quinta-feira, 23 de março de 2017

A PROXIMA FRONTEIRA

 Artigo de opinião publicado no DN Madeira

A próxima fronteira

22 MAR 2017 / 02:00 H.


Já se torna assustador a alucinante transformação das novas tecnologias. A próxima fronteira, segundo os cientistas, revelar-se-á gradualmente até 2050 de modo inimaginável e transformará indelevelmente o nosso quotidiano.
A minha geração, em poucos anos, atravessou várias etapas francamente revolucionárias. Foi a “conquista” da Lua, a descoberta da televisão, o computador, a revolução da gravação de imagem e som, os velhinhos gira-discos de vinil deram lugar aos leitores de CDs e DVD, a robotização, os velhos telemóveis em meia dúzia de anos tornaram-se obsoletos para dar lugar ao iPad, ao tablete e agora ao indispensável smartphone que já nos permite transportar o escritório na ponta do dedo. A inovação na tecnologia automóvel, a transição de combustíveis fosseis para fontes de energia alternativas e a recente descoberta de um sistema com 7 novos planetas semelhantes à terra. A impressão da sua própria casa em 3 D é já uma realidade como demonstrou a empresa norte americana “Apis Cor” construindo uma casa na Rússia com 37m2 em apenas 24horas, com um custo apenas de 10 mil dólares e com durabilidade prevista até 175 anos. Poderemos ainda imprimir qualquer objeto tais como, casas, carros, vestuário, instrumentos musicais etc. com uma simples impressoras 3D tendo apenas que “baixar” um modelo da internet. Toda esta inovação tecnológica aconteceu em poucos anos e não conhece limite.
O biogerontologista inglês Aubrey de Grey (embora contrariado por outros cientistas) já comparou o corpo humano a um carro onde se conserta um defeito aqui, outro ali e substitui uma peça acolá levando a crer que morreremos apenas por acidente. Apenas uma coisa permanecerá, digo eu, a desigualdade humana porque tudo terá custos elevados e nem todos poderão pagar.
Mas porque esta incursão no mundo da futurologia? perguntarão! Exatamente para os mais distraídos estarem atentos às mutações constantes e à rapidez com que elas acontecem afim de nos prepararmos para o profundo e irreversível choque tecnológico.
Já em 2011 Stephanie Bird, diretora do departamento de RH no Chartered Institut afirmava que em 2020 nada se parecerá com o que era então. A inteligência artificial vai levar à eliminação e transformação da maioria das profissões e empregos. Esta poderá ser a década dos avanços tecnológicos nas áreas da nanotecnologia, biotecnologia, tecnologia de informação e ciências cognitivas já conhecidas pelo acrónimo NBIC
O ensino provavelmente já sem professores, terá um papel preponderante e quem não souber operar com um computador será o analfabeto do futuro.
Não caros leitores, não pensem que isto são apenas fantasias ou divagações no Mundo da ficção cientifica, basta consultar a muita informação disponível e compreenderão que esse futuro já não é uma questão de se, mas de quando. Poderia citar inúmeras fontes mas deixo-vos apenas com este estudo que a empresa de logística alemã DHL desenvolveu, com 42 especialistas, para antever o que será o Mundo em 2050. Considerando a economia, tecnologia, sociedade e clima, chegou à conclusão que o ritmo das mudanças acelerou rapidamente nos últimos anos, o que a levou a dividir esse estudo em 5 cenários.
1: Economia selvagem com colapso eminente e o consumo de massa desenfreado insustentável dos recursos naturais. 2: Eficiência das megacidades imergindo como epicentro do crescimento sustentável. 3: estilo de vida personalizada onde a individualização e consumo personalizado são penetrantes. 4: protecionismo paralisante onde o processo de globalização foi parado, devido a dificuldades económicas, ao nacionalismo exacerbado e ao surgimento de barreiras protecionistas. 5: Resiliência Global-adaptação local descreve um Mundo marcado por um alto nível de consumo sustentado por uma produção automatizada de baixo custo. As alteração climáticas aceleram e acabam por provocar catástrofes naturais com maior frequência.
Porém nem tudo é incógnita, algo permanecerá imutável...os políticos, mesmo aqueles que não justificam o que ganham terão o futuro garantido já que precisaremos sempre de seguir uma liderança e de ser governados.

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