quarta-feira, 2 de julho de 2014

UE X AUSTERIDADE

4 comentários
UE x austeridade


A população começa a ficar farta de tanta incompetência e promiscuidade


Decorreu praticamente um mês sobre as eleições europeias. Muito se falou e escreveu sobre o tema mas este não se esgotou no acto eleitoral. Precisa de uma análise fria e uma reflexão profunda  entre os 28 países que foram a votos uma vez que estas eleições causaram mais turbulência no interior dos partidos políticos do que no essencial que seria uma verdadeira mudança nas políticas sociais e económicas da UE
Ou muito me engano ou a UE tem apenas 5 anos para convencer os cidadãos que o projecto europeu vale a pena ou correm o risco de nas próximas eleições ninguém ir às urnas.
Então os políticos querem convencer-nos que não perceberam que a abstenção foi um sonante grito de protesto pelas políticas que têm sido seguidas tanto a nível europeu como a nível dos países? Não perceberam que os 66% de abstenção em Portugal, os 77% na Polónia ou os 87%  na Eslováquia são uma indicação que os europeus estão a ficar fartos da sua incompetência e dos seus erros e que não será o voto obrigatório ou o voto electrónico que irá mudar a situação? Enquanto houver tantas mordomias para os políticos que ocupam as cadeiras do poder nunca mais acabará a ganância e a corrupção porque os valores envolvidos são tentadores.
A classe média que antes era composta por médios e pequenos empresários está em extinção para dar lugar a uma nova classe média que são os políticos como os 751 Deputados europeus que levam, ao fim do mês, 6.200€ já livres de impostos enquanto o médio e o pequeno empresário que investe todo o seu dinheiro num negócio chega ao fim do mês e não sabe se tem lucros para pagar ordenados e impostos. Impostos esses que, paradoxalmente, irão sustentar as tais mordomias dos políticos . É isto que a classe política faz que não percebe e pensa que a obrigatoriedade do voto vai resolver a situação? Tenham a coragem de implementar políticas sérias com gente séria e honesta e verão quanto irá diminuir a abstenção em futuros actos eleitorais. Tenham a coragem de descer do seu pedestal dourado e vejam como o comum cidadão que os elege é empurrado para a miséria extrema e degradação social porque a classe política apenas se lembra dele na altura das eleições.
A população começa a ficar farta de tanta incompetência e promiscuidade entre os grandes “lobbys” e o poder político.
Para agravar a situação isto tornou-se de tal modo controlado que é impensável a qualquer país abandonar a UE , já que ficaria entre dois blocos económicos, a América do Norte com o dólar e a UE com o euro. Imagine-se o velhinho escudo português a competir com estas duas moedas. A solução possível - previsível - seria cair todo o bloco europeu com cada país a voltar a controlar a sua moeda e a sua economia ou então Estados Federados europeus com uma política comum onde o poder político se sobrepusesse ao poder económico.
Já Tony Judt um grande historiador sobre a História da Europa do século XX no seu livro “Uma Grande Ilusão” um ensaio sobre a Europa, escrevia: “por muito que me custe dizê-lo agora, julgo que a família europeia deve agir de forma unida , a uma só voz, ao abrigo de um Conselho da Europa”.
É verdade que a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) foi fundamental na prevenção das constantes guerras entre países europeus mas se nessa Europa dos seis havia o pensamento de construção de uma Europa unificada, com o passar dos anos esta tornou-se apenas num continente unificado.
Também a jornalista americana Janet Flanner num dos seus despachos para o “New Yorker” previa uma  era futura de concorrência intraeuropeia  entre nações desesperadas pelos escasso recursos. Tudo está a acontecer.
Agora que chegamos a um beco sem saída é caso para perguntar,  afinal de que nos serviu a adesão à UE ? é certo que entrou muito dinheiro em Portugal durante estes anos mas verifica-se agora que isso não passou de um grande negócio para os gananciosos usurários do poder económico emprestarem dinheiro cuja cobrança - apenas dos juros- estão a levar a política económica e social dos pequenos países à ruína total.
Da amortização do capital falamos mais tarde!
Tomemos como exemplo o nosso país. O Governo de P. Coelho e P. Portas impõem-nos 3 anos de austeridade para pagar dívidas mas a dívida pública continuou a aumentar em Abril, face a Março de 2014 no valor de 5.213 ME para 225.897 ME. Por sua vez o valor da dívida líquida de depósitos subiu na mesma data de 197 ME para 202 ME. O comércio definha, os portugueses emigram e a miséria alastra. Se Juntarmos a tudo isto a vigilância apertada – entenda-se mais medidas de austeridade - que a “Troika” vai exercer sobre nós até 2045, digam-me se não temos pela frente um futuro bastante negro que tornará os pequenos países, pedintes e escravos dos países endinheirados. Alguém compreende  para que serviu tantos sacrifícios?
Marinho Pinto ganhou lá uma cadeira, na bancada dos liberais, porque em Portugal falou bem alto em defesa dos mais fracos, veremos se não irá emudecer no hemiciclo do P. Europeu.
4

Comentários

Este espaço é destinado à construçăo de ideias e à expressăo de opiniăo.
Pretende-se um fórum constructivo e de reflexăo, năo um cenário de ataques aos pensamentos contrários.
Não sei se a população começa a ficar farta....a abstençaõ foi enorme,mas a AP liderada pelos passos/portas não deixaram de ganhar na região.
É exactamente isto que faz-nos ficar fartos da política e dos políticos.
Um exemplo claro e detalhado de como e porque chegamos onde chegamos. Pena é que a grande maioria da população não «perde o seu tempo» com texto desta magnitude, mas se fosse uma bilhardiçe da casa dos segredos, já estariam todos a comentar.
A falta de cultura política do nosso povo e isso, por interesses dos políticos, leva-nos a que estas e outras situações no nosso país e não só, chegam aos extremos de fazer com que a população se alhee de tudo o que tenha a ver com o estado da economia do nosso país, e fazer crer que isso é trabalho só em exclusivo para os políticos. À povo enganado, todos estes anos de denominada democracia, que no fundo não passou de uma maneira simpática dos políticos utiliza-la, de modo a monopolizar a mente dos portugueses.
Ora nem mais! Só se lembram que os seus direitos estão a ser espezinhados quando sofrem cortes no vencimento, quando lhes aumentam os impostos ou quando
ficam no desemprego. O exercício da democracia é denunciar e reivindicar não é dizer que nem querem saber da politica e dos políticos. Com ou sem votação
eles estão sempre na nossa vida.
Um exemplo claro e detalhado de como e porque chegamos onde chegamos. Pena é que a grande maioria da população não «perde o seu tempo» com texto desta magnitude, mas se fosse uma bilhardiçe da casa dos segredos, já estariam todos a comentar.
A falta de cultura política do nosso povo e isso, por interesses dos políticos, leva-nos a que estas e outras situações no nosso país e não só, chegam aos extremos de fazer com que a população se alhee de tudo o que tenha a ver com o estado da economia do nosso país, e fazer crer que isso é trabalho só em exclusivo para os políticos. À povo enganado, todos estes anos de denominada democracia, que no fundo não passou de uma maneira simpática dos políticos utiliza-la, de modo a monopolizar a mente dos portugueses.

Sem comentários:

Enviar um comentário