terça-feira, 17 de março de 2015

O PREÇO DA VIDA

O preço da vida

Até quando irá o povo, qual besta de carga, aguentar esta escravidão?

 
Juvenal Rodrigues
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Não sei se haverá exagero ao dizer-se que o Estado, indiretamente, foi o causador da morte de um cidadão com hepatite C. Mas que isso será uma tendência, a curto prazo, já poucos têm dúvidas uma vez que a vida humana já pouco vale, tal é a ganância pelos lucros.
Os valores sociais já pouco significam face ao poderio económico que até já dita o preço da vida. E, pior do que esta evidência é constatar que o poder político tem medo de enfrentá-lo.
Antes, a esperança de vida humana quedava-se pelos 60/65 anos por falta de assistência medica ou medicamentosa. Hoje, porque o desenvolvimento farmacológico e medicinal evoluíram, o tempo médio de vida ronda os 80/85 anos. Todavia, como o homem estraga sempre o que é bom, acabamos por morrer mais cedo por falta de DINHEIRO para comprá-los.
O limite à especulação, à fome e à miséria deveria ser o bom senso mas, como a ganância colocou a fasquia demasiado alta o limite passa a ser morte.
Curiosamente a máquina fiscal no nosso país evoluiu ao ponto de controlar todos os passos do cidadão (não falo de Ministros e outros) no que respeita a impostos, taxas e multas de modo a que este não possa fugir a nada, mas não é capaz de controlar um mercado altamente especulativo.
É o caso, em apreço, do laboratório que produziu o medicamento “sofosbuvir” para a hepatite C que, alegando custos de investigação e outros, regista a patente e acha-se no direito de coloca-lo no mercado pelo preço que entender mesmo que isso provoque o colapso social.
O Estado, por sua vez, que usa um poder musculado contra os pobres, lava as mãos alegando nada poder fazer porque o mercado é livre. Depois, submisso às regras desse mesmo mercado, acaba por pagar preços fabulosos para sustentar o sistema de saúde.
E a selvajaria tende a continuar! Veja-se o que sucedeu recentemente com o medicamento para tratamento de infeções, “olanzapina” que será retirado do mercado depois do infarmed se ter recusado a pagar um aumento de 348%. prejudicando assim crianças e idosos. O cidadão já não sabe se vota para o Governo ou para o grupo económico mais poderoso.
Os Governantes, tentando tapar o sol com a peneira, baseiam-se que a regra para o mercado livre é a concorrência mas os astutos grupos económicos inventaram outra regra, a dos preços combinados!
Será compreensível ou aceitável que em pleno século XXI a economia, que deveria estar ao serviço do bem comum esteja, cada vez mais, cativa de meia dúzia de gananciosos que espalham a fome a miséria e a degradação social?
Até quando irá o povo, qual besta de carga, aguentar esta escravidão?
Perante tamanha degradação na saúde, quando irão os portugueses confrontar o, sonso, Ministro Paulo Macedo, com a Constituição Portuguesa quando refere, na alínea a) do nº 2 do artº 64, que “a saúde deve ser universal e tendencialmente gratuita. E continua “ O direito à proteção da saúde é realizado través de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito. Mas o que pode a pobre Constituição contra os ricos milhões? Os pobres que a cumpram!
Os leitores lembrar-se-ão, tal como eu, que em 2002 os E.U.A votaram contra 143 países afim de impedir um acordo para oferecer medicamentos aos países sem capacidade de produção e importação, proposto pela OMC (Organização Mundial do Comércio), alegadamente para proteger a maioria dos grupos farmacêuticos sediados na América. Haverá melhor explicação para aquilo que acabo de escrever? Tirem as vossas conclusões.
PS: Como conseguirão comprar medicamentos ou mesmo alimentar os filhos, os 5 mil desempregados na Madeira que, por estarem tanto tempo à procura DE EMPREGO, até já perderam o direito ao subsídio de desemprego?
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Comentários

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Parabens Sr.Juvenal Rodrigues, o N/Estado e os Fiscais das Finanças são como a Gestapo, do tempo de Hitler, o Hitler mandava matar com gás, os n/Governos mandam primeiro tirar e roubar o que é nosso c/impostos e mais impostos e depois quando já não temos DINHEIRO para os remédios, já nos deixam morrer lentamente.
VIVA OS NOSSOS POLITICOS- PRINCIPALMENTE OS TRêS que estão no poder desde o 25 de abril/74.
“A saúde deve ser universal e tendencialmente gratuita". Repare-se como os ilustres constitucionalistas viraram o bico ao prego. Poderiam ter deixado escrito que “a saúde deve ser universal e gratuita". Mas resolveram acrescentar a palavra "tendencialmente". Deste modo, já ninguém sabe o significado do que está escrito. Cada qual pode dar a sua opinião sobre o "verdadeiro" significado de "tendencialmente". Assim trabalham os especialistas da coisa...
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Isto é a escravatura moderna disfarçada de democracia. Os governantes falam tanto nos direitos da população mas no fundo estão a borrifar-se para eles.
Querem ser Governo apenas em interesse próprio mas no fundo não querem saber dos que sofrem.
Vejam como o P.Coelho e o P.Portas estão preocupados com os desempregados, com a fome, com a saúde dos que morrem nos hospitais e com a miséria que grassa no país. O único objetivo deles é pagar a dívida aos grandes grupos económicos
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Os meus parabéns pelo artigo , espero que seja lido pelos nossos governantes que como governantes são uma vergonha para o nosso pais .
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Na escala de 1 a 5, 20 valores. Parabéns pelo artigo. Tudo isto é revoltante... não comento mais para não ser insultuoso com quem merece ser insultado até à quinta geração ;)

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