá do burgo. Os tais que por ganharem eleições há tantos anos julgam-se intocáveis e nada é culpa deles. Já andam todos a sacudir a água do capote, como de costume, só falta dizerem que a culpa é de Lisboa.

Alberto João Jardim, pensando que ainda todos os madeirenses engolem os seus disparates, já lançou dúvidas na cabeça das pessoas dizendo que é estranho cair a palmeira na altura do comício. Só faltou insinuar que foi algum socialista ou comunista que empurrou a palmeira. Se fosse algum deles, digo eu, de certeza que teria empurrado a palmeira em direcção à cabeça dele (uma vez que a palmeira não caiu para o lado que estava inclinada!!!) a ver se esta raciocinava melhor.


Agora vem o Presidente da Câmara, Roberto Silva, que já sabe a escola toda, inventar uma campanha contra o P.Santo e os portosantenses, técnica usada pelo chefe quando os factos e as provas de culpabilidade são por demais evidentes, empurrando para cima dos técnicos uma responsabilidade que é dele uma vez que a degradação daquela palmeira era tão evidente que já tinha sido alertado, em Julho 2010, pelo DIÁRIO (mesmo sem o parecer dos técnicos) para aquele perigo mas como este órgão de informação pertence ás “forças do mal” logo rejeitam tudo o que ele anuncia. Se fossem os escribas, lambe-botas, do J.M de certeza que seriam ouvidos mas como esses só escrevem para agradar ao chefe nunca dão notícias capazes e nunca estão em cima de qualquer acontecimento.


Por muito menos e perante tantos casos de negligencia que há vários anos que têm grassado na Madeira já teria "caído" Presidente do Governo, Presidente de Câmara e todos os incompetentes que apenas estão nos “tachos” por serem familiares, afilhados e amigos, se isto não fosse uma terra com uma democracia ímpar que faz lembrar os regimes fascistas ou ditatoriais.


Tenham vergonha, peçam licença aos madeirenses e saiam porque já prejudicaram demais! Quem não se lembra da monstruosa dívida da região, dos calotes do Governo a fornecedores, dos avales mal concedidos aos amigos, ao JM e ao futebol profissional. Da má imagem que o Governo tem dado ao estrangeiro por gestos e palavras, dos incêndios que se alastram por falta de um helicóptero, do instruendo da guarda florestal que morreu de hipotermia durante a instrução na serra, das ribeiras estranguladas seja a montante ou a jusante, das famosas sociedades de desenvolvimento que a cada dia que passa acrescentam dívida há divida, da droga que apareceu no edifício do Governo Regional, do caso da multa passada a um condutor por ordem do chefe do Governo, do manguito a um trabalhador em Machico etc,etc.?

Não acham que por muito menos têm “caido” muitos Governos?


Estão a soar-me aos ouvidos as palavras do dr Jardim, no Porto Santo em que pedia aos madeirenses que rezassem para que o ano 2010 acabe mais depressa devido hás desgraças que tem acontecido nesta terra. Eu já comecei a rezar... para que ele não imponha mais a sua presença, aos madeirenses, na governação da Madeira e que esta terra se veja livre dele o mais rapidamente possível porque a sua governação já há muito é sinónimo de desgraça e putrefacção . E, já agora leve com ele todos os que estão à sua volta e que se têm governado (e que bem) à custa do sacrificado povo madeirense.

Hás vítimas desta tragédia, que não têm culpa dos maus políticos que por aqui proliferam todos os dias, o meu profundo sentimento.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Palavras incendiárias

O senhor cónego Martins, pároco de Machico, quanto a mim, foi demasiado injusto na apreciação que fez ( Diário 19.8.10), há polícia de Machico no caso da detenção dos 4 jovens por fazerem uma queimada e fez acusações de certa gravidade que enxovalha a PSP, responsável pela ordem pública e defesa dos cidadãos. Se esta actua sempre bem é outra questão mas aí existem os tribunais para corrigir excessos. também tenho razão de queixa da PSP por alguma multa que eu considero injusta mas prefiro isso a uma anarquia.

Afinal a polícia apenas fez o seu dever de cumprir a lei e o tribunal pronunciar-se-á se os jovens são ou não culpados por má intenção, negligência ou, nem uma coisa nem outra. Julgo que o juiz terá em conta todas as atenuantes inerentes ao caso.

Dependendo de ser com boa ou má intenção, sendo jovem ou adulto, a verdade é que a lei proíbe queimadas sem a presença dos bombeiros, ponto final.

O sr. cónego afirma ainda que é hábito fazer essas queimadas na altura das festas porém, também é hábito fazer espetadas nas serras mas, diz a lei, que as pessoas que as fazem são responsáveis pelo que possa acontecer.

Não compete à polícia julgar se o acto praticado é ou não passível de ser levado à justiça porque se não abria-se um precedente grave para a polícia poder discriminar quem ia ou não perante o tribunal.

Muito me admira agora esta posição do cónego Martins originando uma verdadeira onda de opiniões controversas que, quanto a mim, ofende a polícia e os seus agentes mas quando a imagem de nossa senhora de Fátima foi a Machico e, não sei se por ordem de alguém, não visitou a paróquia da Ribeira Seca o sr. cónego Martins permaneceu mudo e calado num caso, esse sim, era da sua competência e dizia respeito, directamente, á sua área de acção. Uma pessoa na sua posição sabe perfeitamente que as sua palavras podem ser mais perigosas para um levantamento popular do que a queimada provocada pelos 4 jovens.

Entre popularidade e populismo vai uma enorme distância que é preciso saber destinguir.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

INFERNO

INFERNO




Não tenho palavras para descrever a frustração que sinto ao olhar as paisagens desoladoras das nossas serras, outrora tão belas, após os vários incêndios que deflagraram no fim de semana de 15 Agosto 2010.

Se foi por culpa humana, consciente ou inconscientemente, o(s)energúmeno(s) que tiveram a ousadia de fazer isto, mesmo que fosse inimputável, alibi muito em voga, merecia o pior dos castigos porque está a delapidar um património que é de todos, os presentes e os vindouros.

Por outro lado parece que Deus cansou-se da arrogância e prepotência patenteada pelos governantes desta pequena ilha, qual “Sodoma x Gomorra”, e descarregou a sua ira sobre ela, primeiro devastando-a com o temporal de 20.2.10 e agora arrasando o que a Madeira tem de mais belo, a nossa linda paisagem florestal.

Parece que a natureza está, caprichosamente, a bater o pé e a exclamar : “Não, a única importante sou eu”.

Se o homem não fosse um ser racional mas estúpido, perante tantas catástrofes naturais, já há muito teria dado conta da sua pequenez e insignificância perante a natureza que nos rodeia e jamais ousaria desafia-la.

Juvenal Rodrigues

sábado, 14 de agosto de 2010

UMA QUESTÃO DE MENTALIDADE

Há dias recebi um e-mail que colocava uma questão e logo de seguida dava a resposta. A pergunta: porque é que países mais pequenos que Portugal e até mesmo com menos recursos naturais tinham melhor nível de vida. Resposta: uma questão de mentalidade dos seus povos. Acho que não é difícil estabelecer um paralelo entre este pertinente, e sempre actual, artigo de Luís Calisto "relativismos de Verão"e a resposta contida no e-mail.


Os incompetentes, versos oportunistas, estão sobejamente identificados uma vez que a região é pequena eles não podem e já nem se dão à maçada de disfarçar. Desde o partido da maioria, passando pelos pequenos partidos até ao partido líder da oposição todos, salvo raras excepções, lutam ferozmente pela “chave da dispensa” entrando na interminável dança das cadeiras. Eis as tais mentalidades . O cacique da região sabendo perfeitamente disso, porque tem bufos a informar e a desestabilizar dentro dos partidos da oposição, aproveita muito bem esse defeito incorrigível dos medíocres que se contentam com tão pouco e tira enormes vantagens. Lá vão 32 anos de poder não por mérito próprio dos actuais governantes mas por puro demérito de uma oposição que a cada dia dá tiros nos próprios pés.


Com uma oposição madeirense super fragilidade impõe-se que apareçam mais vozes corajosas como a do jornalista Luís Calisto e de outros corajosos cidadão (começam cada vez mais a se manifestar) tentando inverter uma situação que já toca as raias do despotismo.

sábado, 7 de agosto de 2010

Sociedade ferida

O artigo de opinião do jornalista Luís Calisto, hoje 7.7.10, uma vez mais toca nas feridas pungentes de uma sociedade à beira do colapso arrastada por políticos incompetentes que deveriam ser severamente castigados pelo mal que têm feito.


Na verdade umas férias há poucos anos atrás ainda eram um sonho ao alcance dos comuns trabalhadores, hoje tornam-se um pesadelo de não saber o dia de amanhã e se se trona obrigatório amealhar o subsídio para fazer frente a um possível desemprego amanhã.

Recorrer ao crédito para o bem estar e lazer foi sol de pouca dura porque as pessoas estão a acordar para a realidade e compreenderam que o facilitismo de hoje terá de ser bem pago amanhã. Viver acima das suas posses reais é um luxo que sai caro, só mesmo para ricos.

Por sua vez a chamada classe média onde se inseria as pequenas e médias empresas está cada vez mais descapitalizada e impedida de recorrer ao crédito para não caírem no sufoco das prestações bancárias que as levam à falência total. Só os grandes grupos económicos, especuladores incorrigíveis, têm o futuro garantido.

Até já doam metade da fortuna! Será por beneficência ou remorso? Não, é porque a outra metade ainda é mais que suficiente para eles, prova irrefutável de que o dinheiro está muito mal distribuído criando um forte desequilíbrio financeiro mundial onde num futuro próximo prevalecerá apenas duas classes; os muito pobres e os muito ricos.

“vem aí mais um ano disto” diz Luís Calisto no seu artigo. Eu acrescentaria: Muitos mais anos disto virão porque os Governos sejam de esquerda ou direita já deram sinais evidentes que não têm capacidade para mudar nada deste sombrio cenário político. Todas as promessas não passam de engodo para enganar os mais incautos que continuam a dar-lhes o voto a ainda aplaudi-los. Apenas estão interessados no voto que lhes permite ganhar eleições uma vez que, apesar de tudo, tem acesso a uma classe privilegiada que lhes dá bons vencimentos e mordomias.

Concluindo: Apesar de vários ideologias, de tanto se falar em socialismo, de tanto se apregoar a igualdade entre seres humanos a verdade é que a vida volta sempre aos seculares altos e baixos onde as faustas mesas dos ricos contrastam com as migalhas dos pobres.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Comissão da Inquietação

Este artigo foi publicado nas "Cartas do Leitor" do DN em 1.8.10 e é o primeiro que publico no meu novo blog.

COMISSÃO DA INQUIETAÇÃO
Esta comissão de inquérito à comunicação social na Madeira é tão hilariante que faria rir o mais sisudo, não fora um caso tão sério. O descaramento e o à-vontade com que o poder laranja, nesta pequena ilha, põe e dispõe em casos de extrema importância é no mínimo preocupante e suficiente para todos os madeirenses ficarem espectantes até onde pode ir os usos e abusos de uma maioria que acredita cegamente que o poder pelo voto ligitima tudo, seja ou não constitucional, seja ou não consensual, seja ou não permitido por lei. A vida na Madeira resume-se apenas às ordens do “dono do laranjal”. Como o leitor já se apercebeu estou a referir-me à comissão de inquérito que tomou posse para analisar a comunicação social na Madeira, em resumo, para decidir se os 4 milhões de euros anuais dados ao JM, e que ainda acumula 40 milhões de passivo, são legais e devem manter-se. Esta comissão constituída pelos deputados Coito Pita, Nivalda Gonçalves, Medeiros Gaspar e Ivo Nunes, 4 acérrimos defensores públicos de toda e qualquer decisão do chefe neste assunto, contra apenas 2 deputados da oposição, Leonel Nunes e André Escórcio. Sem querer ser ofensivo com ninguém só não chamo a isto uma monumental palhaçada para não ofender a mui digna profissão de palhaço. Será que alguém esperaria, desta comissão, ao menos, uma advertência ao G. Regional por esbanjar o dinheiro dos contribuintes no JM ou por uma constante perseguição ao DN ? não serão por demais conhecidas as posições destes senhores em relação a este assunto? Não sabemos todos que estes 4 deputados, que tem por missão fiscalizar os actos do Governo na ALM, funcionam exactamente ao contrário? Espero que os madeirenses não deixem que este poder laranja lhes passe um atestado de mentecaptos porque mentecaptos serão aqueles que julgam que todos os madeirenses engolem as suas patranhas. Quando é que estes governantes irão mentalizar-se que terão de respeitar para serem respeitados? Porque andam a fazer “shaw-off” com as propostas de alteração à Constituição que nem o seu próprio partido, a nível nacional, leva a sério? Porque pedem mais autonomia quando não respeitam nem sabem usar aquela que têm? É verdade que, por ganhar eleições à tantos anos, este Governo e os seus incondicionais apoiantes já nem sequer disfarçam nem ligam ao que dizem os poucos inconformados desta terra mas enquanto houver uma voz corajosa que denuncie as arrogâncias, as prepotências, as decisões obscuras e os atropelos aos direitos dos cidadãos, lá no fundo, eles sentir-se-ão sempre incomodados.

Nota: A justiça neste país bateu no fundo. Já não se sabe se se deve acreditar nos inocentes que são inculpados ou nos culpados que são inocentados porque a justiça afogou-se em legislação e já nem com prova, prova.

Juvenal Rodrigues