Paixões incontroláveis
Cheguei à simples conclusão que o Mundo gira à volta de paixões dogmas e paradigmas
Juvenal Rodrigues
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Numa recente madrugada de insónia, talvez porque a luz do luar de Junho teimava em entrar pelas persianas da janela, dei comigo a meditar em tudo o que nos rodeia. Foram tantas e tão dispares as ideias que deixei o aconchego dos lençóis para regista-las numa folha de word e partilha-las convosco. Desse turbilhão de ideias cheguei à simples conclusão que o Mundo gira à volta de paixões dogmas e paradigmas, origem de muitos dos males que flagelam a sociedade contemporânea.
Comecemos por um paradigma que vem de longe, o fanatismo religioso. Uns adoram o Corão e defendem-no apaixonadamente mesmo que para tal seja preciso fazer-se explodir em nome de Alá. A religião católica, no período da inquisição cometeu muitas atrocidades mas os católicos defendem-na cegamente em nome de Jesus Cristo. Os Hindus uma das religiões mais antigas (1400 a 1500 aC), entre milhões de deuses, veneram Brahma o seu deus principal e os chineses adoram Buda. O ser humano, desde sempre, idolatra figuras de barro, de ouro ou simples mortais e defende-os até à exaustão. Uns adoram jogadores de futebol como se fossem deuses outros adoram animais como se fossem os próprios filhos, outros veneram um partido político como se fosse um clube de futebol sem destrinçar quão distintas são as funções que estes ocupam na sociedade. Por empatia, boa figura ou simples desconhecimentos de causa elegem políticos incompetentes, ditadores e até alguns indiciados de corrupção.
Poderia falar de muitas paixões mas falarei do amor que um ser humano nutre por outrem, por ser uma paixão cega e irracional que leva ao suicídio, ao assassinato e à violência doméstica. Quando o ser humano defende uma causa apaixonadamente torna-se irracional e egoísta ao ponto de nem saber o que é melhor para si próprio. Então, perante tanta controvérsia e paixões tão antagónicas o que fazer? Quanta a mim seria teoricamente fácil mas de praticabilidade extremamente difícil. É apenas exigível uma pequena dose de raciocínio mas muita moderação e força de vontade. Quando defendemos, exacerbadamente, convicções – não passam disso mesmo- e extremamos posições irracionalmente nem nos apercebemos que estamos simplesmente a defender o nosso ponto de vista. Num mundo tão materialista e tão fanático, os que fazem o tal exercício mental apercebem-se de imediato quão ténue é a linha que separa o racional do irracional e é ai que precisamos da tal dose de moderação. O grande filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844/1900) escreveu uma frase que me parece cada vez mais atual;“a fé é ignorar tudo aquilo que é verdade”.Na contemporaneidade as paixões atingem o máximo do irracional quando as pessoas nem percebem que por trás de cada paixão existe sempre negócios de milhões. Cito, por exemplo, o futebol e uma igreja/seita de origem brasileira muito conhecida, cujo proprietário possui um grande património mundial que, à custa de uma pequena dízima e em troca de uma grande diarreia verbal, explora os incautos que pensam encontrar ali cura para todos os males.
É o “O vil metal”, tema que deu título a uma famosa obra de George Orwell, no seu apogeu a usar o ser humano e roubar-lhe a dignidade. Os pobres de espírito movem-se por paixões cegas enquanto os sem escrúpulos aproveitam-se delas e exploram-nas até à exaustão.
Antes de adormecer lembrei-me de outra forma de paixão; a fama, que torna a dignidade humana numa coisa abstrata para alimentar uma fogueira de vaidade. Muito(a)s serão capazes de vender o corpo aos terrácios e a alma ao diabo por um minuto de fama, essa coisa inócua e efémera que até já se adquire por parentesco, da qual apenas sabem que serve para serem conhecido(a)s mas...qual o seu valor intrínseco? Nem se apercebem que os famosos são apenas um produto manipulado pelos media que os colocam, ou tiram, do pedestal quando lhes apetece.
Foi neste mar de meditação, irresolvível mas mitigável, que adormeci quando a madrugada já se preparava para dar lugar a mais um dia de paixões incontroláveis.
Comecemos por um paradigma que vem de longe, o fanatismo religioso. Uns adoram o Corão e defendem-no apaixonadamente mesmo que para tal seja preciso fazer-se explodir em nome de Alá. A religião católica, no período da inquisição cometeu muitas atrocidades mas os católicos defendem-na cegamente em nome de Jesus Cristo. Os Hindus uma das religiões mais antigas (1400 a 1500 aC), entre milhões de deuses, veneram Brahma o seu deus principal e os chineses adoram Buda. O ser humano, desde sempre, idolatra figuras de barro, de ouro ou simples mortais e defende-os até à exaustão. Uns adoram jogadores de futebol como se fossem deuses outros adoram animais como se fossem os próprios filhos, outros veneram um partido político como se fosse um clube de futebol sem destrinçar quão distintas são as funções que estes ocupam na sociedade. Por empatia, boa figura ou simples desconhecimentos de causa elegem políticos incompetentes, ditadores e até alguns indiciados de corrupção.
Poderia falar de muitas paixões mas falarei do amor que um ser humano nutre por outrem, por ser uma paixão cega e irracional que leva ao suicídio, ao assassinato e à violência doméstica. Quando o ser humano defende uma causa apaixonadamente torna-se irracional e egoísta ao ponto de nem saber o que é melhor para si próprio. Então, perante tanta controvérsia e paixões tão antagónicas o que fazer? Quanta a mim seria teoricamente fácil mas de praticabilidade extremamente difícil. É apenas exigível uma pequena dose de raciocínio mas muita moderação e força de vontade. Quando defendemos, exacerbadamente, convicções – não passam disso mesmo- e extremamos posições irracionalmente nem nos apercebemos que estamos simplesmente a defender o nosso ponto de vista. Num mundo tão materialista e tão fanático, os que fazem o tal exercício mental apercebem-se de imediato quão ténue é a linha que separa o racional do irracional e é ai que precisamos da tal dose de moderação. O grande filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844/1900) escreveu uma frase que me parece cada vez mais atual;“a fé é ignorar tudo aquilo que é verdade”.Na contemporaneidade as paixões atingem o máximo do irracional quando as pessoas nem percebem que por trás de cada paixão existe sempre negócios de milhões. Cito, por exemplo, o futebol e uma igreja/seita de origem brasileira muito conhecida, cujo proprietário possui um grande património mundial que, à custa de uma pequena dízima e em troca de uma grande diarreia verbal, explora os incautos que pensam encontrar ali cura para todos os males.
É o “O vil metal”, tema que deu título a uma famosa obra de George Orwell, no seu apogeu a usar o ser humano e roubar-lhe a dignidade. Os pobres de espírito movem-se por paixões cegas enquanto os sem escrúpulos aproveitam-se delas e exploram-nas até à exaustão.
Antes de adormecer lembrei-me de outra forma de paixão; a fama, que torna a dignidade humana numa coisa abstrata para alimentar uma fogueira de vaidade. Muito(a)s serão capazes de vender o corpo aos terrácios e a alma ao diabo por um minuto de fama, essa coisa inócua e efémera que até já se adquire por parentesco, da qual apenas sabem que serve para serem conhecido(a)s mas...qual o seu valor intrínseco? Nem se apercebem que os famosos são apenas um produto manipulado pelos media que os colocam, ou tiram, do pedestal quando lhes apetece.
Foi neste mar de meditação, irresolvível mas mitigável, que adormeci quando a madrugada já se preparava para dar lugar a mais um dia de paixões incontroláveis.