sábado, 28 de dezembro de 2019

O OITAVO PECADO CAPITAL

O oitavo pecado capital

Hoje compreendemos mais facilmente que tudo o que nos rodeia contribui para a degradação ambiental

28 DEZ 2019 / 02:00 H.
Estamos ainda em plena quadra natalícia. Havia pensado escrever sobre a mesma mas não posso! Não posso porque urge falar em coisas bem mais graves, nomeadamente salvar o Planeta de um perigo letal; o “vírus humanoide” que o ameaça. O problema é de tal ordem de grandeza (negativa )que o Papa Francisco já fala em acrescentar o oitavo, aos sete pecados capitais; O PECADO ECOLÓGICO.
Gostaria de falar-vos sobre a minha freguesia, a minha cidade, a minha região, o meu país, sobre o Mundo e sobre os insensatos que o governam; mas também não posso. Não posso porque só para falar da insensatez humana ocuparia milhares de páginas de jornais e escreveria centenas de livros.
Gostaria de falar-vos sobre o clima mas para quê, se os países ricos, donos do Mundo, são insensíveis a um problema que afeta todo o globo e a sua população estimada em 7.7 biliões de seres humanos. Este tema é trivial mas ainda existe insensatos como Trump e Bolsonaro que não querem saber do clima porque enquanto o vil metal for o patrão do Mundo, nada lhe resiste. “lavar a cabeça a burros é perder tempo e sabão”, uma máxima popular que se adapta perfeitamente aos sanguessugas exploradores de todos os bens da terra, e quando os mesmos se esgotarem terão uma nave pronta a viajar no espaço sideral transportando-os para a lua ou Marte depois de destruir a Terra, seu habitat natural. Convenceram-se que o dinheiro compra tudo e, cegos pelo egoísmo, esqueceram-se que as gerações vindouras não terão lugar onde habitar.
É destes problemas graves que quero falar-vos até à exaustão mas suponho que são carateres perdidos na ambição dos predadores que não querem saber dos estudos dos cientistas ou dos apelos de diversas ONG, as quais tentam a todo o custo alertar para este grave problema. De vez em quando aparece uma greta mediática que deixa passar um raio de sol mas logo se extingue porque a neblina da poluição económica logo o absorve.
Quero, ainda aproveitar o espaço (nesta página) para falar de outro segmento social; a poluição política que tenta iludir-nos com subterfúgios estúpidos, zurzindo aos ouvidos do povo que é um problema de esquerda ou direita quando todos sabemos que é somente a ganância e a demagogia, por um lado, e o bom senso por outro. Assim temos uma simbiose perigosa entre o poder económico que ambiciona açambarcar toda a matéria prima do Universo e a conivência do poder político, que se deixa poluir pelo primeiro, com o único objetivo do seu partido ganhar as eleições seguintes, mesmo que para isso tenha que dividir os cidadãos que votam para o Governo e os que votam para as Autarquias.
Poderíamos, quiçá, falar dos “traques” das vacas, responsáveis por 43% do gás metano que só em 2017 contribuiu com quase 90 mil toneladas para o efeito de estufa que degrada o ambiente, não obstante, o consumismo desregrado de carne ou peixe, aumenta em cada ano que passa. Segundo as estimativas, os portugueses consumiram cinco mil toneladas de bacalhau na noite da consoada o que ilustra bem o quadro do consumismo. O exagero também é uma forma de poluição e de injustiça social, enquanto uns se empanturram os outros passam fome.
Deixei para o fim a forma mais poluente e perigosa; a corrupção. Não vou desenvolver um tema sobejamente badalado, vou apenas lembrar que ela tem a força do dinheiro e dos políticos corruptos a protegê-la. É um problema com dimensão à escala mundial que só poderá ser combatida por força legislativa dura e severa, mas para tal precisa de políticos de coragem, honestos e com eles no sítio, para limitar a ganância do poder económico, a ganância do poder político e o consumismo desenfreado.
Hoje compreendemos mais facilmente que tudo o que nos rodeia contribui para a degradação ambiental, por isso apenas há um caminho para a humanidade; combater com coragem esta tríade; ganância do poder económico, político e consumista, sob pena de voltarmos, num futuro próximo, à imposição do racionamento severo, não por faltas como antigamente, mas por excessos.
Caros leitores, desejo-vos um Feliz ano de 2020 e votos que daqui por 20 anos se tenha invertido este ciclo infernal de degradação ambiental para que não seja instituído o oitavo pecado capital.

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