terça-feira, 2 de dezembro de 2014

REFLEXÃO E SOLUÇÕES

Reflexão e soluções

 
Juvenal Rodrigues *
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Assisti, expectante, à conferência sobre o modelo de transporte marítimo e aéreo para a RAM no passado dia 31.10 onde os vários oradores refletiram muito sobre o eterno problema dos transportes para a Região mas soluções, essas tardam a aparecer porque esbarram na falta de vontade política para enfrentar os grandes lobby s dos transportes. Pouca esperança tenho que apareçam soluções a contento mas se hoje volto a este tema é para que ele não seja esquecido ou protelado pelos governantes o que significa que mais iniciativas destas deve haver até encontrar uma solução séria e sem hipocrisias que na verdade proteja a frágil economia das regiões ultra periféricas seja da Madeira, do P.Santo, dos Açores e das Canárias já que são estas que mais sofrem com o preço dos transportes aéreos e marítimos.
Penso que toda a gente já percebeu que pelos privados os problemas sociais jamais serão resolvidos já que qualquer empresário apenas pensa em GANHAR DINHEIRO e se for muito ainda melhor. Resta pois ao Governo da República e Regional resolverem este grave problema social que está a estrangular a economia destas ilhas. Sem mais delongas vou à questão que afeta a nossa condição de ilhéus.
Porque não a criação de um consórcio, sem fim lucrativo, cuja a administração fosse composta por elementos da Madeira, do Continente português, dos Açores e das Canárias com a função de gerir o fretamento de um Ferry para transporte de carga e passageiros assim como aviões que servissem os destinos mencionados mais o P. Santo que nem linha direta para o continente, tem? Obviamente que a ideia carece de detalhe e estudo profundo!
Afinal isto não seria inédito visto que o G. R. já, há anos, aventou essa hipótese para transporte dos atletas que se deslocam ao Continente afirmando que sairia muito mais barato à região. Talvez fosse pertinente saber porque foi essa ideia posta de parte.
Os empresários dos transportes virão logo dizer que o Governo estaria a fazer concorrência aos privados, o Governo por sua vez dirá que é contra as regras da U.E, outros dirão que o mercado livre deve funcionar, mas eu pergunto; já alguma destas entidades se preocupou com os estudantes, os doentes ou os madeirenses em geral que pagam por uma ida e volta ao continente 458€ ? já algum deles se preocupou que devido aos portos mais caros da Europa paguemos mais caro pelos bens que consumimos? A TAP e as outras companhias law cost já se dignaram sequer explicar porque fazem viagens para França e Inglaterra a 30€ e para a Madeira cobram 458€ e mais? Certamente que quando as companhias vendem passagens a 30€ não estão a perder DINHEIRO uma vez que a easy Jet anunciou um lucro de 564 milhões de euros no ano fiscal de 2013. Então qual a explicação para nos cobrarem 458€ por uma passagem? Se eles nos exploram descaradamente temos que ser nós a tomar medidas extremas para defender os nossos interesses ou passaremos a ser escravos do poder económico.
Antes que digam que esta ideia de fretamento é disparatada ou demasiado arrojada atentem neste simples exemplo. Um avião que transporte 219 passageiros, por cada passageiro o Governo paga 60€ de subsídio de mobilidade (ida e volta) o que perfaz a quantia de 13.140€ (além do que o passageiro paga) será que esta quantia chegaria para fretar um avião entre a Madeira e o Continente? Mas mesmo que não chegasse poderiam ainda elevar o preço para 80 ou 90€. O passageiro ficaria satisfeito porque pagaria muito menos e o Governo ficava livre de encargo dos tais 13.140€ (falamos apenas de uma viagem) gastos no subsídio de mobilidade, dinheiro esse que poderia ser aplicado, por ex., na saúde. A ideia não seria banir a TAP, a easyJet ou a Transávia da linha mas obriga-los a reconsiderar e não se aproveitarem da nossa condição de ilhéus para nos explorarem. Se a tudo isto juntarmos a possibilidade de fomentar o turismo entre continentais, e ilhéus penso que todos ficariam a ganhar.
Soluções haverão, não haverá é vontade política para mexer em interesses instalados.
* Deputado Municipal  CMF 
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Comentários

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Por aquilo que entendi no texto a ideia não passa por comprar um ferry ou avião mas sim freta-los. A manutenção seria por conta da companhia proprietária. Ao consorcio caberia estabelecer o preço da passagem consoante o preço do aluguer do ferry ou avião e gerir os horários.
Porque não fizeram o mesmo com o barco do Porto Santo ?
O artigo parte de pressupostos errados. NÃO é possível arranjar 219 passageiros, salvo um grupo, que viagem todos no mesmo avião para Lisboa e depois o seu regresso no mesmo dia. Foi isso que falhou no "avião desportivo", pois há atletas que vao à sexta-feira, outros no sábado de manhã, outros à tarde, etc.
Aliás, em muito aviões o grosso dos passageiros da TAP são passageiros em trânsito, e não ficam em Lisboa.
Agora que TAP "explora" os passageiros das ilhas, isso é um facto incontestável, não com tarifas mas com taxas absurdas, que fazem disparar o preço final. Ainda ontem, por curiosidade, vi por acaso um determinado vôo Funchal/Londres (via Lisboa) em que o preço da tarifa era de 96 euros... mas o preço total taxas incluídas, disparava para 272 euros...
Não há pressuposto errado na medida em que os 219 passageiros foi apenas um exemplo. A ideia seria um ou dois voos diários para Porto e Lisboa, ida/volta passando pelo P.Santo visto ser esta linha com mais passageiros. Para os Açores, um ou dois voos semanais, conforme as necessidade, assim como para as Canárias. Porém para as Canárias faria mais sentido o Ferry para transporte de mercadorias importar/exportar entre Madeira, Açores, Canárias e Continente. só não faria transportes entre P. Santo e Madeira devido à concessão da linha. Mas tudo isto seria pensado e gerido pela administração do consórcio.
Não é muito viável um vôo FNC/PXO/LIS, por causa da tripulação, contam o nr. de aterragens, teria um custo superior, pois faria um FNC/PXO a baixa altitude e logo maior consumo de combustível, mais uma descolagem no Porto Santo, etc. Cada descolagem é considerado 200 kgs de JET A1, que é o combustível usado na aviação. Outros factores em consideração, a hora do vôo acessível a todos os passageiros, a disponibilidade de avião/tripulação, etc etc. Parece fácil, mas não é. Além disso, TODOS os passageiros querem um võo directo, sem escalas, e isso transformaria a viagem Funchal/Lisboa, no mínimo 2 horas !!!
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Meu caro, as Canárias não sofrem coisa alguma. Têm tudo ou quase. Quando "reclamam" , fazem-no para "ver" se lhes cai mais qualquer coisa do céu! Vejamos a Madeira: estes dias tem estado mau tempo, anda toda a gente com o credo na boca sem saber se o aeroporto "fecha" ou não. Isso não é razão suficiente para existir outra alternativa? A Madeira tem cerca de duzentos e cinquenta mil habitantes. Se for constituída uma sociedade anónima de TODOS os habitantes e que cada um "entre" com 150,00 euro para a compra de um ferry de 2ª mão em muito bom estado, alguém necessitaria desses badalhocos do PPD / PSD para alguma coisa ?
As low cost vendem bilhetes a 30 euros mas não vendem todos os bilhetes a esse preço. As low cost além do valor dos bilhetes recebem um subsídio anual do Governo Regional para se manterem por cá.
Outro problema estrutural são as situações em que os voos simplesmente não conseguem pousar por falta de boas condições meteorólogicas e têm que divergir para outros destinos (mais combustível, HOTEL PARA os passageiros, despesas acrescidas com a tripulação, mais taxas de europorto, etc) ficando o avião impossibilitado de fazer outros serviços. Não sei que percentagem de voos são afectados por este problema anualmente mas a verdade é que estas situações são um rombo económico para a companhia.

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