segunda-feira, 24 de outubro de 2016

O RUÍDO À VOLTA DO O.E.

O ruído à volta do O.E.        

SDAFD

24 OUT 2016 / 02:00 H.
Muito ruído se tem feito sentir, ultimamente, à volta do Orçamento do Estado para 2017 e ninguém quis ir ao centro da questão. E a questão é, quanto a mim, a poderosa U.E. legítima credora de toda a economia e qualidade de vida quer de Portugal, da Grécia, de Espanha ou de Itália dependentes, economicamente, pelos excessos cometidos. Tenha Portugal um Governo de esquerda ou de direita, uma coisa é certa, ninguém fugirá à austeridade imposta por Bruxelas. Tudo o resto é “fait diver”que os políticos usam para desviar atenções.
Os grandes grupos financeiros condicionam, pela força do dinheiro, o poder político e se ainda temos direito a um O.E. é porque ainda vivemos num sistema democrático e eles querem fazer crer que o voto popular ainda tem força.
Elucidativas foram as ameaças de penalizações e cortes de fundos europeus por parte da UE. e do FMI na semana em que a A.R. se preparava para debater o O.E. Não seria isto uma forma intimidatória a Portugal e a uma maioria parlamentar de esquerda? Não seria uma forma subtil de ingerência do poder financeiro sobre o poder político de um país que deveria ser soberano mas está condicionado pela dívida? Este jogo entre o poder político e o poder financeiro acabará por paralisar a curto ou prazo uma economia frágil como a nossa uma vez que por muitas voltas que se dê todos os anos ao O.E. jamais conseguiremos satisfazer uma dívida que se revela impagável.
A nossa economia e desenvolvimento depende do O.E. para 2017, mas este revela-se um lençol curto onde ao puxar de um lado logo destapa do outro.
Assim manietados jamais poderemos baixar impostos, apenas podemos retirá-los de uma rubrica do orçamento e inscreve-la noutra conforme o entendimento do Governo em função. A empregabilidade depende do sector público e do sector privado porém no primeiro não se criam postos de trabalho por contenção de despesa pública e no segundo a carga fiscal impede a contratação de trabalhadores. Empregos precários, salários baixos, desemprego e pensões de miséria não permitem que se derrame dinheiro no comércio e o sector privado é obrigado a entrar em insolvência aumentando o desemprego e diminuindo a receita fiscal. Resumindo; A austeridade veio para ficar uma vez que os grandes grupos económicos como o Goldman and Sachs, o City Group o Welles Fargo, já apelidados de poderoso império do mal, têm um controlo absoluto sobre a economia mundial, isto porque, já disse e repito, numa ânsia cega de desenvolvimento a qualquer preço os Governos deixaram que uma economia de mercado livre e selvagem asfixiasse o poder político democraticamente eleito que zelava pela defesa da democracia. As consequências estão aí, mais pobreza, mais conflitos domésticos e mais exclusão social até que o país se torne numa gigantesca casa de caridade onde uns pobres terão que alimentar outros ainda mais pobres. Não foi por acaso que Jim Yong Kim, presidente do Banco Mundial, alertou que 800 milhões de pessoas no Mundo vivem em pobreza extrema com menos de 2 dólares por dia.
Temos soluções? Temos! Temos vontade de executa-las? Não! O Mundo acomodou-se, os políticos receiam medidas estruturais e optam apenas pelas conjunturais que nada resolvem e apenas adiam os problemas.
É do sistema, dizem eles, quando não têm coragem para corrigir assimetrias escandalosas onde um gestor da CGD ganha mais de 30mil euros/mês enquanto o ordenado mínimo no nosso país ronda os 530€, ou quando a opaca transparência na Justiça encoraja a corrupção, ou quando não conseguem travar o grande “lobby” na Saúde onde já se morre por falta de medicamentos e de cuidados médicos ou ainda quando se trata mal o sistema do ensino, pedra basilar nos bons princípios de um país não conseguirão evitar uma abstenção de 59,1% como se verificou nas eleições dos Açores
A campanha baixa e ordinária entre Donald Trump e Hillary Clinton, num país que se intitula de paladino da democracia, demonstram que o sistema democrático está no ponto de rotura.

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