OS FISCAIS DO GOVERNO
O “jornal de negócios” de 13.02.13 trazia uma noticia que,
embora já nada nos surpreenda em matéria fiscal, deixa-nos no mínimo
pensativos. Diz a notícia que quem não pedir fatura arrisca multa. E continuava
esclarecendo que a alteração ao código do IVA decreta que as regras de
faturação abrangem tanto as empresas como o consumidor final que incorre numa
coima entre 75 a 2.000 €. Vamos por partes; o cidadão contribuinte além de
pagar os altos impostos ainda tem que fazer de fiscal do Estado? Se não o fizer
porque entende que poupará 23% sobre o valor que pagou ainda arrisca-se a pagar
uma coima? Em termos práticos; se eu for, por exemplo, a uma oficina cujo valor
da reparação seja 100€ sou obrigado a
exigir uma fatura pela qual pagarei mais 23€ -valor do IVA- o que perfaz um
valor final de 123€. A isto chama-se ser masoquista à força. A isto chama-se
usar e abusar descaradamente do cidadão de um país que não paga o que deve a
fornecedores levando-os à falência, exige o IVA às empresas sobre valores não cobrados, tem os impostos
mais pesados da EU e como se tudo isto não bastasse ainda obriga o cidadão a
trabalhar como fiscal do Estado e que em vez de receber por isso ainda paga
mais 23%. Não sei se me perceberam porque na verdade é difícil de explicar e
ainda mais difícil de perceber e aceitar. Sempre pugnei por cumprir com os meus
deveres –os direitos já são poucos- de
cidadão mas quando o próprio Estado é o maior incumpridor convida os cidadãos
ao incumprimento!
É a lei! Dirão. Mas, quanto a mim, injusta. Toda a população
e até o Estado já entendeu que estes elevados impostos têm por objetivo único
pagar dívidas, imediatamente, contraídas a longo prazo mesmo que isso arrase o
país de lés-a-lés económico e socialmente criando cidades fantasmas e cidadãos
desesperados sem emprego e sem pão para alimentar a família. As poucas empresas
que vão restando e os cidadãos que ainda têm emprego com salários miseráveis
são obrigados a sustentar um Governo que só sabe aumentar impostos. Senhor
pior-Governo-que-Portugal-já-teve porque não tem coragem de experimentar outra
fórmula para os impostos uma vez que esta, por muito que intimide o cidadão,
não dará resultado? Por exemplo; se os
impostos fossem reduzidos para metade as empresas, o comércio e a indústria suportariam
melhor a carga fiscal, não haveria tanto desemprego motivado por falências,
todos os cidadãos teriam gosto em colaborar, o Estado arrecadaria mais receitas
e não teria tanta despesa com o desemprego. Assim seria um incentivo para todas
as empresas pagarem os seus impostos e eu considerava-me um cidadão motivado e
não um estúpido masoquista fiscal do
Governo que paga mais 23% para pedir uma fatura.
P.S. Notícias recentes dão conta que ex-autarcas do CDS/PP
mudam para o PSD-M. Depois desse
partido ter desgraçado a Madeira, só pode ser por amor ao “tacho” e nunca à sua
terra.
Juvenal Rodrigues
Publicado no DN Funchal em 16.02.13
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