domingo, 19 de setembro de 2010

O POVO PAGA AS ASNEIRAS


O POVO PAGA AS ASNEIRAS

(Publicado do Diário de Noticias em 22.6.2010 "cartas do leiror")


Uma interrogação pertinente começa a assolar a mente de todos ao verem o colapso a que está a chegar esta política financeira. A justiça social apregoada por todos os governos do Mundo não passou de uma pura utopia, basta olhar para a África. E o caricato é que todos os países se endividaram em nome do desenvolvimento e agora começam a entrar na falência. Um raciocínio lógico se coloca: se todos os países devem é porque pediram à Banca e agora estão falidos, logo, se a Banca é privada, temos meia dúzia de ricos (Banca) absorvendo todo o dinheiro do Mundo. Depois da Grécia já o Japão (quem diria) corre o risco de colapso devido à sua dívida publica. Por uma estúpida ambição humana e governantes irresponsáveis o Mundo entrou em derrapagem irreversível. A única regra é a lei do mais forte. Os empresários maiores começaram por engolir os mais pequenos, os grandes grupos económicos estão a fazer o mesmo uns aos outros, os países mais pobres vão ser ocupados pelos seus credores (antes era pela guerra). Por outro lado assiste-se a uma crescente discriminação social onde os gestores e os políticos recebem ordenados descomunais (para não falar na aberração que são os vencimentos dos desportistas) enquanto um simples trabalhador recebe ordenado de miséria. Daqui se fazem algumas leituras: ou os governantes fecham os olhos porque estão bem, o grande capital é que manda ou então não têm competência para governar nem a sua própria casa. Para consumo interno temos um Governo Regional que já não tem dinheiro para pagar serviços prestados até a banca se recusa a pagar as suas facturas, não tem dinheiro para papel higiénico nas escolas, para pagar as farmácias ou para a máquina do desporto (IDRAM) que ele criou no tempo das vacas gordas. Imaginemos que as pensões de reforma, desemprego, exército e PSP fossem pagas pelo G.R. quantos já teriam morrido de fome. Porém, apesar da miséria que grassa por todo o lado os senhores governantes não se privam de mordomias. Não se privam de ajudas de custo, despesas de representação, viagens caras, hotéis 5 estrelas, viaturas oficiais com motorista privativo. E depois têm a desfaçatez de pedirem contenção de despesas aos que ganham o ordenado mínimo. Se foram os governantes que conduziram os países para este fosso eles que paguem descontando metade do seu vencimento, se foram os gestores que ganham fortunas para ainda levarem empresas à falência descontem-lhes 60%, e se foram os grandes empresários que se aproveitaram da inércia dos políticos eles que paguem com taxas de 90% sobre os lucros brutais. O que é injusto é ser sempre o Povo a pagar as asneiras deles.

Juvenal Rodrigues

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