O CAPRICHO CARO

O CAPRICHO CARO

(Publicado no D.N. em 21.9.2010)

A Madeira, infelizmente, anda novamente nas “bocas do Mundo”. Desta vez é o descarado apoio ao JM e a perseguição movida pelo G. Regional à comunicação social que não lhe obedece. O à-vontade com que se contorna a lei nesta terra faz lembrar um regime de partido único. O quero-mando-e-posso tomou, inequivocamente, conta do bom senso deste Governo.

Imagine-se a arrogância da direcção do JM e os deputados do PSD-M assim como os membros do G.R. se negarem a comparecer na Comissão de Ética da AR alegando que este assunto deveria ser da competência da ALM! Nem no Carnaval se usa disfarce tão bom! Então onde estiveram os senhores deputados da maioria estes anos todos depois das denúncias de financiamento ao JM pelos partidos da oposição e, de um modo geral denunciado, por toda a sociedade madeirense? O que deveriam dizer é que isto é um caso tão verdadeiro e inequívoco que não existe desculpa possível e por isso não foram lá por vergonha e falta de argumentos.

“A ERC vai monitorizar e estará atenta ao comportamento de Alberto J. Jardim”, porém, já vem dizendo que a concorrência desleal praticada pelo G. R. é da competência da Autoridade da Concorrência (AdC), entidade esta que, por sua vez, já se pronunciou em 2009 mas as prevaricações têm continuado impunemente. O que acontecerá depois é uma incógnita porque aparentemente vivemos num país em que as leis existem mas ninguém as faz cumprir! Neste caso nem a Constituição foi respeitada! Por onde têm andado as entidades competentes mais Deputados da AR e P. da República, todos estes anos, que só se mexem agora depois deste caso ter atingido uma situação de sufoco insustentável originada pelo G.Regional através de uma concorrência vergonhosa e desleal que deixa a EDN e o grupo “O Liberal” numa situação financeira periclitante. Isto poderá ser mais um daqueles casos sem solução porque existe muita maneiras para “virar o bico ao prego” e o Dr. Jardim tenderá a usa-las para continuar a rir-se mas tenho a certeza que a população, agora, vai estar atenta e não deixará que estes e outros abusos passem impunes até porque não vão continuar a sustentar um capricho (JM) tão caro.

Acho que já não restam dúvidas a ninguém que a intenção do Governo Regional era mesmo inviabilizar, pela via financeira, os órgãos de comunicação pluralistas e ficar só com o seu JM para promover, à-vontade, o seu próprio pluralismo parecido ao que é praticado em Cuba.

Como nota final registo o exemplo do administrador de “O Liberal” que relata o episódio em que o G.R. enviou um emissário ao cliente do grupo “O liberal” para indagar a razão daquele ter fornecido a factura, a este, que provava as práticas de “dumping” praticadas pelo JM. Acho que só por isto comprovamos as práticas “pidescas” que ainda se vive nesta terra.

Juvenal Rodrigues