quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

GOLPE PALACIANO

Num ápice os madeirenses aperceberam-se que não estão a ser governados por um deus mas por um simples mortal igual a qualquer um de nós e entenderam, finalmente, que os cemitérios estão cheios de insubstituíveis. As listas feitas à pressa denotam um frenesim de um homem que não quer perder o controlo absoluto sobre tudo o que mexe na vida do partido laranja. Uma vez mais manda às urtigas os eternos “delfins”, submissos e agachados, que esperam, ordeira e pacientemente que o chefe lá, do altíssimo do seu pedestal, se digne apontar o dedo para um deles. Porém isso nunca acontece simplesmente porque o supremo chefe passou-lhes um compulsivo atestado de incompetência, renovável por 4 anos. Nunca aprendeu com os erros do passado porque o seu altíssimo ego não admite o erro. Ultimamente começou a ver “fantasmas” dentro do seu próprio partido para justificar a sua injustificável recandidatura (?). Já não é por causa daquela gente de Lisboa, ou da tenebrosa oposição que quer dar o empurrão final, na Madeira, para o abismo onde ele a colocou. Agora o discurso é mais ardiloso, indiciando uma espécie de golpe palaciano, levado a cabo pelo Dr. Miguel Albuquerque o homem que passaria a ser o mau da fita perante o próprio partido e aos olhos dos madeirenses mais distraídos. Todavia o “castelo do PSD-M” construído sobre areias movediças começa a desmoronar-se e por muito que o Sr. Jaime Ramos faça agora uma voz grossa para evitar o inevitável, sabe que os confrontos internos serão uma certeza e sabe também que se o Dr. Albuquerque tivesse coragem para enfrentar o chefe talvez já estivesse no seu lugar uma vez que é ele o único, além do chefe, que ainda tem algum capital político no eleitorado madeirense. O Dr Jardim na sua corrida desenfreada atrás do poder nem quis admitir que também é um comum mortal e que apesar de até querer mandar na natureza não consegue parar os ciclos da vida. Agora só pode optar por ficar em casa, longe da política, ou continuar no activo e assumir as consequências da sua opção. Por sua vez o PSD-M, porque sempre foi um “polvo” com uma só cabeça, corre agora o risco de ficar acéfalo e os seus tentáculos entrelaçarem uns nos outros. Os restantes membros da família “laranja” por viverem sempre encostados ao comodismo apenas usavam a cabeça para fazer vénias à passagem do grande líder e assim perderam legitimidade deixando-a para Miguel Albuquerque o homem que, embora tarde, ainda percebeu que afinal este líder é do tamanho dos outros, tem apenas a subtileza de confundir a população. Os madeirenses é que já começam a cansar-se de frases feitas, de arrogância e prepotência, o que me leva a pensar que, neste momento, o Dr. Jardim está tão frágil, interna e externamente, que qualquer coelho o fará tropeçar.

Juvenal Rodrigues.

Publicado no D.Notícias em 17.01.11


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