sexta-feira, 29 de julho de 2011

T R O I K A N O S

A economia portuguesa, e não só, está como um lençol curto para uma cama maior. Se se puxa de um lado destapa do outro. Todos os governantes já sabem que esta crise é estrutural e não apenas conjuntural pelo que medidas menores não visam resolver o problema. Só os altos juros da dívida é o suficiente para que o país nunca mais se levante uma vez que ao contrair mais dívida mais se afunda. Senão vejamos ; as continuas subidas do IVA são uma fonte de receita imediata mas estrangulam as empresas gerando menos receitas fiscais e aumento do desemprego que tem que ser pago pelos cofres do Estado. Por outro lado o corte de 50% do subsídio de Natal (por enquanto) embora sendo uma medida que oxigena, um pouco, as contas públicas, não resolve, já que esse corte numa quadra festiva, vai afetar o poder de compra e por sua vez os estabelecimentos que anseiam essa receita extraordinária para equilibrar as contas. Mas ainda não é tudo! O Estado, para salvar os dedos, está a vender os anéis, entenda-se alienar património para os privados. Se o Estado vende a sua parte ou o todo é porque o negócio é ruinoso e não gera lucro ou então está a ser mal gerido por aqueles gestores, pagos principescamente, mais os seus inúteis acessores, tendo o Estado que cobrir o défice. Então que privados comprarão essa mesma empresa se não for para obter lucros? Facilmente se deduz que haverá forçosamente, aumentos brutais nos transportes, pela privatização das empresas públicas. Na conta de eletricidade pela privatização da EDP, (esta também da perca?). Nas comunicações devido à privatização da PT. Na água, (essencial à vida) pela privatização da AdP etc. Como irá pagar tudo isto o pobre português que ganha um ordenado mínimo de 494€?
Em resumo: aumentos de impostos e cortes salariais, tem como consequência a falência das empresas que não suportam tanta carga fiscal. Por sua vez as empresas, ao falirem, não geram receitas fiscais emagrecendo os cofres do Estado. Por outro lado se não houver  dinheiro a circular a economia pára e então as consequências serão catastróficas porque a dívida aumenta e, por arrasto, os respetivos juros. Aqui chegamos a uma incógnita! O que irá acontecer depois? Quando uma família não paga as prestações da habitação o banco fica-lhes com a casa, certo?  E no caso do país, a Troika fica com Portugal e nós passamos a ser “Troikanos? Embora não percebendo lá muito de economia é fácil prever que, a curto prazo a Europa enfrenta a bancarrota e outro sistema financeiro terá que surgir. Este é um cenário é de fácil dedução mas nenhum político se atreve a explicar. Perante tal degradação europeia, só restará à velha Europa formar um bloco único, político/económico/militar. Termino agradecendo a esta geração de políticos europeus que nos colocaram à beira deste abismo.

Juvenal Rodrigues

Publicado no Diário Notícias Funchal em 21.07.11

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